Resolução da Unesco sobre muro irrita Israel 


Texto trata local sagrado com o nome muçulmano, negando a importância para a religião judaica 

Por Andrei Netto Correspondente e Paris

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) aprovou ontem uma resolução apresentada pelos palestinos criticando Israel por restringir o acesso de muçulmanos a um local sagrado em Jerusalém e se referindo à área somente por seu nome muçulmano. O texto foi aprovado por 24 países, entre eles Brasil, Rússia e China, e rejeitado por outros 6, entre os quais EUA, Reino Unido, Alemanha e Holanda. Outros 26 países se abstiveram, incluindo a França. 

A resolução causou polêmica em Israel porque usa nomes árabe para se referir a locais sagrados, incluindo o Muro das Lamentações. Na interpretação das autoridades e da imprensa israelense, o texto nega a importância do local para a religião judaica ao se referir ao muro e localidades adjacentes, como a Mesquita de Al-Aqsa, pela nomenclatura pela qual é conhecida no mundo muçulmano. O texto reafirma a importância da Cidade Velha para as três religiões monoteístas – o judaísmo, o cristianismo e o islamismo –, mas teria tomado partido “anti-Israel” ao ignorar os laços dos judeus com o sítio.

Judeus ultraortodoxos celebram festividade religiosa no Muro das Lamentações Foto: EFE/Abir Sultan
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A moção foi apresentada por países árabes que apoiam a causa palestina, entre eles Egito, Marrocos, Argélia, Líbano, Omã, Catar e Sudão. Um texto similar já havia sido aprovado em 14 de abril, então com o apoio da França. Mas o governo de François Hollande orientou sua representação diplomática a mudar o voto ontem. 

Já o Brasil, que havia votado a favor em abril, voltou a votar a favor ontem, uma fonte diplomática revelou ao Estado. Segundo o representante brasileiro, o presidente Michel Temer chegou a ser consultado sobre o assunto pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra. 

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Um dos primeiros compromissos do chefe de Governo israelense, Benjamin Netanyahu, depois de reeleito nas legislativas de terça-feira foi visitar o Muro das Lamentações, considerado o lugar mais sagrado para o judaísmo

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O Brasil votou favoravelmente à resolução, mesmo considerando o texto “inadequado”, por estimar que ele trouxe avanços em relação ao que havia sido aprovado na última sessão do Conselho Executivo. “O reconhecimento dos laços históricos entre cristãos, judeus e muçulmanos com a Cidade Velha de Jerusalém e Belém e Hebron é um primeiro passo para uma abordagem aberta e construtiva a este tema”, diz o voto do governo brasileiro, ao qual o Estado teve acesso. A inclusão desse tema no artigo 3 da resolução foi considerada importante e vista como uma resposta às preocupações expressas pelo governo brasileiro em junho. 

“No entanto, continuamos a trabalhar, aqui e em outras organizações internacionais, para que as decisões futuras sejam equilibradas e imparciais”, afirma o voto. “E estamos especialmente preocupados com as decisões dos organismos internacionais que responsabilizam apenas um lado pelo ciclo de violência que assola a região.”

Em Israel, o texto provocou a ira do governo do premiê Binyamin Netanyahu. “Hoje essa organização tomou sua decisão mais bizarra, que estipula que o povo de Israel não tem nenhum vínculo com o Muro das Lamentações”, argumentou. A aprovação definitiva do texto depende de votação na terça-feira do Conselho Executivo da Unesco, integrado pelo Brasil. / COLABOROU LU AIKO OTTA

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) aprovou ontem uma resolução apresentada pelos palestinos criticando Israel por restringir o acesso de muçulmanos a um local sagrado em Jerusalém e se referindo à área somente por seu nome muçulmano. O texto foi aprovado por 24 países, entre eles Brasil, Rússia e China, e rejeitado por outros 6, entre os quais EUA, Reino Unido, Alemanha e Holanda. Outros 26 países se abstiveram, incluindo a França. 

A resolução causou polêmica em Israel porque usa nomes árabe para se referir a locais sagrados, incluindo o Muro das Lamentações. Na interpretação das autoridades e da imprensa israelense, o texto nega a importância do local para a religião judaica ao se referir ao muro e localidades adjacentes, como a Mesquita de Al-Aqsa, pela nomenclatura pela qual é conhecida no mundo muçulmano. O texto reafirma a importância da Cidade Velha para as três religiões monoteístas – o judaísmo, o cristianismo e o islamismo –, mas teria tomado partido “anti-Israel” ao ignorar os laços dos judeus com o sítio.

