Tensão aumenta em Honduras e golpistas ameaçam embaixada


Zelaya chama população para 'ofensiva' final; governo interino pode tirar imunidade de representação brasileira

Por Redação

O clima em Honduras ficou mais tenso neste domingo, 27, depois que os dois lados do conflito deram sinais de que não irão retroceder em suas posições.

 

Instalado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa há uma semana, o presidente deposto Manuel Zelaya conclamou seus partidários a protestarem na capital, no que chamou de uma ofensiva final contra os golpistas. O governo interino, por sua vez, ameaçou retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira caso o Brasil não esclareça em dez dias qual é o status do presidente deposto.

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"Se o status de Zelaya não for definido dentro de 10 dias, a embaixada vai perder sua condição diplomática", disse o ministro das Relações Exteriores do governo interino, Carlos López Contreras, em uma entrevista coletiva.

 

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"Por cortesia, uma invasão ao local não está sendo considerada", afirmou. López Contreras disse ainda que a embaixada vai se tornar uma residência privada.

 

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Antes mesmo da ameaça à embaixada brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia rejeitado o ultimato. Em entrevista coletiva concedida em Ilha Margarita, na Venezuela, onde participou da 2ª Cúpula América do Sul-África, Lula disse que não aceitaria o ultimato de um governo "golpista", e que o Brasil não negociaria com quem "usurpou o poder".

 

"O governo brasileiro não acata ultimato de golpista, e nem o reconheço como governo", afirmou o presidente. "A palavra correta é golpista. Usurpador de poder. Essa é a palavra correta, e o governo brasileiro não negocia com ele."

 

Lula explicou ainda que o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorin, pediu a Zelaya que não incite a violência a partir da embaixada brasileira.

 

"Se o Zelaya extrapolar, vamos chamá-lo e dizer que não é politicamente correto utilizar a embaixada brasileira para ficar fazendo incitação a qualquer coisa além do espaço democrático que nós estamos dando para ele", disse Lula.

 

Ainda assim, em um comunicado lido em uma rádio local, Zelaya chamou seus seguidores para se reunir em uma "ofensiva final" em Tegucigalpa para pressionar por sua restituição.

 

Neste domingo, trabalhadores rurais de Honduras se dirigiam para a capital em apoio a Zelaya. O objetivo é organizar um protesto contra o governo de facto, liderado por Roberto Micheletti, nesta segunda-feira, 29.

 

Zelaya foi deposto e expulso de Honduras em 28 de junho. Na última segunda-feira, ele retornou ao país sem a autorização do governo interino, que cobra a sua prisão, e se refugiou na embaixada brasileira em Tegucigalpa.

 

O prazo de 10 dias para que o Brasil defina a situação do presidente deposto havia sido determinado pelo governo interino ainda na noite de sábado. No entanto, apenas na tarde deste domingo o governo esclareceu as medidas que pretende tomar caso o Brasil não cumpra suas exigências.

 

Restrições

 

O governo interino de Honduras não é reconhecido pela comunidade internacional.

 

A ameaça de revogar as credenciais diplomáticas do Brasil foi feita no mesmo dia em que um grupo de diplomatas da Organização dos Estados Americanos (OEA) foi impedido de entrar em Honduras.

 

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos de Honduras, Armando Veloz, os diplomatas vinham de El Salvador e, pouco depois de desembarcar no aeroporto de Tegucigalpa, foram impedidos de entrar no país.

 

O grupo iria preparar a chegada da missão principal da OEA, formada por 15 diplomatas e prevista para terça-feira, que vai tentar negociar uma solução para a crise política em Honduras.

 

Também neste domingo, a emissora de televisão oposicionista Canal 36 e a Rádio Globo de Honduras afirmaram que o governo interino aprovou um decreto para restringir as liberdades individuais e de imprensa por 45 dias. O Canal 36 saiu do ar na tarde deste domingo.

 

Eleições

 

Lula disse que a saída para a crise em Honduras depende das Nações Unidas e da OEA, "que exigiram a restituição imediata e incondicional de Zelaya à Presidência".

 

O presidente disse ainda que o governo brasileiro acatará qualquer pedido feito por esses organismos em relação à crise política em Honduras.

 

Lula também voltou a afirmar que a saída para a crise é a restituição de Zelaya à Presidência e a realização de eleições.

 

"Seria muito mais fácil resolver tudo isso se o Micheletti pedir desculpas, for embora, permitir que o presidente eleito volte, convocar eleições. Porque o povo de Honduras vivia em paz até então", afirmou.

 

O presidente disse que, caso contrário, a crise permanecerá, porque nenhum país reconhecerá a legitimidade do presidente que for eleito em um pleito organizado pelo governo interino.

