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Ministra do STJ vê 'fundados indícios' que põem governador do Acre no centro de esquema de corrupção e desvios de R$ 16 milhões


Em despacho de 85 páginas que autorizou a terceira fase da Operação Ptolomeu, na quinta-feira, 9, Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, detalha a atuação de Gladson Cameli, principal investigado da Polícia Federal; Leia aqui toda a decisão e os fundamentos da ministra

Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Gladson Cameli é investigado na Operação Ptolomeu. Foto: Diego Gurgel/Governo do Acre

Ao autorizar a terceira fase da Operação Ptolomeu, que levou ao afastamento de 25 servidores do Governo do Acre investigados por desvios em contratos públicos, a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmou ver 'fundados indícios' de que o governador Gladson Cameli (PP) está por trás do suposto esquema de corrupção e seria o principal beneficiário do dinheiro apropriado.

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"A Polícia Federal, auxiliada pela CGU (Controladoria-Geral da União), adotou técnicas avançadas de investigação e conseguiu, em curto espaço de tempo, produzir vasto material que aponta, em juízo superficial de cognição, para a existência do fumus comissi delicti, concretizado por meio de escuso esquema de dilapidação do erário", diz um trecho da decisão de Nancy.

A ministra Nancy Andrighi é relatora da Operação Ptolomeu. Foto: Estadão
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Além do afastamento dos servidores, pelo prazo inicial de 90 dias, a ministra suspendeu pelo mesmo período as atividades econômicas de empreiteiras ligadas a familiares do governador e autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão, o bloqueio de bens e o afastamento do sigilo bancário e fiscal dos investigados.

A Polícia Federal (PF) pediu a decretação de prisões preventivas, o que foi negado pela ministra. Ela também decidiu manter Cameli nas funções com a justificava de que não há indicativos de que o governador tenha tentado usar o cargo para obstruir as investigações.

Ministra negou pedido para afastar governador do Acre. Foto: Reprodução
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Desde que a primeira fase da Operação Ptolomeu foi aberta, em dezembro de 2020, a Polícia Federal produziu 58 relatórios e interrogou dezenas de pessoas. As provas reunidas levaram à abertura de pelo menos seis novas frentes de investigação sobre 'cases' distintos.

Para os investigações, o governador é o 'líder' de uma 'estrutura ordenada' de corrupção formada por quatro núcleos:

- Político, integrado por servidores comissionados de alto escalão do Poder Executivo nomeados por Cameli;

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- Familiar, formado por parentes do governador, inclusive o pai dele, Eládio Messias Cameli, e o irmão Gledson de Lima Cameli;

- Empresarial, do qual fariam parte as empresas Construtora Etam Ltda, Construtora Colorado Ltda, Construtora Rio Negro, Marmud Cameli & Cia Ltda e CZS Engenharia, ligadas a familiares do governador, que seriam usadas para desviar recursos de contratos com o poder público;

- Operacional, formado por pessoas físicas supostamente usadas para operacionalizar a lavagem do dinheiro desviado, por meio de operações com veículos e aeronaves, empresas interpostas, bancárias, imobiliárias e doações em espécie.

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Gladson Cameli é apontado como liderança e principal beneficiário do suposto esquema. Foto: Reprodução

O governador também é apontado como 'beneficiário central' dos supostos desvios e, segundo a investigação, comprou imóveis, carros e aeronaves com dinheiro público.

Relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que o prejuízo para os cofres do Acre podem chegar a mais de R$ 16,3 milhões.

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Os investigados podem responder por crimes contra a administração pública, de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

COM A PALAVRA, O GOVERNADOR DO ACRE

Quando a terceira fase da Operação Ptolomeu foi deflagrada na quinta-feira, 9, o governador do Acre, Gladson Cameli, divulgou nota em que afirmou:

"A respeito das ações da Operação Ptolomeu, promovida pela Polícia Federal, o governador do Acre, Gladson Cameli, tem a declarar que:

"Essa é mais uma etapa da operação de mesmo nome. Com o andamento do processo, o governador confia que tudo será apurado e esclarecido;

Mais uma vez, o governador se coloca à disposição das autoridades, colaborando com mais essa etapa das investigações;

O governador reafirma o seu apoio e confiança na Justiça, para que a verdade sempre prevaleça."

