Estados Unidos vão boicotar reuniões do G-20 para protestar contra a invasão da Rússia na Ucrânia


Fontes do Departamento do Tesouro dos EUA afirmam que secretária Janet Yellen deve faltar algumas reuniões do G-20 em protesto contra a Rússia; analistas discordam da estratégia

Por Jeff Stein, The Washington Post

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet L. Yellen, boicotará várias reuniões do Grupo dos 20 países (G-20) nesta semana para protestar contra a invasão da Ucrânia pela Rússia, com a conferência do grupo em Washington surgindo como um teste chave para os líderes mundiais que condenaram a guerra.

Yellen participará da sessão de abertura da reunião dos ministros das Finanças do G-20 nesta quarta-feira, 20, para mostrar apoio ao ministro das Finanças da Ucrânia, que veio de Kiev para a conferência, segundo um funcionário do Departamento do Tesouro que falou sob condição de anonimato para compartilhar detalhes de planejamento interno. Entretanto, a secretária vai faltar outras sessões.

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Além disso, a reunião do G-20 deve contar com a participação do ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, de forma virtual. Ele foi atingido por sanções norte-americanas no início deste ano.

Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, fala durante conferência do Atlântico em Washington, EUA, no dia 13 de abril de 2022. Yellen deve faltar a algumas reuniões do G-20 que acontecem esta semana, afirmam fontes Foto: Brendan Smialowski / AFP

As reuniões do G-20 nesta semana - as primeiras desde o início da guerra - surgem como um indicador de como os principais órgãos internacionais do mundo responderão à agressão russa. Muitos dos países do G-20 condenaram a Rússia, mas alguns de seus membros mais influentes, como China e Índia, não.

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Além disso, muitas das nações mais ricas do mundo, incluindo grande parte da Europa, continuam fortemente dependentes do petróleo e do gás natural russos, mesmo após a invasão, destacando o quão profundamente a economia da Rússia está emaranhada com o resto do mundo, apesar das severas sanções que os Estados Unidos e seus aliados impuseram.

Nas reuniões em que irá participar, Yellen condenará a invasão da Rússia e pressionará para isolar a Rússia das instituições financeiras globais, disse o funcionário do Departamento do Tesouro. Nenhum país do Grupo dos Sete países industrializados (G-7) está participando de um boicote completo às reuniões, de acordo com uma fonte familiarizada com a agenda de Yellen que falou sob condição de anonimato, também para compartilhar detalhes do planejamento.

“Enquanto a secretária Yellen e nossos parceiros continuarão trabalhando em solidariedade para avançar nos importantes negócios do G-20, ela também expressará nossa forte condenação à brutalidade de Putin e deixará claro que os benefícios e privilégios das principais instituições econômicas do mundo são reservados para países que demonstram respeito pelos princípios fundamentais que sustentam a paz e a segurança em todo o planeta”, disse o funcionário do Departamento do Tesouro.

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Alguns críticos sugeriram que Yellen deveria permanecer nas reuniões para confrontar a Rússia diretamente sobre as ações na Ucrânia, já que as reuniões representam uma oportunidade rara para as autoridades americanas desafiarem a postura de guerra do Kremlin. Yellen pode faltar às sessões do G-20 sobre finanças sustentáveis que o ministro russo deve participar, por exemplo.

“Acho que é um erro - entrar em qualquer fórum onde os EUA possam articular nossa posição é melhor do que ceder território ou ceder o campo de batalha para a Rússia”, disse Ariel Cohen, membro sênior do Centro da Eurásia do Conselho Atlântico. “Entendo que muitas delegações não são comunicadoras profissionais, mas podem ser treinadas. (…) Eles podem tornar a presença da Rússia indesejável.”

Ministro das Finanças da Rússia, Anton Silaunov, durante reunião de líderes do G-20 em Roma, Itália, no dia 30 de outubro de 2021. Siluanov deve participar das reuniões desta semana de maneira virtual Foto: Guglielmo Mangiapane / Reuters
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O dilema sobre a participação no G-20 reflete um problema mais amplo e crescente para os políticos dos EUA que esperam influenciar um mundo com concorrentes econômicos cada vez mais poderosos.