 

As eleições gerais em Honduras estão marcadas para 29 de novembro. Dos seis candidatos presidenciais inscritos, quatro se mantêm na disputa. Os outros dois, representantes da esquerda, afirmam que não participarão do pleito se a ordem constitucional não for restituída com o regresso de Zelaya ao poder.

O clima em Honduras ficou mais tenso neste domingo, 27, depois que os dois lados do conflito deram sinais de que não irão retroceder em suas posições.

 

Instalado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa há uma semana, o presidente deposto Manuel Zelaya conclamou seus partidários a protestarem na capital, no que chamou de uma ofensiva final contra os golpistas. O governo interino, por sua vez, ameaçou retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira caso o Brasil não esclareça em dez dias qual é o status do presidente deposto.

 

"Se o status de Zelaya não for definido dentro de 10 dias, a embaixada vai perder sua condição diplomática", disse o ministro das Relações Exteriores do governo interino, Carlos López Contreras, em uma entrevista coletiva.

 

"Por cortesia, uma invasão ao local não está sendo considerada", afirmou. López Contreras disse ainda que a embaixada vai se tornar uma residência privada.

 

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"O governo brasileiro não acata ultimato de golpista, e nem o reconheço como governo", afirmou o presidente. "A palavra correta é golpista. Usurpador de poder. Essa é a palavra correta, e o governo brasileiro não negocia com ele."

 

Lula explicou ainda que o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorin, pediu a Zelaya que não incite a violência a partir da embaixada brasileira.

 

"Se o Zelaya extrapolar, vamos chamá-lo e dizer que não é politicamente correto utilizar a embaixada brasileira para ficar fazendo incitação a qualquer coisa além do espaço democrático que nós estamos dando para ele", disse Lula.

 

Ainda assim, em um comunicado lido em uma rádio local, Zelaya chamou seus seguidores para se reunir em uma "ofensiva final" em Tegucigalpa para pressionar por sua restituição.

 

Neste domingo, trabalhadores rurais de Honduras se dirigiam para a capital em apoio a Zelaya. O objetivo é organizar um protesto contra o governo de facto, liderado por Roberto Micheletti, nesta segunda-feira, 29.

 

Zelaya foi deposto e expulso de Honduras em 28 de junho. Na última segunda-feira, ele retornou ao país sem a autorização do governo interino, que cobra a sua prisão, e se refugiou na embaixada brasileira em Tegucigalpa.

 

O prazo de 10 dias para que o Brasil defina a situação do presidente deposto havia sido determinado pelo governo interino ainda na noite de sábado. No entanto, apenas na tarde deste domingo o governo esclareceu as medidas que pretende tomar caso o Brasil não cumpra suas exigências.

 

Restrições

 

O governo interino de Honduras não é reconhecido pela comunidade internacional.

 

A ameaça de revogar as credenciais diplomáticas do Brasil foi feita no mesmo dia em que um grupo de diplomatas da Organização dos Estados Americanos (OEA) foi impedido de entrar em Honduras.

 

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos de Honduras, Armando Veloz, os diplomatas vinham de El Salvador e, pouco depois de desembarcar no aeroporto de Tegucigalpa, foram impedidos de entrar no país.

 

O grupo iria preparar a chegada da missão principal da OEA, formada por 15 diplomatas e prevista para terça-feira, que vai tentar negociar uma solução para a crise política em Honduras.

 

Também neste domingo, a emissora de televisão oposicionista Canal 36 e a Rádio Globo de Honduras afirmaram que o governo interino aprovou um decreto para restringir as liberdades individuais e de imprensa por 45 dias. O Canal 36 saiu do ar na tarde deste domingo.

 

Eleições

 

Lula disse que a saída para a crise em Honduras depende das Nações Unidas e da OEA, "que exigiram a restituição imediata e incondicional de Zelaya à Presidência".

 

O presidente disse ainda que o governo brasileiro acatará qualquer pedido feito por esses organismos em relação à crise política em Honduras.

 

Lula também voltou a afirmar que a saída para a crise é a restituição de Zelaya à Presidência e a realização de eleições.

 

"Seria muito mais fácil resolver tudo isso se o Micheletti pedir desculpas, for embora, permitir que o presidente eleito volte, convocar eleições. Porque o povo de Honduras vivia em paz até então", afirmou.

 

O presidente disse que, caso contrário, a crise permanecerá, porque nenhum país reconhecerá a legitimidade do presidente que for eleito em um pleito organizado pelo governo interino.

 

As eleições gerais em Honduras estão marcadas para 29 de novembro. Dos seis candidatos presidenciais inscritos, quatro se mantêm na disputa. Os outros dois, representantes da esquerda, afirmam que não participarão do pleito se a ordem constitucional não for restituída com o regresso de Zelaya ao poder.

O clima em Honduras ficou mais tenso neste domingo, 27, depois que os dois lados do conflito deram sinais de que não irão retroceder em suas posições.