Gladson Cameli é investigado na Operação Ptolomeu. Foto: Diego Gurgel/Governo do Acre

Ao autorizar a terceira fase da Operação Ptolomeu, que levou ao afastamento de 25 servidores do Governo do Acre investigados por desvios em contratos públicos, a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmou ver 'fundados indícios' de que o governador Gladson Cameli (PP) está por trás do suposto esquema de corrupção e seria o principal beneficiário do dinheiro apropriado.

"A Polícia Federal, auxiliada pela CGU (Controladoria-Geral da União), adotou técnicas avançadas de investigação e conseguiu, em curto espaço de tempo, produzir vasto material que aponta, em juízo superficial de cognição, para a existência do fumus comissi delicti, concretizado por meio de escuso esquema de dilapidação do erário", diz um trecho da decisão de Nancy.

A ministra Nancy Andrighi é relatora da Operação Ptolomeu. Foto: Estadão

Além do afastamento dos servidores, pelo prazo inicial de 90 dias, a ministra suspendeu pelo mesmo período as atividades econômicas de empreiteiras ligadas a familiares do governador e autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão, o bloqueio de bens e o afastamento do sigilo bancário e fiscal dos investigados.

A Polícia Federal (PF) pediu a decretação de prisões preventivas, o que foi negado pela ministra. Ela também decidiu manter Cameli nas funções com a justificava de que não há indicativos de que o governador tenha tentado usar o cargo para obstruir as investigações.

Ministra negou pedido para afastar governador do Acre. Foto: Reprodução

Desde que a primeira fase da Operação Ptolomeu foi aberta, em dezembro de 2020, a Polícia Federal produziu 58 relatórios e interrogou dezenas de pessoas. As provas reunidas levaram à abertura de pelo menos seis novas frentes de investigação sobre 'cases' distintos.

Para os investigações, o governador é o 'líder' de uma 'estrutura ordenada' de corrupção formada por quatro núcleos:

- Político, integrado por servidores comissionados de alto escalão do Poder Executivo nomeados por Cameli;

- Familiar, formado por parentes do governador, inclusive o pai dele, Eládio Messias Cameli, e o irmão Gledson de Lima Cameli;

- Empresarial, do qual fariam parte as empresas Construtora Etam Ltda, Construtora Colorado Ltda, Construtora Rio Negro, Marmud Cameli & Cia Ltda e CZS Engenharia, ligadas a familiares do governador, que seriam usadas para desviar recursos de contratos com o poder público;

- Operacional, formado por pessoas físicas supostamente usadas para operacionalizar a lavagem do dinheiro desviado, por meio de operações com veículos e aeronaves, empresas interpostas, bancárias, imobiliárias e doações em espécie.

Gladson Cameli é apontado como liderança e principal beneficiário do suposto esquema. Foto: Reprodução

O governador também é apontado como 'beneficiário central' dos supostos desvios e, segundo a investigação, comprou imóveis, carros e aeronaves com dinheiro público.

Relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que o prejuízo para os cofres do Acre podem chegar a mais de R$ 16,3 milhões.

Os investigados podem responder por crimes contra a administração pública, de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

COM A PALAVRA, O GOVERNADOR DO ACRE

Quando a terceira fase da Operação Ptolomeu foi deflagrada na quinta-feira, 9, o governador do Acre, Gladson Cameli, divulgou nota em que afirmou:

"A respeito das ações da Operação Ptolomeu, promovida pela Polícia Federal, o governador do Acre, Gladson Cameli, tem a declarar que:

"Essa é mais uma etapa da operação de mesmo nome. Com o andamento do processo, o governador confia que tudo será apurado e esclarecido;

Mais uma vez, o governador se coloca à disposição das autoridades, colaborando com mais essa etapa das investigações;

O governador reafirma o seu apoio e confiança na Justiça, para que a verdade sempre prevaleça."

