Análise: Disfarçado, viés autoritário esteve subjacente aos atos


Em cima dos caminhões de som não se ouviram palavras de ordem pelo fechamento do Congresso ou do Supremo

Por Vera Magalhães

O cavalo de pau dos últimos dias nas pautas autoritárias e belicistas das manifestações deste domingo surtiu efeito de saneamento básico: em cima dos caminhões de som e por parte dos coordenadores (quando era possível identificá-los) não se ouviram palavras de ordem pelo fechamento do Congresso Nacional ou do Supremo Tribunal Federal.

Mas o germe havia sido plantado, e a intenção inicial de apresentar os demais Poderes como inimigos do governo Jair Bolsonaro esteve presente em faixas, pixulecos como o do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cartazes e gritos de guerra no asfalto de Norte a Sul.

Ato pró-governo Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO
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Na Paulista, epicentro desse e dos últimos grandes atos, havia muito menos gente que nas jornadas de 2013 e nas de 2015 e 2016, pelo impeachment de Dilma Rousseff. O número de pessoas foi próximo ao do ato do dia 15, contra os cortes na Educação (e, assim, antigoverno).

Mas o cálculo de participantes e a comparação com o dia 15 importam menos que o efeito das manifestações na relação entre governo e Congresso.

Os militantes foram levados a acreditar que sua presença nas ruas acuará o Centrão, em particular, e o Congresso, em geral, e os convencerá na marra a votar a reforma da Previdência, o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro e o que mais vier do Palácio do Planalto a toque de caixa.

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Não é bem assim. Embora seja verdade que, nos últimos anos, o escrutínio das ruas e das redes sociais tenha adquirido mais peso para os parlamentares, o Legislativo continua cioso de suas prerrogativas e não vai abrir mão delas em favor de um plebiscito permanente.

Se Bolsonaro achar que porque as pessoas foram às ruas ele poderá governar à revelia do Congresso, cometerá (mais) um erro crasso. É preciso que haja assessores que lhe digam que quem foi à rua é um contingente menor que o de seus próprios eleitores. Em número e em representatividade (basta ver as defecções na centro-direita).

O melhor, na verdade o único, caminho para a aprovação das iniciativas do governo continua sendo a democracia representativa. A conferir o estrago que a confrontação de ontem pode causar.

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Veja imagens das manifestações pró-Bolsonaro ao redor do Brasil

1 | 26

Rio de Janeiro (RJ)

Foto: Fábio Grellet/Estadão
2 | 26

Brasília (DF)

Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO
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Brasília (DF)

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Brasília (DF)

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Brasília (DF)

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Brasília (DF)

Foto: Dida Sampaio/Estadão
7 | 26

Belém (PA)

Foto: Rita Soares/Estadão
8 | 26

Salvador (BA)

Foto: Heliana Frazão/Estadão
9 | 26

Rio de Janeiro (RJ)

Foto: Fabio Grellet/Estadão
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Rio de Janeiro (RJ)

Foto: Fabio Grellet/Estadão
11 | 26

Rio de Janeiro (RJ)

Foto: Fabio Grellet/Estadão
12 | 26

São Paulo (SP)

Foto: ALEX SILVA /ESTADAO
13 | 26

São Paulo (SP)

Foto: Pedro Venceslau/Estadão
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São Paulo (SP)

Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO
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São Paulo (SP)

Foto: Fabio Leite/Estadão
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Brasília (DF)

Foto: Amanda Pupo/Estadão
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Brasília (DF)

Foto: Amanda Pupo/Estadão
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Rio de Janeiro (RJ)

Foto: Fabio Grellet/Estadão
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Rio de Janeiro (RJ)

Foto: Fábio Grellet/Estadão
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Belo Horizonte (MG)

Foto: Leonardo Augusto/Estadão
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Rio de Janeiro (RJ)

Foto: Fábio Grellet/Estadão
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Salvador (BA)

Foto: Heliana Frazão/Estadão
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Brasília (DF)

Foto: Amanda Pupo/Estadão
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Belo Horizonte (MG)

Foto: Leonardo Augusto/Estadão
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Curitiba (PR)

Foto: Julio Cesar Lima/Estadão
26 | 26

Porto Alegre (RS)

Foto: Luciano Nagel/Estadão

O cavalo de pau dos últimos dias nas pautas autoritárias e belicistas das manifestações deste domingo surtiu efeito de saneamento básico: em cima dos caminhões de som e por parte dos coordenadores (quando era possível identificá-los) não se ouviram palavras de ordem pelo fechamento do Congresso Nacional ou do Supremo Tribunal Federal.

Mas o germe havia sido plantado, e a intenção inicial de apresentar os demais Poderes como inimigos do governo Jair Bolsonaro esteve presente em faixas, pixulecos como o do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cartazes e gritos de guerra no asfalto de Norte a Sul.

Ato pró-governo Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO

Na Paulista, epicentro desse e dos últimos grandes atos, havia muito menos gente que nas jornadas de 2013 e nas de 2015 e 2016, pelo impeachment de Dilma Rousseff. O número de pessoas foi próximo ao do ato do dia 15, contra os cortes na Educação (e, assim, antigoverno).

Mas o cálculo de participantes e a comparação com o dia 15 importam menos que o efeito das manifestações na relação entre governo e Congresso.