 

Instalado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa há uma semana, o presidente deposto Manuel Zelaya conclamou seus partidários a protestarem na capital, no que chamou de uma ofensiva final contra os golpistas. O governo interino, por sua vez, ameaçou retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira caso o Brasil não esclareça em dez dias qual é o status do presidente deposto.

 

"Se o status de Zelaya não for definido dentro de 10 dias, a embaixada vai perder sua condição diplomática", disse o ministro das Relações Exteriores do governo interino, Carlos López Contreras, em uma entrevista coletiva.

 

"Por cortesia, uma invasão ao local não está sendo considerada", afirmou. López Contreras disse ainda que a embaixada vai se tornar uma residência privada.

 

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Antes mesmo da ameaça à embaixada brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia rejeitado o ultimato. Em entrevista coletiva concedida em Ilha Margarita, na Venezuela, onde participou da 2ª Cúpula América do Sul-África, Lula disse que não aceitaria o ultimato de um governo "golpista", e que o Brasil não negociaria com quem "usurpou o poder".

 

"O governo brasileiro não acata ultimato de golpista, e nem o reconheço como governo", afirmou o presidente. "A palavra correta é golpista. Usurpador de poder. Essa é a palavra correta, e o governo brasileiro não negocia com ele."

 

Lula explicou ainda que o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorin, pediu a Zelaya que não incite a violência a partir da embaixada brasileira.

 

"Se o Zelaya extrapolar, vamos chamá-lo e dizer que não é politicamente correto utilizar a embaixada brasileira para ficar fazendo incitação a qualquer coisa além do espaço democrático que nós estamos dando para ele", disse Lula.

 

Ainda assim, em um comunicado lido em uma rádio local, Zelaya chamou seus seguidores para se reunir em uma "ofensiva final" em Tegucigalpa para pressionar por sua restituição.

 

Neste domingo, trabalhadores rurais de Honduras se dirigiam para a capital em apoio a Zelaya. O objetivo é organizar um protesto contra o governo de facto, liderado por Roberto Micheletti, nesta segunda-feira, 29.

 

Zelaya foi deposto e expulso de Honduras em 28 de junho. Na última segunda-feira, ele retornou ao país sem a autorização do governo interino, que cobra a sua prisão, e se refugiou na embaixada brasileira em Tegucigalpa.

 

O prazo de 10 dias para que o Brasil defina a situação do presidente deposto havia sido determinado pelo governo interino ainda na noite de sábado. No entanto, apenas na tarde deste domingo o governo esclareceu as medidas que pretende tomar caso o Brasil não cumpra suas exigências.

 

Restrições

 

O governo interino de Honduras não é reconhecido pela comunidade internacional.

 

A ameaça de revogar as credenciais diplomáticas do Brasil foi feita no mesmo dia em que um grupo de diplomatas da Organização dos Estados Americanos (OEA) foi impedido de entrar em Honduras.

 

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos de Honduras, Armando Veloz, os diplomatas vinham de El Salvador e, pouco depois de desembarcar no aeroporto de Tegucigalpa, foram impedidos de entrar no país.

 

O grupo iria preparar a chegada da missão principal da OEA, formada por 15 diplomatas e prevista para terça-feira, que vai tentar negociar uma solução para a crise política em Honduras.

 

Também neste domingo, a emissora de televisão oposicionista Canal 36 e a Rádio Globo de Honduras afirmaram que o governo interino aprovou um decreto para restringir as liberdades individuais e de imprensa por 45 dias. O Canal 36 saiu do ar na tarde deste domingo.

 

Eleições

 

Lula disse que a saída para a crise em Honduras depende das Nações Unidas e da OEA, "que exigiram a restituição imediata e incondicional de Zelaya à Presidência".

 

O presidente disse ainda que o governo brasileiro acatará qualquer pedido feito por esses organismos em relação à crise política em Honduras.

 

Lula também voltou a afirmar que a saída para a crise é a restituição de Zelaya à Presidência e a realização de eleições.

 

"Seria muito mais fácil resolver tudo isso se o Micheletti pedir desculpas, for embora, permitir que o presidente eleito volte, convocar eleições. Porque o povo de Honduras vivia em paz até então", afirmou.

 

O presidente disse que, caso contrário, a crise permanecerá, porque nenhum país reconhecerá a legitimidade do presidente que for eleito em um pleito organizado pelo governo interino.

 

As eleições gerais em Honduras estão marcadas para 29 de novembro. Dos seis candidatos presidenciais inscritos, quatro se mantêm na disputa. Os outros dois, representantes da esquerda, afirmam que não participarão do pleito se a ordem constitucional não for restituída com o regresso de Zelaya ao poder.

O clima em Honduras ficou mais tenso neste domingo, 27, depois que os dois lados do conflito deram sinais de que não irão retroceder em suas posições.