Gladson Cameli é investigado na Operação Ptolomeu. Foto: Diego Gurgel/Governo do Acre

Ao autorizar a terceira fase da Operação Ptolomeu, que levou ao afastamento de 25 servidores do Governo do Acre investigados por desvios em contratos públicos, a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmou ver 'fundados indícios' de que o governador Gladson Cameli (PP) está por trás do suposto esquema de corrupção e seria o principal beneficiário do dinheiro apropriado.

"A Polícia Federal, auxiliada pela CGU (Controladoria-Geral da União), adotou técnicas avançadas de investigação e conseguiu, em curto espaço de tempo, produzir vasto material que aponta, em juízo superficial de cognição, para a existência do fumus comissi delicti, concretizado por meio de escuso esquema de dilapidação do erário", diz um trecho da decisão de Nancy.

A ministra Nancy Andrighi é relatora da Operação Ptolomeu. Foto: Estadão

Além do afastamento dos servidores, pelo prazo inicial de 90 dias, a ministra suspendeu pelo mesmo período as atividades econômicas de empreiteiras ligadas a familiares do governador e autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão, o bloqueio de bens e o afastamento do sigilo bancário e fiscal dos investigados.

A Polícia Federal (PF) pediu a decretação de prisões preventivas, o que foi negado pela ministra. Ela também decidiu manter Cameli nas funções com a justificava de que não há indicativos de que o governador tenha tentado usar o cargo para obstruir as investigações.

Ministra negou pedido para afastar governador do Acre. Foto: Reprodução

Desde que a primeira fase da Operação Ptolomeu foi aberta, em dezembro de 2020, a Polícia Federal produziu 58 relatórios e interrogou dezenas de pessoas. As provas reunidas levaram à abertura de pelo menos seis novas frentes de investigação sobre 'cases' distintos.

Para os investigações, o governador é o 'líder' de uma 'estrutura ordenada' de corrupção formada por quatro núcleos:

- Político, integrado por servidores comissionados de alto escalão do Poder Executivo nomeados por Cameli;

- Familiar, formado por parentes do governador, inclusive o pai dele, Eládio Messias Cameli, e o irmão Gledson de Lima Cameli;

- Empresarial, do qual fariam parte as empresas Construtora Etam Ltda, Construtora Colorado Ltda, Construtora Rio Negro, Marmud Cameli & Cia Ltda e CZS Engenharia, ligadas a familiares do governador, que seriam usadas para desviar recursos de contratos com o poder público;

- Operacional, formado por pessoas físicas supostamente usadas para operacionalizar a lavagem do dinheiro desviado, por meio de operações com veículos e aeronaves, empresas interpostas, bancárias, imobiliárias e doações em espécie.

Gladson Cameli é apontado como liderança e principal beneficiário do suposto esquema. Foto: Reprodução

O governador também é apontado como 'beneficiário central' dos supostos desvios e, segundo a investigação, comprou imóveis, carros e aeronaves com dinheiro público.

Relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que o prejuízo para os cofres do Acre podem chegar a mais de R$ 16,3 milhões.

Os investigados podem responder por crimes contra a administração pública, de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

COM A PALAVRA, O GOVERNADOR DO ACRE

Quando a terceira fase da Operação Ptolomeu foi deflagrada na quinta-feira, 9, o governador do Acre, Gladson Cameli, divulgou nota em que afirmou:

"A respeito das ações da Operação Ptolomeu, promovida pela Polícia Federal, o governador do Acre, Gladson Cameli, tem a declarar que:

"Essa é mais uma etapa da operação de mesmo nome. Com o andamento do processo, o governador confia que tudo será apurado e esclarecido;

Mais uma vez, o governador se coloca à disposição das autoridades, colaborando com mais essa etapa das investigações;

O governador reafirma o seu apoio e confiança na Justiça, para que a verdade sempre prevaleça."