O grupo menor do G-7, formado por aliados próximos dos EUA, tem sido mais unificado na condenação da Rússia. Mas, à medida que países como China e Índia cresceram em poder econômico, os líderes do Ocidente ficaram cada vez mais forçados a colaborar com eles para influenciar o sistema econômico global. Isso aumenta a relevância do G-20, e torna a influência dos Estados Unidos mais difícil neste bloco.

“A questão de boicotar o G-20 – embora seja uma ação defensável e compreensível neste momento – levanta a questão de longo prazo de como gerenciar uma economia global com atores poderosos e diversos”, disse Mark Sobel, que passou quatro décadas trabalhando sobre questões econômicas internacionais no Departamento do Tesouro e agora é consultor sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. “Para realmente orientar a economia global, você precisa de um grupo maior do que o G-7.”

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O presidente norte-americano, Joe Biden, já havia pedido que a Rússia fosse expulsa do G-20 pela invasão da Ucrânia. O G-20 é composto por 20 das maiores economias do mundo. O grupo não tem um processo atual para expulsar seus membros, de acordo com Sobel, mas pode ser possível suspender a Rússia se surgir um consenso para fazê-lo.

Yellen também se reunirá esta semana com o primeiro-ministro ucraniano Denys Shmyhal e com autoridades econômicas internacionais, incluindo os ministros das Finanças da Arábia Saudita e da Itália, o governador do Banco da Inglaterra e o comissário europeu da economia.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet L. Yellen, boicotará várias reuniões do Grupo dos 20 países (G-20) nesta semana para protestar contra a invasão da Ucrânia pela Rússia, com a conferência do grupo em Washington surgindo como um teste chave para os líderes mundiais que condenaram a guerra.

Yellen participará da sessão de abertura da reunião dos ministros das Finanças do G-20 nesta quarta-feira, 20, para mostrar apoio ao ministro das Finanças da Ucrânia, que veio de Kiev para a conferência, segundo um funcionário do Departamento do Tesouro que falou sob condição de anonimato para compartilhar detalhes de planejamento interno. Entretanto, a secretária vai faltar outras sessões.

Além disso, a reunião do G-20 deve contar com a participação do ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, de forma virtual. Ele foi atingido por sanções norte-americanas no início deste ano.

Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, fala durante conferência do Atlântico em Washington, EUA, no dia 13 de abril de 2022. Yellen deve faltar a algumas reuniões do G-20 que acontecem esta semana, afirmam fontes Foto: Brendan Smialowski / AFP

As reuniões do G-20 nesta semana - as primeiras desde o início da guerra - surgem como um indicador de como os principais órgãos internacionais do mundo responderão à agressão russa. Muitos dos países do G-20 condenaram a Rússia, mas alguns de seus membros mais influentes, como China e Índia, não.

Além disso, muitas das nações mais ricas do mundo, incluindo grande parte da Europa, continuam fortemente dependentes do petróleo e do gás natural russos, mesmo após a invasão, destacando o quão profundamente a economia da Rússia está emaranhada com o resto do mundo, apesar das severas sanções que os Estados Unidos e seus aliados impuseram.

Nas reuniões em que irá participar, Yellen condenará a invasão da Rússia e pressionará para isolar a Rússia das instituições financeiras globais, disse o funcionário do Departamento do Tesouro. Nenhum país do Grupo dos Sete países industrializados (G-7) está participando de um boicote completo às reuniões, de acordo com uma fonte familiarizada com a agenda de Yellen que falou sob condição de anonimato, também para compartilhar detalhes do planejamento.

“Enquanto a secretária Yellen e nossos parceiros continuarão trabalhando em solidariedade para avançar nos importantes negócios do G-20, ela também expressará nossa forte condenação à brutalidade de Putin e deixará claro que os benefícios e privilégios das principais instituições econômicas do mundo são reservados para países que demonstram respeito pelos princípios fundamentais que sustentam a paz e a segurança em todo o planeta”, disse o funcionário do Departamento do Tesouro.

Alguns críticos sugeriram que Yellen deveria permanecer nas reuniões para confrontar a Rússia diretamente sobre as ações na Ucrânia, já que as reuniões representam uma oportunidade rara para as autoridades americanas desafiarem a postura de guerra do Kremlin. Yellen pode faltar às sessões do G-20 sobre finanças sustentáveis que o ministro russo deve participar, por exemplo.