 

Instalado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa há uma semana, o presidente deposto Manuel Zelaya conclamou seus partidários a protestarem na capital, no que chamou de uma ofensiva final contra os golpistas. O governo interino, por sua vez, ameaçou retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira caso o Brasil não esclareça em dez dias qual é o status do presidente deposto.

 

"Se o status de Zelaya não for definido dentro de 10 dias, a embaixada vai perder sua condição diplomática", disse o ministro das Relações Exteriores do governo interino, Carlos López Contreras, em uma entrevista coletiva.

 

"Por cortesia, uma invasão ao local não está sendo considerada", afirmou. López Contreras disse ainda que a embaixada vai se tornar uma residência privada.

 

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Entenda a origem da crise política em Honduras

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Antes mesmo da ameaça à embaixada brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia rejeitado o ultimato. Em entrevista coletiva concedida em Ilha Margarita, na Venezuela, onde participou da 2ª Cúpula América do Sul-África, Lula disse que não aceitaria o ultimato de um governo "golpista", e que o Brasil não negociaria com quem "usurpou o poder".

 

"O governo brasileiro não acata ultimato de golpista, e nem o reconheço como governo", afirmou o presidente. "A palavra correta é golpista. Usurpador de poder. Essa é a palavra correta, e o governo brasileiro não negocia com ele."

 

Lula explicou ainda que o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorin, pediu a Zelaya que não incite a violência a partir da embaixada brasileira.

 

"Se o Zelaya extrapolar, vamos chamá-lo e dizer que não é politicamente correto utilizar a embaixada brasileira para ficar fazendo incitação a qualquer coisa além do espaço democrático que nós estamos dando para ele", disse Lula.

 

Ainda assim, em um comunicado lido em uma rádio local, Zelaya chamou seus seguidores para se reunir em uma "ofensiva final" em Tegucigalpa para pressionar por sua restituição.

 

Neste domingo, trabalhadores rurais de Honduras se dirigiam para a capital em apoio a Zelaya. O objetivo é organizar um protesto contra o governo de facto, liderado por Roberto Micheletti, nesta segunda-feira, 29.

 

Zelaya foi deposto e expulso de Honduras em 28 de junho. Na última segunda-feira, ele retornou ao país sem a autorização do governo interino, que cobra a sua prisão, e se refugiou na embaixada brasileira em Tegucigalpa.

 

O prazo de 10 dias para que o Brasil defina a situação do presidente deposto havia sido determinado pelo governo interino ainda na noite de sábado. No entanto, apenas na tarde deste domingo o governo esclareceu as medidas que pretende tomar caso o Brasil não cumpra suas exigências.

 

Restrições

 

O governo interino de Honduras não é reconhecido pela comunidade internacional.

 

A ameaça de revogar as credenciais diplomáticas do Brasil foi feita no mesmo dia em que um grupo de diplomatas da Organização dos Estados Americanos (OEA) foi impedido de entrar em Honduras.

 

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos de Honduras, Armando Veloz, os diplomatas vinham de El Salvador e, pouco depois de desembarcar no aeroporto de Tegucigalpa, foram impedidos de entrar no país.

 

O grupo iria preparar a chegada da missão principal da OEA, formada por 15 diplomatas e prevista para terça-feira, que vai tentar negociar uma solução para a crise política em Honduras.

 

Também neste domingo, a emissora de televisão oposicionista Canal 36 e a Rádio Globo de Honduras afirmaram que o governo interino aprovou um decreto para restringir as liberdades individuais e de imprensa por 45 dias. O Canal 36 saiu do ar na tarde deste domingo.

 

Eleições

 

Lula disse que a saída para a crise em Honduras depende das Nações Unidas e da OEA, "que exigiram a restituição imediata e incondicional de Zelaya à Presidência".

 

O presidente disse ainda que o governo brasileiro acatará qualquer pedido feito por esses organismos em relação à crise política em Honduras.

 

Lula também voltou a afirmar que a saída para a crise é a restituição de Zelaya à Presidência e a realização de eleições.

 

"Seria muito mais fácil resolver tudo isso se o Micheletti pedir desculpas, for embora, permitir que o presidente eleito volte, convocar eleições. Porque o povo de Honduras vivia em paz até então", afirmou.

 

O presidente disse que, caso contrário, a crise permanecerá, porque nenhum país reconhecerá a legitimidade do presidente que for eleito em um pleito organizado pelo governo interino.

 

As eleições gerais em Honduras estão marcadas para 29 de novembro. Dos seis candidatos presidenciais inscritos, quatro se mantêm na disputa. Os outros dois, representantes da esquerda, afirmam que não participarão do pleito se a ordem constitucional não for restituída com o regresso de Zelaya ao poder.

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