Os militantes foram levados a acreditar que sua presença nas ruas acuará o Centrão, em particular, e o Congresso, em geral, e os convencerá na marra a votar a reforma da Previdência, o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro e o que mais vier do Palácio do Planalto a toque de caixa.

Não é bem assim. Embora seja verdade que, nos últimos anos, o escrutínio das ruas e das redes sociais tenha adquirido mais peso para os parlamentares, o Legislativo continua cioso de suas prerrogativas e não vai abrir mão delas em favor de um plebiscito permanente.

Se Bolsonaro achar que porque as pessoas foram às ruas ele poderá governar à revelia do Congresso, cometerá (mais) um erro crasso. É preciso que haja assessores que lhe digam que quem foi à rua é um contingente menor que o de seus próprios eleitores. Em número e em representatividade (basta ver as defecções na centro-direita).

O melhor, na verdade o único, caminho para a aprovação das iniciativas do governo continua sendo a democracia representativa. A conferir o estrago que a confrontação de ontem pode causar.

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Brasília (DF)

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Brasília (DF)

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Belém (PA)

Foto: Rita Soares/Estadão
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Salvador (BA)

Foto: Heliana Frazão/Estadão
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Rio de Janeiro (RJ)

Foto: Fabio Grellet/Estadão
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Rio de Janeiro (RJ)

Foto: Fabio Grellet/Estadão
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Foto: ALEX SILVA /ESTADAO
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Foto: Amanda Pupo/Estadão
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Foto: Fabio Grellet/Estadão
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Foto: Julio Cesar Lima/Estadão
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Porto Alegre (RS)

Foto: Luciano Nagel/Estadão

O cavalo de pau dos últimos dias nas pautas autoritárias e belicistas das manifestações deste domingo surtiu efeito de saneamento básico: em cima dos caminhões de som e por parte dos coordenadores (quando era possível identificá-los) não se ouviram palavras de ordem pelo fechamento do Congresso Nacional ou do Supremo Tribunal Federal.

Mas o germe havia sido plantado, e a intenção inicial de apresentar os demais Poderes como inimigos do governo Jair Bolsonaro esteve presente em faixas, pixulecos como o do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cartazes e gritos de guerra no asfalto de Norte a Sul.

Ato pró-governo Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO

Na Paulista, epicentro desse e dos últimos grandes atos, havia muito menos gente que nas jornadas de 2013 e nas de 2015 e 2016, pelo impeachment de Dilma Rousseff. O número de pessoas foi próximo ao do ato do dia 15, contra os cortes na Educação (e, assim, antigoverno).

Mas o cálculo de participantes e a comparação com o dia 15 importam menos que o efeito das manifestações na relação entre governo e Congresso.

Os militantes foram levados a acreditar que sua presença nas ruas acuará o Centrão, em particular, e o Congresso, em geral, e os convencerá na marra a votar a reforma da Previdência, o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro e o que mais vier do Palácio do Planalto a toque de caixa.

Não é bem assim. Embora seja verdade que, nos últimos anos, o escrutínio das ruas e das redes sociais tenha adquirido mais peso para os parlamentares, o Legislativo continua cioso de suas prerrogativas e não vai abrir mão delas em favor de um plebiscito permanente.

Se Bolsonaro achar que porque as pessoas foram às ruas ele poderá governar à revelia do Congresso, cometerá (mais) um erro crasso. É preciso que haja assessores que lhe digam que quem foi à rua é um contingente menor que o de seus próprios eleitores. Em número e em representatividade (basta ver as defecções na centro-direita).

O melhor, na verdade o único, caminho para a aprovação das iniciativas do governo continua sendo a democracia representativa. A conferir o estrago que a confrontação de ontem pode causar.

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Mas o germe havia sido plantado, e a intenção inicial de apresentar os demais Poderes como inimigos do governo Jair Bolsonaro esteve presente em faixas, pixulecos como o do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cartazes e gritos de guerra no asfalto de Norte a Sul.

Ato pró-governo Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO

Na Paulista, epicentro desse e dos últimos grandes atos, havia muito menos gente que nas jornadas de 2013 e nas de 2015 e 2016, pelo impeachment de Dilma Rousseff. O número de pessoas foi próximo ao do ato do dia 15, contra os cortes na Educação (e, assim, antigoverno).

Mas o cálculo de participantes e a comparação com o dia 15 importam menos que o efeito das manifestações na relação entre governo e Congresso.

Os militantes foram levados a acreditar que sua presença nas ruas acuará o Centrão, em particular, e o Congresso, em geral, e os convencerá na marra a votar a reforma da Previdência, o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro e o que mais vier do Palácio do Planalto a toque de caixa.

Não é bem assim. Embora seja verdade que, nos últimos anos, o escrutínio das ruas e das redes sociais tenha adquirido mais peso para os parlamentares, o Legislativo continua cioso de suas prerrogativas e não vai abrir mão delas em favor de um plebiscito permanente.

Se Bolsonaro achar que porque as pessoas foram às ruas ele poderá governar à revelia do Congresso, cometerá (mais) um erro crasso. É preciso que haja assessores que lhe digam que quem foi à rua é um contingente menor que o de seus próprios eleitores. Em número e em representatividade (basta ver as defecções na centro-direita).

O melhor, na verdade o único, caminho para a aprovação das iniciativas do governo continua sendo a democracia representativa. A conferir o estrago que a confrontação de ontem pode causar.

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