Ex-diretores de Fukushima se declaram inocentes em julgamento sobre acidente nuclear


Moradores da região acusam direção da empresa Tokyo Electric Power (Tepco) de não ter reforçado as medidas de prevenção diante da hipótese do surgimento de um tsunami mais potente que o previsto quando a central foi construída

Por Redação

TÓQUIO - Três ex-executivos da empresa que administrava a central nuclear japonesa de Fukushima, que sofreu um grave acidente após o tsunami de 2011, se declararam inocentes nesta sexta-feira, 30, no primeiro dia do julgamento penal sobre as razões do desastre.

O presidente do conselho de administração do grupo Tokyo Electric Power (Tepco) no momento da tragédia, Tsunehisa Katsumata, e os dois vice-presidentes, Sakae Muto e Ichiro Takekuro, são acusados de "negligência que provoca a morte".

O presidente do conselho de administração do grupo Tokyo Electric Power (Tepco) no momento da tragédia, Tsunehisa Katsumata (esq.), e os dois vice-presidentes, Ichiro Takekuro e Sakae Muto (dir.), são acusados de "negligência que provoca a morte" Foto: Kyodo/via REUTERS
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A catástrofe de Fukushima, o acidente nuclear mais grave desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, foi qualificada por uma comissão de inquérito de "catástrofe de origem humana". Os moradores da região, que levaram o caso aos tribunais, acusam os três ex-diretores de não terem reforçado as medidas de prevenção diante da hipótese do surgimento de um tsunami mais potente que o previsto quando a central de Fukushima Daiichi, nordeste do Japão, foi construída.

"Peço desculpa pelos enormes problemas causados aos moradores da região e em todo o país", declarou Katsumata ante os juízes, antes de rejeitar qualquer responsabilidade penal. "Era impossível prever o acidente", alegou.

Takekuro, que supervisionava as operações nucleares, usou palavras similares, enquanto Sakae Muto disse: "Quando recordo daquele momento, sempre penso que um acidente como aquele não era previsível". Em uma declaração preliminar, no entanto, o promotor afirmou que vai demonstrar que o risco de tsunami era conhecido, mas que não foram adotados os dispositivos necessários.

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Um estudo interno da Tepco de 2008, revelado mais tarde, mencionava a hipótese de um tsunami de 15,7 metros, "mas a divulgação do relatório não passou da diretoria da divisão nuclear e não chegou a mim", afirmou há algum tempo Katsumata.

A catástrofe aconteceu em março de 2011, quando um violento terremoto provocou um devastador tsunami que afetou a central, onde o maremoto chegou a 14 metros. Mais de 100 pessoas compareceram ao tribunal, várias procedentes de Fukushima, incluindo Ruiko Muto, presidente da associação que denunciou o caso.

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"Quem é o responsável, que encadeamentos de eventos levou a este acidente, ainda não sabemos. E se não questionarmos as responsabilidades, uma tragédia histórica assim poderia voltar a acontecer", declarou. "A vida de muitas pessoas foi afetada e quero que os acusados fiquem conscientes de sua ira e dor.”

Os demandantes consideram os ex-diretores da empresa responsáveis pela morte de 44 pessoas levadas para o hospital de Futaba, a alguns quilômetros da central, assim como pelos ferimentos de outras 13 vítimas.

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Em 11 de março de 2011, um terremoto causou um tsunami na costa nordeste do Japão, deixando mais de 18 mil mortos. A força das ondas afetou também a central nuclear de Fukushima, causando vazamento de elementos radiativos

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"Com certeza, as três pessoas julgadas não são as únicas responsáveis, mas é extremamente importante que tenham que responder pelo papel que desempenharam", disse Hisayo Takada, do Greenpeace Japão.

As autoridades insistem que nenhuma morte foi provocada por razões diretamente relacionadas às radiações emitidas pelos três reatores acidentados na central de Fukushima Daiichi, mas admitem que aconteceram "mortes vinculadas" à operação de retirada. / AFP

TÓQUIO - Três ex-executivos da empresa que administrava a central nuclear japonesa de Fukushima, que sofreu um grave acidente após o tsunami de 2011, se declararam inocentes nesta sexta-feira, 30, no primeiro dia do julgamento penal sobre as razões do desastre.

O presidente do conselho de administração do grupo Tokyo Electric Power (Tepco) no momento da tragédia, Tsunehisa Katsumata, e os dois vice-presidentes, Sakae Muto e Ichiro Takekuro, são acusados de "negligência que provoca a morte".

O presidente do conselho de administração do grupo Tokyo Electric Power (Tepco) no momento da tragédia, Tsunehisa Katsumata (esq.), e os dois vice-presidentes, Ichiro Takekuro e Sakae Muto (dir.), são acusados de "negligência que provoca a morte" Foto: Kyodo/via REUTERS

A catástrofe de Fukushima, o acidente nuclear mais grave desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, foi qualificada por uma comissão de inquérito de "catástrofe de origem humana". Os moradores da região, que levaram o caso aos tribunais, acusam os três ex-diretores de não terem reforçado as medidas de prevenção diante da hipótese do surgimento de um tsunami mais potente que o previsto quando a central de Fukushima Daiichi, nordeste do Japão, foi construída.