“Acho que é um erro - entrar em qualquer fórum onde os EUA possam articular nossa posição é melhor do que ceder território ou ceder o campo de batalha para a Rússia”, disse Ariel Cohen, membro sênior do Centro da Eurásia do Conselho Atlântico. “Entendo que muitas delegações não são comunicadoras profissionais, mas podem ser treinadas. (…) Eles podem tornar a presença da Rússia indesejável.”

Ministro das Finanças da Rússia, Anton Silaunov, durante reunião de líderes do G-20 em Roma, Itália, no dia 30 de outubro de 2021. Siluanov deve participar das reuniões desta semana de maneira virtual Foto: Guglielmo Mangiapane / Reuters

O dilema sobre a participação no G-20 reflete um problema mais amplo e crescente para os políticos dos EUA que esperam influenciar um mundo com concorrentes econômicos cada vez mais poderosos.

O grupo menor do G-7, formado por aliados próximos dos EUA, tem sido mais unificado na condenação da Rússia. Mas, à medida que países como China e Índia cresceram em poder econômico, os líderes do Ocidente ficaram cada vez mais forçados a colaborar com eles para influenciar o sistema econômico global. Isso aumenta a relevância do G-20, e torna a influência dos Estados Unidos mais difícil neste bloco.

“A questão de boicotar o G-20 – embora seja uma ação defensável e compreensível neste momento – levanta a questão de longo prazo de como gerenciar uma economia global com atores poderosos e diversos”, disse Mark Sobel, que passou quatro décadas trabalhando sobre questões econômicas internacionais no Departamento do Tesouro e agora é consultor sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. “Para realmente orientar a economia global, você precisa de um grupo maior do que o G-7.”

O presidente norte-americano, Joe Biden, já havia pedido que a Rússia fosse expulsa do G-20 pela invasão da Ucrânia. O G-20 é composto por 20 das maiores economias do mundo. O grupo não tem um processo atual para expulsar seus membros, de acordo com Sobel, mas pode ser possível suspender a Rússia se surgir um consenso para fazê-lo.

Yellen também se reunirá esta semana com o primeiro-ministro ucraniano Denys Shmyhal e com autoridades econômicas internacionais, incluindo os ministros das Finanças da Arábia Saudita e da Itália, o governador do Banco da Inglaterra e o comissário europeu da economia.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet L. Yellen, boicotará várias reuniões do Grupo dos 20 países (G-20) nesta semana para protestar contra a invasão da Ucrânia pela Rússia, com a conferência do grupo em Washington surgindo como um teste chave para os líderes mundiais que condenaram a guerra.

Yellen participará da sessão de abertura da reunião dos ministros das Finanças do G-20 nesta quarta-feira, 20, para mostrar apoio ao ministro das Finanças da Ucrânia, que veio de Kiev para a conferência, segundo um funcionário do Departamento do Tesouro que falou sob condição de anonimato para compartilhar detalhes de planejamento interno. Entretanto, a secretária vai faltar outras sessões.

Além disso, a reunião do G-20 deve contar com a participação do ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, de forma virtual. Ele foi atingido por sanções norte-americanas no início deste ano.

Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, fala durante conferência do Atlântico em Washington, EUA, no dia 13 de abril de 2022. Yellen deve faltar a algumas reuniões do G-20 que acontecem esta semana, afirmam fontes Foto: Brendan Smialowski / AFP

As reuniões do G-20 nesta semana - as primeiras desde o início da guerra - surgem como um indicador de como os principais órgãos internacionais do mundo responderão à agressão russa. Muitos dos países do G-20 condenaram a Rússia, mas alguns de seus membros mais influentes, como China e Índia, não.

Além disso, muitas das nações mais ricas do mundo, incluindo grande parte da Europa, continuam fortemente dependentes do petróleo e do gás natural russos, mesmo após a invasão, destacando o quão profundamente a economia da Rússia está emaranhada com o resto do mundo, apesar das severas sanções que os Estados Unidos e seus aliados impuseram.

Nas reuniões em que irá participar, Yellen condenará a invasão da Rússia e pressionará para isolar a Rússia das instituições financeiras globais, disse o funcionário do Departamento do Tesouro. Nenhum país do Grupo dos Sete países industrializados (G-7) está participando de um boicote completo às reuniões, de acordo com uma fonte familiarizada com a agenda de Yellen que falou sob condição de anonimato, também para compartilhar detalhes do planejamento.

