MOSCOU - O presidente russo, Vladimir Putin, convidou os chanceleres da Armênia e do Azerbaijão a irem a Moscou nesta sexta-feira, 8, para negociações de paz e pediu a suspensão dos combates na região separatista de Nagorno-Karabakh por motivos humanitários, anunciou o Kremlin na noite desta quinta-feira, 8.
"Em 9 de outubro (data local), os ministros das Relações Exteriores do Azerbaijão e da Armênia estão convidados a Moscou para consultas" com a mediação da diplomacia russa, afirmou o Kremlin em um comunicado.
"O presidente da Rússia pede para parar os combates em Nagorno-Karabakh por razões humanitárias para trocar os corpos dos mortos e prisioneiros", acrescentou o Kremlin, que especificou que Putin conversou com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, e com o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan.
Até a noite desta quinta-feira, Erevan e Baku não tinham reagido ao anúncio e não ficou claro se os dois chefes da diplomacia de ambos os países aceitaram o convite de Moscou.
O ministro das Relações Exteriores do Azerbaijão, Ceyhun Bayramov, esteve em Genebra para se reunir com o Grupo de Minsk (Rússia, França, Estados Unidos), encarregado da mediação internacional neste antigo conflito de mais de 30 anos. O chefe da diplomacia armênia será recebido em Moscou na segunda-feira pelo chanceler russo, Serguei Lavrov.
Seu navegador não suporta esse video.
A Armênia acusou a Turquia de causar o conflito em Nagorno-Karabakh. A afirmação é do primeiro-ministro armênio em entrevista à Agência France Presse. Os confrontos que eclodiram em 27 de setembro desencadearam uma das crises mais graves desde o cessar-fogo de 1994.
Desde 27 de setembro, separatistas armênios da autoproclamada República de Nagorno-Karabakh e forças do Azerbaijão entraram em confronto novamente neste enclave. O saldo oficial é de 300 a 400 mortos, cerca de cinquenta deles civis.
Esse balanço, no entanto, pode ser maior, já que cada lado afirma ter eliminado milhares de soldados inimigos. Até agora, vários pedidos de trégua da comunidade internacional foram em vão./AFP