"Peço desculpa pelos enormes problemas causados aos moradores da região e em todo o país", declarou Katsumata ante os juízes, antes de rejeitar qualquer responsabilidade penal. "Era impossível prever o acidente", alegou.

Takekuro, que supervisionava as operações nucleares, usou palavras similares, enquanto Sakae Muto disse: "Quando recordo daquele momento, sempre penso que um acidente como aquele não era previsível". Em uma declaração preliminar, no entanto, o promotor afirmou que vai demonstrar que o risco de tsunami era conhecido, mas que não foram adotados os dispositivos necessários.

Um estudo interno da Tepco de 2008, revelado mais tarde, mencionava a hipótese de um tsunami de 15,7 metros, "mas a divulgação do relatório não passou da diretoria da divisão nuclear e não chegou a mim", afirmou há algum tempo Katsumata.

A catástrofe aconteceu em março de 2011, quando um violento terremoto provocou um devastador tsunami que afetou a central, onde o maremoto chegou a 14 metros. Mais de 100 pessoas compareceram ao tribunal, várias procedentes de Fukushima, incluindo Ruiko Muto, presidente da associação que denunciou o caso.

"Quem é o responsável, que encadeamentos de eventos levou a este acidente, ainda não sabemos. E se não questionarmos as responsabilidades, uma tragédia histórica assim poderia voltar a acontecer", declarou. "A vida de muitas pessoas foi afetada e quero que os acusados fiquem conscientes de sua ira e dor.”

Os demandantes consideram os ex-diretores da empresa responsáveis pela morte de 44 pessoas levadas para o hospital de Futaba, a alguns quilômetros da central, assim como pelos ferimentos de outras 13 vítimas.

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Em 11 de março de 2011, um terremoto causou um tsunami na costa nordeste do Japão, deixando mais de 18 mil mortos. A força das ondas afetou também a central nuclear de Fukushima, causando vazamento de elementos radiativos

"Com certeza, as três pessoas julgadas não são as únicas responsáveis, mas é extremamente importante que tenham que responder pelo papel que desempenharam", disse Hisayo Takada, do Greenpeace Japão.

As autoridades insistem que nenhuma morte foi provocada por razões diretamente relacionadas às radiações emitidas pelos três reatores acidentados na central de Fukushima Daiichi, mas admitem que aconteceram "mortes vinculadas" à operação de retirada. / AFP

TÓQUIO - Três ex-executivos da empresa que administrava a central nuclear japonesa de Fukushima, que sofreu um grave acidente após o tsunami de 2011, se declararam inocentes nesta sexta-feira, 30, no primeiro dia do julgamento penal sobre as razões do desastre.

O presidente do conselho de administração do grupo Tokyo Electric Power (Tepco) no momento da tragédia, Tsunehisa Katsumata, e os dois vice-presidentes, Sakae Muto e Ichiro Takekuro, são acusados de "negligência que provoca a morte".

O presidente do conselho de administração do grupo Tokyo Electric Power (Tepco) no momento da tragédia, Tsunehisa Katsumata (esq.), e os dois vice-presidentes, Ichiro Takekuro e Sakae Muto (dir.), são acusados de "negligência que provoca a morte" Foto: Kyodo/via REUTERS

A catástrofe de Fukushima, o acidente nuclear mais grave desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, foi qualificada por uma comissão de inquérito de "catástrofe de origem humana". Os moradores da região, que levaram o caso aos tribunais, acusam os três ex-diretores de não terem reforçado as medidas de prevenção diante da hipótese do surgimento de um tsunami mais potente que o previsto quando a central de Fukushima Daiichi, nordeste do Japão, foi construída.

"Peço desculpa pelos enormes problemas causados aos moradores da região e em todo o país", declarou Katsumata ante os juízes, antes de rejeitar qualquer responsabilidade penal. "Era impossível prever o acidente", alegou.

Takekuro, que supervisionava as operações nucleares, usou palavras similares, enquanto Sakae Muto disse: "Quando recordo daquele momento, sempre penso que um acidente como aquele não era previsível". Em uma declaração preliminar, no entanto, o promotor afirmou que vai demonstrar que o risco de tsunami era conhecido, mas que não foram adotados os dispositivos necessários.

Um estudo interno da Tepco de 2008, revelado mais tarde, mencionava a hipótese de um tsunami de 15,7 metros, "mas a divulgação do relatório não passou da diretoria da divisão nuclear e não chegou a mim", afirmou há algum tempo Katsumata.

A catástrofe aconteceu em março de 2011, quando um violento terremoto provocou um devastador tsunami que afetou a central, onde o maremoto chegou a 14 metros. Mais de 100 pessoas compareceram ao tribunal, várias procedentes de Fukushima, incluindo Ruiko Muto, presidente da associação que denunciou o caso.

