O ataque terrorista às mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia, põe mais uma vez em xeque o papel das redes sociais na disseminação da violência. O Facebook levou ao ar a transmissão ao vivo do terrorista por 17 minutos até cortá-la. Vídeos da chacina foram compartilhados sem parar no YouTube e no Twitter. O manifesto do terrorista foi disseminado via redes. Algoritmos e métodos de moderação se mostraram ineficazes.
Sem o recrutamento e a pregação online da extrema direita, os riscos de atentados seriam menores? É provável que sim. “A rede global de extremismo nacionalista branco depende das mídias sociais”, afirma o diretor executivo do Counter Extremism Project, David Ibsen.
É um erro, segundo Ibsen, usar o pretexto da liberdade de expressão para deixar de lidar com conteúdo que incita ódio e violência. “A apatia das plataformas ao enfrentar o problema serve para perpetuá-lo.”
Plataforma
Facebook acusado de dar infraestrutura terrorista
O Facebook é acusado na Justiça americana de cumplicidade em ataques terroristas do Hamas que mataram seis cidadãos americanos em Israel. Na queixa, advogados das vítimas argumentam que a rede social forneceu uma plataforma ao terrorismo e seus algoritmos foram vitais para incitar a violência. O Facebook alega não ser responsável pelas consequências do conteúdo veiculado por usuários. A acusação sustenta que, mais que um canal para publicação, a empresa forneceu infraestrutura de comunicação ao terror.
Solidariedade
Prisão de canadense na China une rivais
Preso na China há três meses, o canadense Michael Kovrig, do International Crisis Group, despertou uma onda inédita de solidariedade entre acadêmicos americanos. Em raro comunicado conjunto, 15 deles, de todas as ideologias, pedem o fim da detenção, vista como represália arbitrária à prisão de Meng Wanzhou, executiva da Huawei, detida em dezembro no Canadá. Além de Kovrig, a China prendeu o empresário canadense Michael Spavor.
Prêmio
Nobel de Hayek não atrai lances em leilão
Termina terça-feira o prazo para lances no leilão virtual de pertences do economista austríaco Friedrich von Hayek, promovido pela Sotheby’s londrina. Até sexta-feira, os itens mais procurados eram a máquina de escrever, duas abotoaduras e uma fotografia autografada com Ronald Reagan, além da cópia anotada de A Riqueza das Nações, de Adam Smith. O único item que não registrava lance era a medalha do Nobel de 1974. Pedida mínima: £ 280 mil.
Brexit
Solução ao impasse da fronteira irlandesa
É simples resolver a controvérsia em torno da fronteira entre as Irlandas, que emperra o divórcio de Reino Unido e União Europeia (UE). De acordo com Anthony Barnett, autor de The Lure of Greatness (“O engodo da grandeza”), bastaria submeter a situação pós-2020 a plebiscito em toda a ilha irlandesa, no espírito do Acordo de Sexta-Feira Santa, de 1998. Se a maioria quiser fronteira livre, seria criada uma alfândega entre Irlanda do Norte e Grã-Bretanha. Caso contrário, a fronteira entre as Irlandas seria restabelecida. A do Norte, diz Barnett, já tem status diferente dos demais países do Reino Unido. A dificuldade do plano é outra: a Escócia, onde o Brexit foi derrotado por margem maior, poderia exigir o mesmo tratamento.
Economia
Brexit exportou 10% dos ativos da City, diz estudo
De 269 instituições financeiras estabelecidas na City londrina, 250 criaram novos centros de negócios na Europa e levaram £ 800 bilhões em ativos para fora do país (quase 10% do sistema bancário britânico), revela o Financial Brexitometer, a análise mais abrangente do Brexit no mercado financeiro. “Tais números subestimam significativamente o quadro real”, afirma o relatório.