Judeus ultraortodoxos celebram festividade religiosa no Muro das Lamentações Foto: EFE/Abir Sultan

A moção foi apresentada por países árabes que apoiam a causa palestina, entre eles Egito, Marrocos, Argélia, Líbano, Omã, Catar e Sudão. Um texto similar já havia sido aprovado em 14 de abril, então com o apoio da França. Mas o governo de François Hollande orientou sua representação diplomática a mudar o voto ontem. 

Já o Brasil, que havia votado a favor em abril, voltou a votar a favor ontem, uma fonte diplomática revelou ao Estado. Segundo o representante brasileiro, o presidente Michel Temer chegou a ser consultado sobre o assunto pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra. 

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Um dos primeiros compromissos do chefe de Governo israelense, Benjamin Netanyahu, depois de reeleito nas legislativas de terça-feira foi visitar o Muro das Lamentações, considerado o lugar mais sagrado para o judaísmo

O Brasil votou favoravelmente à resolução, mesmo considerando o texto “inadequado”, por estimar que ele trouxe avanços em relação ao que havia sido aprovado na última sessão do Conselho Executivo. “O reconhecimento dos laços históricos entre cristãos, judeus e muçulmanos com a Cidade Velha de Jerusalém e Belém e Hebron é um primeiro passo para uma abordagem aberta e construtiva a este tema”, diz o voto do governo brasileiro, ao qual o Estado teve acesso. A inclusão desse tema no artigo 3 da resolução foi considerada importante e vista como uma resposta às preocupações expressas pelo governo brasileiro em junho. 

“No entanto, continuamos a trabalhar, aqui e em outras organizações internacionais, para que as decisões futuras sejam equilibradas e imparciais”, afirma o voto. “E estamos especialmente preocupados com as decisões dos organismos internacionais que responsabilizam apenas um lado pelo ciclo de violência que assola a região.”

Em Israel, o texto provocou a ira do governo do premiê Binyamin Netanyahu. “Hoje essa organização tomou sua decisão mais bizarra, que estipula que o povo de Israel não tem nenhum vínculo com o Muro das Lamentações”, argumentou. A aprovação definitiva do texto depende de votação na terça-feira do Conselho Executivo da Unesco, integrado pelo Brasil. / COLABOROU LU AIKO OTTA

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) aprovou ontem uma resolução apresentada pelos palestinos criticando Israel por restringir o acesso de muçulmanos a um local sagrado em Jerusalém e se referindo à área somente por seu nome muçulmano. O texto foi aprovado por 24 países, entre eles Brasil, Rússia e China, e rejeitado por outros 6, entre os quais EUA, Reino Unido, Alemanha e Holanda. Outros 26 países se abstiveram, incluindo a França. 

A resolução causou polêmica em Israel porque usa nomes árabe para se referir a locais sagrados, incluindo o Muro das Lamentações. Na interpretação das autoridades e da imprensa israelense, o texto nega a importância do local para a religião judaica ao se referir ao muro e localidades adjacentes, como a Mesquita de Al-Aqsa, pela nomenclatura pela qual é conhecida no mundo muçulmano. O texto reafirma a importância da Cidade Velha para as três religiões monoteístas – o judaísmo, o cristianismo e o islamismo –, mas teria tomado partido “anti-Israel” ao ignorar os laços dos judeus com o sítio.

Judeus ultraortodoxos celebram festividade religiosa no Muro das Lamentações Foto: EFE/Abir Sultan

A moção foi apresentada por países árabes que apoiam a causa palestina, entre eles Egito, Marrocos, Argélia, Líbano, Omã, Catar e Sudão. Um texto similar já havia sido aprovado em 14 de abril, então com o apoio da França. Mas o governo de François Hollande orientou sua representação diplomática a mudar o voto ontem. 

Já o Brasil, que havia votado a favor em abril, voltou a votar a favor ontem, uma fonte diplomática revelou ao Estado. Segundo o representante brasileiro, o presidente Michel Temer chegou a ser consultado sobre o assunto pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra. 