"Quem é o responsável, que encadeamentos de eventos levou a este acidente, ainda não sabemos. E se não questionarmos as responsabilidades, uma tragédia histórica assim poderia voltar a acontecer", declarou. "A vida de muitas pessoas foi afetada e quero que os acusados fiquem conscientes de sua ira e dor.”

Os demandantes consideram os ex-diretores da empresa responsáveis pela morte de 44 pessoas levadas para o hospital de Futaba, a alguns quilômetros da central, assim como pelos ferimentos de outras 13 vítimas.

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Em 11 de março de 2011, um terremoto causou um tsunami na costa nordeste do Japão, deixando mais de 18 mil mortos. A força das ondas afetou também a central nuclear de Fukushima, causando vazamento de elementos radiativos

"Com certeza, as três pessoas julgadas não são as únicas responsáveis, mas é extremamente importante que tenham que responder pelo papel que desempenharam", disse Hisayo Takada, do Greenpeace Japão.

As autoridades insistem que nenhuma morte foi provocada por razões diretamente relacionadas às radiações emitidas pelos três reatores acidentados na central de Fukushima Daiichi, mas admitem que aconteceram "mortes vinculadas" à operação de retirada. / AFP

TÓQUIO - Três ex-executivos da empresa que administrava a central nuclear japonesa de Fukushima, que sofreu um grave acidente após o tsunami de 2011, se declararam inocentes nesta sexta-feira, 30, no primeiro dia do julgamento penal sobre as razões do desastre.

O presidente do conselho de administração do grupo Tokyo Electric Power (Tepco) no momento da tragédia, Tsunehisa Katsumata, e os dois vice-presidentes, Sakae Muto e Ichiro Takekuro, são acusados de "negligência que provoca a morte".

O presidente do conselho de administração do grupo Tokyo Electric Power (Tepco) no momento da tragédia, Tsunehisa Katsumata (esq.), e os dois vice-presidentes, Ichiro Takekuro e Sakae Muto (dir.), são acusados de "negligência que provoca a morte" Foto: Kyodo/via REUTERS

A catástrofe de Fukushima, o acidente nuclear mais grave desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, foi qualificada por uma comissão de inquérito de "catástrofe de origem humana". Os moradores da região, que levaram o caso aos tribunais, acusam os três ex-diretores de não terem reforçado as medidas de prevenção diante da hipótese do surgimento de um tsunami mais potente que o previsto quando a central de Fukushima Daiichi, nordeste do Japão, foi construída.

"Peço desculpa pelos enormes problemas causados aos moradores da região e em todo o país", declarou Katsumata ante os juízes, antes de rejeitar qualquer responsabilidade penal. "Era impossível prever o acidente", alegou.

Takekuro, que supervisionava as operações nucleares, usou palavras similares, enquanto Sakae Muto disse: "Quando recordo daquele momento, sempre penso que um acidente como aquele não era previsível". Em uma declaração preliminar, no entanto, o promotor afirmou que vai demonstrar que o risco de tsunami era conhecido, mas que não foram adotados os dispositivos necessários.

Um estudo interno da Tepco de 2008, revelado mais tarde, mencionava a hipótese de um tsunami de 15,7 metros, "mas a divulgação do relatório não passou da diretoria da divisão nuclear e não chegou a mim", afirmou há algum tempo Katsumata.

A catástrofe aconteceu em março de 2011, quando um violento terremoto provocou um devastador tsunami que afetou a central, onde o maremoto chegou a 14 metros. Mais de 100 pessoas compareceram ao tribunal, várias procedentes de Fukushima, incluindo Ruiko Muto, presidente da associação que denunciou o caso.

"Quem é o responsável, que encadeamentos de eventos levou a este acidente, ainda não sabemos. E se não questionarmos as responsabilidades, uma tragédia histórica assim poderia voltar a acontecer", declarou. "A vida de muitas pessoas foi afetada e quero que os acusados fiquem conscientes de sua ira e dor.”

Os demandantes consideram os ex-diretores da empresa responsáveis pela morte de 44 pessoas levadas para o hospital de Futaba, a alguns quilômetros da central, assim como pelos ferimentos de outras 13 vítimas.

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Em 11 de março de 2011, um terremoto causou um tsunami na costa nordeste do Japão, deixando mais de 18 mil mortos. A força das ondas afetou também a central nuclear de Fukushima, causando vazamento de elementos radiativos

"Com certeza, as três pessoas julgadas não são as únicas responsáveis, mas é extremamente importante que tenham que responder pelo papel que desempenharam", disse Hisayo Takada, do Greenpeace Japão.

As autoridades insistem que nenhuma morte foi provocada por razões diretamente relacionadas às radiações emitidas pelos três reatores acidentados na central de Fukushima Daiichi, mas admitem que aconteceram "mortes vinculadas" à operação de retirada. / AFP

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