“Enquanto a secretária Yellen e nossos parceiros continuarão trabalhando em solidariedade para avançar nos importantes negócios do G-20, ela também expressará nossa forte condenação à brutalidade de Putin e deixará claro que os benefícios e privilégios das principais instituições econômicas do mundo são reservados para países que demonstram respeito pelos princípios fundamentais que sustentam a paz e a segurança em todo o planeta”, disse o funcionário do Departamento do Tesouro.

Alguns críticos sugeriram que Yellen deveria permanecer nas reuniões para confrontar a Rússia diretamente sobre as ações na Ucrânia, já que as reuniões representam uma oportunidade rara para as autoridades americanas desafiarem a postura de guerra do Kremlin. Yellen pode faltar às sessões do G-20 sobre finanças sustentáveis que o ministro russo deve participar, por exemplo.

“Acho que é um erro - entrar em qualquer fórum onde os EUA possam articular nossa posição é melhor do que ceder território ou ceder o campo de batalha para a Rússia”, disse Ariel Cohen, membro sênior do Centro da Eurásia do Conselho Atlântico. “Entendo que muitas delegações não são comunicadoras profissionais, mas podem ser treinadas. (…) Eles podem tornar a presença da Rússia indesejável.”

Ministro das Finanças da Rússia, Anton Silaunov, durante reunião de líderes do G-20 em Roma, Itália, no dia 30 de outubro de 2021. Siluanov deve participar das reuniões desta semana de maneira virtual Foto: Guglielmo Mangiapane / Reuters

O dilema sobre a participação no G-20 reflete um problema mais amplo e crescente para os políticos dos EUA que esperam influenciar um mundo com concorrentes econômicos cada vez mais poderosos.

O grupo menor do G-7, formado por aliados próximos dos EUA, tem sido mais unificado na condenação da Rússia. Mas, à medida que países como China e Índia cresceram em poder econômico, os líderes do Ocidente ficaram cada vez mais forçados a colaborar com eles para influenciar o sistema econômico global. Isso aumenta a relevância do G-20, e torna a influência dos Estados Unidos mais difícil neste bloco.

“A questão de boicotar o G-20 – embora seja uma ação defensável e compreensível neste momento – levanta a questão de longo prazo de como gerenciar uma economia global com atores poderosos e diversos”, disse Mark Sobel, que passou quatro décadas trabalhando sobre questões econômicas internacionais no Departamento do Tesouro e agora é consultor sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. “Para realmente orientar a economia global, você precisa de um grupo maior do que o G-7.”

O presidente norte-americano, Joe Biden, já havia pedido que a Rússia fosse expulsa do G-20 pela invasão da Ucrânia. O G-20 é composto por 20 das maiores economias do mundo. O grupo não tem um processo atual para expulsar seus membros, de acordo com Sobel, mas pode ser possível suspender a Rússia se surgir um consenso para fazê-lo.

Yellen também se reunirá esta semana com o primeiro-ministro ucraniano Denys Shmyhal e com autoridades econômicas internacionais, incluindo os ministros das Finanças da Arábia Saudita e da Itália, o governador do Banco da Inglaterra e o comissário europeu da economia.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet L. Yellen, boicotará várias reuniões do Grupo dos 20 países (G-20) nesta semana para protestar contra a invasão da Ucrânia pela Rússia, com a conferência do grupo em Washington surgindo como um teste chave para os líderes mundiais que condenaram a guerra.

Yellen participará da sessão de abertura da reunião dos ministros das Finanças do G-20 nesta quarta-feira, 20, para mostrar apoio ao ministro das Finanças da Ucrânia, que veio de Kiev para a conferência, segundo um funcionário do Departamento do Tesouro que falou sob condição de anonimato para compartilhar detalhes de planejamento interno. Entretanto, a secretária vai faltar outras sessões.

Além disso, a reunião do G-20 deve contar com a participação do ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, de forma virtual. Ele foi atingido por sanções norte-americanas no início deste ano.

Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, fala durante conferência do Atlântico em Washington, EUA, no dia 13 de abril de 2022. Yellen deve faltar a algumas reuniões do G-20 que acontecem esta semana, afirmam fontes Foto: Brendan Smialowski / AFP

As reuniões do G-20 nesta semana - as primeiras desde o início da guerra - surgem como um indicador de como os principais órgãos internacionais do mundo responderão à agressão russa. Muitos dos países do G-20 condenaram a Rússia, mas alguns de seus membros mais influentes, como China e Índia, não.

Além disso, muitas das nações mais ricas do mundo, incluindo grande parte da Europa, continuam fortemente dependentes do petróleo e do gás natural russos, mesmo após a invasão, destacando o quão profundamente a economia da Rússia está emaranhada com o resto do mundo, apesar das severas sanções que os Estados Unidos e seus aliados impuseram.

Nas reuniões em que irá participar, Yellen condenará a invasão da Rússia e pressionará para isolar a Rússia das instituições financeiras globais, disse o funcionário do Departamento do Tesouro. Nenhum país do Grupo dos Sete países industrializados (G-7) está participando de um boicote completo às reuniões, de acordo com uma fonte familiarizada com a agenda de Yellen que falou sob condição de anonimato, também para compartilhar detalhes do planejamento.

“Enquanto a secretária Yellen e nossos parceiros continuarão trabalhando em solidariedade para avançar nos importantes negócios do G-20, ela também expressará nossa forte condenação à brutalidade de Putin e deixará claro que os benefícios e privilégios das principais instituições econômicas do mundo são reservados para países que demonstram respeito pelos princípios fundamentais que sustentam a paz e a segurança em todo o planeta”, disse o funcionário do Departamento do Tesouro.

Alguns críticos sugeriram que Yellen deveria permanecer nas reuniões para confrontar a Rússia diretamente sobre as ações na Ucrânia, já que as reuniões representam uma oportunidade rara para as autoridades americanas desafiarem a postura de guerra do Kremlin. Yellen pode faltar às sessões do G-20 sobre finanças sustentáveis que o ministro russo deve participar, por exemplo.

“Acho que é um erro - entrar em qualquer fórum onde os EUA possam articular nossa posição é melhor do que ceder território ou ceder o campo de batalha para a Rússia”, disse Ariel Cohen, membro sênior do Centro da Eurásia do Conselho Atlântico. “Entendo que muitas delegações não são comunicadoras profissionais, mas podem ser treinadas. (…) Eles podem tornar a presença da Rússia indesejável.”

Ministro das Finanças da Rússia, Anton Silaunov, durante reunião de líderes do G-20 em Roma, Itália, no dia 30 de outubro de 2021. Siluanov deve participar das reuniões desta semana de maneira virtual Foto: Guglielmo Mangiapane / Reuters

O dilema sobre a participação no G-20 reflete um problema mais amplo e crescente para os políticos dos EUA que esperam influenciar um mundo com concorrentes econômicos cada vez mais poderosos.

O grupo menor do G-7, formado por aliados próximos dos EUA, tem sido mais unificado na condenação da Rússia. Mas, à medida que países como China e Índia cresceram em poder econômico, os líderes do Ocidente ficaram cada vez mais forçados a colaborar com eles para influenciar o sistema econômico global. Isso aumenta a relevância do G-20, e torna a influência dos Estados Unidos mais difícil neste bloco.

“A questão de boicotar o G-20 – embora seja uma ação defensável e compreensível neste momento – levanta a questão de longo prazo de como gerenciar uma economia global com atores poderosos e diversos”, disse Mark Sobel, que passou quatro décadas trabalhando sobre questões econômicas internacionais no Departamento do Tesouro e agora é consultor sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. “Para realmente orientar a economia global, você precisa de um grupo maior do que o G-7.”

O presidente norte-americano, Joe Biden, já havia pedido que a Rússia fosse expulsa do G-20 pela invasão da Ucrânia. O G-20 é composto por 20 das maiores economias do mundo. O grupo não tem um processo atual para expulsar seus membros, de acordo com Sobel, mas pode ser possível suspender a Rússia se surgir um consenso para fazê-lo.

Yellen também se reunirá esta semana com o primeiro-ministro ucraniano Denys Shmyhal e com autoridades econômicas internacionais, incluindo os ministros das Finanças da Arábia Saudita e da Itália, o governador do Banco da Inglaterra e o comissário europeu da economia.

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