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Um dos primeiros compromissos do chefe de Governo israelense, Benjamin Netanyahu, depois de reeleito nas legislativas de terça-feira foi visitar o Muro das Lamentações, considerado o lugar mais sagrado para o judaísmo

O Brasil votou favoravelmente à resolução, mesmo considerando o texto “inadequado”, por estimar que ele trouxe avanços em relação ao que havia sido aprovado na última sessão do Conselho Executivo. “O reconhecimento dos laços históricos entre cristãos, judeus e muçulmanos com a Cidade Velha de Jerusalém e Belém e Hebron é um primeiro passo para uma abordagem aberta e construtiva a este tema”, diz o voto do governo brasileiro, ao qual o Estado teve acesso. A inclusão desse tema no artigo 3 da resolução foi considerada importante e vista como uma resposta às preocupações expressas pelo governo brasileiro em junho. 

“No entanto, continuamos a trabalhar, aqui e em outras organizações internacionais, para que as decisões futuras sejam equilibradas e imparciais”, afirma o voto. “E estamos especialmente preocupados com as decisões dos organismos internacionais que responsabilizam apenas um lado pelo ciclo de violência que assola a região.”

Em Israel, o texto provocou a ira do governo do premiê Binyamin Netanyahu. “Hoje essa organização tomou sua decisão mais bizarra, que estipula que o povo de Israel não tem nenhum vínculo com o Muro das Lamentações”, argumentou. A aprovação definitiva do texto depende de votação na terça-feira do Conselho Executivo da Unesco, integrado pelo Brasil. / COLABOROU LU AIKO OTTA

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) aprovou ontem uma resolução apresentada pelos palestinos criticando Israel por restringir o acesso de muçulmanos a um local sagrado em Jerusalém e se referindo à área somente por seu nome muçulmano. O texto foi aprovado por 24 países, entre eles Brasil, Rússia e China, e rejeitado por outros 6, entre os quais EUA, Reino Unido, Alemanha e Holanda. Outros 26 países se abstiveram, incluindo a França. 

A resolução causou polêmica em Israel porque usa nomes árabe para se referir a locais sagrados, incluindo o Muro das Lamentações. Na interpretação das autoridades e da imprensa israelense, o texto nega a importância do local para a religião judaica ao se referir ao muro e localidades adjacentes, como a Mesquita de Al-Aqsa, pela nomenclatura pela qual é conhecida no mundo muçulmano. O texto reafirma a importância da Cidade Velha para as três religiões monoteístas – o judaísmo, o cristianismo e o islamismo –, mas teria tomado partido “anti-Israel” ao ignorar os laços dos judeus com o sítio.

Judeus ultraortodoxos celebram festividade religiosa no Muro das Lamentações Foto: EFE/Abir Sultan

A moção foi apresentada por países árabes que apoiam a causa palestina, entre eles Egito, Marrocos, Argélia, Líbano, Omã, Catar e Sudão. Um texto similar já havia sido aprovado em 14 de abril, então com o apoio da França. Mas o governo de François Hollande orientou sua representação diplomática a mudar o voto ontem. 

Já o Brasil, que havia votado a favor em abril, voltou a votar a favor ontem, uma fonte diplomática revelou ao Estado. Segundo o representante brasileiro, o presidente Michel Temer chegou a ser consultado sobre o assunto pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra. 

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Um dos primeiros compromissos do chefe de Governo israelense, Benjamin Netanyahu, depois de reeleito nas legislativas de terça-feira foi visitar o Muro das Lamentações, considerado o lugar mais sagrado para o judaísmo

O Brasil votou favoravelmente à resolução, mesmo considerando o texto “inadequado”, por estimar que ele trouxe avanços em relação ao que havia sido aprovado na última sessão do Conselho Executivo. “O reconhecimento dos laços históricos entre cristãos, judeus e muçulmanos com a Cidade Velha de Jerusalém e Belém e Hebron é um primeiro passo para uma abordagem aberta e construtiva a este tema”, diz o voto do governo brasileiro, ao qual o Estado teve acesso. A inclusão desse tema no artigo 3 da resolução foi considerada importante e vista como uma resposta às preocupações expressas pelo governo brasileiro em junho. 

“No entanto, continuamos a trabalhar, aqui e em outras organizações internacionais, para que as decisões futuras sejam equilibradas e imparciais”, afirma o voto. “E estamos especialmente preocupados com as decisões dos organismos internacionais que responsabilizam apenas um lado pelo ciclo de violência que assola a região.”

Em Israel, o texto provocou a ira do governo do premiê Binyamin Netanyahu. “Hoje essa organização tomou sua decisão mais bizarra, que estipula que o povo de Israel não tem nenhum vínculo com o Muro das Lamentações”, argumentou. A aprovação definitiva do texto depende de votação na terça-feira do Conselho Executivo da Unesco, integrado pelo Brasil. / COLABOROU LU AIKO OTTA

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