Gladson Cameli é investigado na Operação Ptolomeu. Foto: Diego Gurgel/Governo do Acre

Ao autorizar a terceira fase da Operação Ptolomeu, que levou ao afastamento de 25 servidores do Governo do Acre investigados por desvios em contratos públicos, a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmou ver 'fundados indícios' de que o governador Gladson Cameli (PP) está por trás do suposto esquema de corrupção e seria o principal beneficiário do dinheiro apropriado.

"A Polícia Federal, auxiliada pela CGU (Controladoria-Geral da União), adotou técnicas avançadas de investigação e conseguiu, em curto espaço de tempo, produzir vasto material que aponta, em juízo superficial de cognição, para a existência do fumus comissi delicti, concretizado por meio de escuso esquema de dilapidação do erário", diz um trecho da decisão de Nancy.

A ministra Nancy Andrighi é relatora da Operação Ptolomeu. Foto: Estadão

Além do afastamento dos servidores, pelo prazo inicial de 90 dias, a ministra suspendeu pelo mesmo período as atividades econômicas de empreiteiras ligadas a familiares do governador e autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão, o bloqueio de bens e o afastamento do sigilo bancário e fiscal dos investigados.

A Polícia Federal (PF) pediu a decretação de prisões preventivas, o que foi negado pela ministra. Ela também decidiu manter Cameli nas funções com a justificava de que não há indicativos de que o governador tenha tentado usar o cargo para obstruir as investigações.

Ministra negou pedido para afastar governador do Acre. Foto: Reprodução

Desde que a primeira fase da Operação Ptolomeu foi aberta, em dezembro de 2020, a Polícia Federal produziu 58 relatórios e interrogou dezenas de pessoas. As provas reunidas levaram à abertura de pelo menos seis novas frentes de investigação sobre 'cases' distintos.

Para os investigações, o governador é o 'líder' de uma 'estrutura ordenada' de corrupção formada por quatro núcleos:

- Político, integrado por servidores comissionados de alto escalão do Poder Executivo nomeados por Cameli;

- Familiar, formado por parentes do governador, inclusive o pai dele, Eládio Messias Cameli, e o irmão Gledson de Lima Cameli;

- Empresarial, do qual fariam parte as empresas Construtora Etam Ltda, Construtora Colorado Ltda, Construtora Rio Negro, Marmud Cameli & Cia Ltda e CZS Engenharia, ligadas a familiares do governador, que seriam usadas para desviar recursos de contratos com o poder público;

- Operacional, formado por pessoas físicas supostamente usadas para operacionalizar a lavagem do dinheiro desviado, por meio de operações com veículos e aeronaves, empresas interpostas, bancárias, imobiliárias e doações em espécie.

Gladson Cameli é apontado como liderança e principal beneficiário do suposto esquema. Foto: Reprodução

O governador também é apontado como 'beneficiário central' dos supostos desvios e, segundo a investigação, comprou imóveis, carros e aeronaves com dinheiro público.

Relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que o prejuízo para os cofres do Acre podem chegar a mais de R$ 16,3 milhões.

Os investigados podem responder por crimes contra a administração pública, de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

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Quando a terceira fase da Operação Ptolomeu foi deflagrada na quinta-feira, 9, o governador do Acre, Gladson Cameli, divulgou nota em que afirmou:

"A respeito das ações da Operação Ptolomeu, promovida pela Polícia Federal, o governador do Acre, Gladson Cameli, tem a declarar que:

"Essa é mais uma etapa da operação de mesmo nome. Com o andamento do processo, o governador confia que tudo será apurado e esclarecido;

Mais uma vez, o governador se coloca à disposição das autoridades, colaborando com mais essa etapa das investigações;

O governador reafirma o seu apoio e confiança na Justiça, para que a verdade sempre prevaleça."

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