Face to Face: Cientista político tira dúvidas sobre passos do pedido de impeachment contra Dilma


Também Professor do Insper e blogueiro do Estado, Carlos Melo respondeu perguntas de leitores no Facebook

Por Redação
Atualização:
 Foto: Estadão

“Tentando compreender e explicar esse processo, sem ousar adivinhar o futuro”, o cientista político e professor do Insper Carlos Melo respondeu no Facebook às dezenas de dúvidas dos leitores do Estado sobre os próximos passos do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A peça foi acolhida na tarde desta quarta-feira, 02, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Veja as principais perguntas e, ao final, a íntegra da sabatina:

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Rosa Pinheiro - Os motivos do pedido de impeachment são reais ou suficientes para a possível derrubada da presidente?

Carlos Melo: Rosa, os fatos e o processo é que demonstrarão isto. A rigor, trata-se de um processo de investigação que virá pela frente -- não estamos nem a 24 horas de sua oficialização; um processo com direito à defesa e ao contraditório. Qualquer resposta mais pessoal que isto seria, na minha opinião, juízo de valor. Pode ser respeitável, mas de pouco valor analítico. Teremos que acompanhar com atenção.

Amarilis Lage de Macedo - Ainda há uma série de etapas pela frente (formação de comissão especial, votação no plenário, defesa, comunicação do Senado). Se esse processo for adiante, em quantos meses teria início o julgamento?

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Carlos Melo: Amarilis, o timing é sempre político. Dependerá de muitos elementos que, hoje, nem temos toda a clareza e dimensão a respeito. Lava Jato, Economia, Mobilização Social, Opinião Pública e Justiça devem ser variáveis importantes. Como cada uma dessas peças se posicionará? Este será o ritmo.

Rafael Barbosa - Como pôde a Bovespa abrir em alta hoje e o Dólar em queda, com os últimos acontecimentos!? Seria pela aprovação da nova meta fiscal pelo Senado ou, aliado a isso, o mercado esperava pela abertura do processo de impeachment?

Carlos Melo: O tal "mercado" - na verdade, uma dinâmica social e econômica - move-se pensando no futuro. Essa dinâmica, pelo que consigo compreender, neste momento, entende que com o impeachment a incerteza diminuirá. Na verdade, estão de olho no pós-impeachment, antecipando-se aos tais "preços" futuros.

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Ricardo Gasparine - Na sua visão, a propaganda da crise promovida pelos meios de comunicação, ajuda a ampliar a crise econômica, dando a impressão de que "o mundo está se acabando", inibindo o consumo, diminuindo as vendas e gerando desemprego, e por consequência, diminuindo a arrecadação do governo, ampliando o déficit ou não?

Carlos Melo: Os dados mostram que há uma crise de verdade; isto é medido por órgãos os mais diversos, inclusive do governo. O que vejo dos meios de comunicação é a divulgação desses dados -- alguns de forma mais contida, outros com cores mais aberrantes. De todo modo, não cabe culpar apenas o mensageiro. Há uma crise econômica de verdade. Ou não?

Edu Mazer - Caro professor, até que ponto o fator "povo na rua" pode influenciar a questão política do impeachment? E até as questões jurídicas, também.

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Carlos Melo: Mobilizações populares sempre têm seu papel. Podem, no entanto, ser contra ou a favor do processo. Teremos que esperar para notar quem e o que mais mobilizará (ou não) as pessoas.

Johann Silva - Professor, o (presidente da Câmara, deputado Eduardo) Cunha pode cair antes do final do processo de impeachment?

Carlos Melo: Dependerá muito do Supremo Tribunal Federal e de fatos novos surjam. Na verdade, primeiro dos fatos, depois do STF.

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Fabiana R. Rosa - Qual a influência prática disso tudo na vida daquele brasileiro sem voz, que apenas acompanha os noticiários, sem entendê-los muito bem?

Carlos Melo: Fabiana, a este chamamos opinião pública e seu sentimento de conforto ou mal-estar. Ele deve aparecer fartamente nas dezenas de sondagens que serão feitas nas próximas semanas (ou meses). Normalmente, essas tais "pesquisas" contam e contam muito. Deputados e partidos movem-se por elas.

 

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Face to Face: estamos aqui com o cientista político e professor do Insper Carlos Melo para um bate-papo online. O tema... Posted by Estadão on Thursday, December 3, 2015

 Foto: Estadão

“Tentando compreender e explicar esse processo, sem ousar adivinhar o futuro”, o cientista político e professor do Insper Carlos Melo respondeu no Facebook às dezenas de dúvidas dos leitores do Estado sobre os próximos passos do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A peça foi acolhida na tarde desta quarta-feira, 02, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Veja as principais perguntas e, ao final, a íntegra da sabatina:

Rosa Pinheiro - Os motivos do pedido de impeachment são reais ou suficientes para a possível derrubada da presidente?

Carlos Melo: Rosa, os fatos e o processo é que demonstrarão isto. A rigor, trata-se de um processo de investigação que virá pela frente -- não estamos nem a 24 horas de sua oficialização; um processo com direito à defesa e ao contraditório. Qualquer resposta mais pessoal que isto seria, na minha opinião, juízo de valor. Pode ser respeitável, mas de pouco valor analítico. Teremos que acompanhar com atenção.

Amarilis Lage de Macedo - Ainda há uma série de etapas pela frente (formação de comissão especial, votação no plenário, defesa, comunicação do Senado). Se esse processo for adiante, em quantos meses teria início o julgamento?

Carlos Melo: Amarilis, o timing é sempre político. Dependerá de muitos elementos que, hoje, nem temos toda a clareza e dimensão a respeito. Lava Jato, Economia, Mobilização Social, Opinião Pública e Justiça devem ser variáveis importantes. Como cada uma dessas peças se posicionará? Este será o ritmo.

Rafael Barbosa - Como pôde a Bovespa abrir em alta hoje e o Dólar em queda, com os últimos acontecimentos!? Seria pela aprovação da nova meta fiscal pelo Senado ou, aliado a isso, o mercado esperava pela abertura do processo de impeachment?

Carlos Melo: O tal "mercado" - na verdade, uma dinâmica social e econômica - move-se pensando no futuro. Essa dinâmica, pelo que consigo compreender, neste momento, entende que com o impeachment a incerteza diminuirá. Na verdade, estão de olho no pós-impeachment, antecipando-se aos tais "preços" futuros.

Ricardo Gasparine - Na sua visão, a propaganda da crise promovida pelos meios de comunicação, ajuda a ampliar a crise econômica, dando a impressão de que "o mundo está se acabando", inibindo o consumo, diminuindo as vendas e gerando desemprego, e por consequência, diminuindo a arrecadação do governo, ampliando o déficit ou não?

Carlos Melo: Os dados mostram que há uma crise de verdade; isto é medido por órgãos os mais diversos, inclusive do governo. O que vejo dos meios de comunicação é a divulgação desses dados -- alguns de forma mais contida, outros com cores mais aberrantes. De todo modo, não cabe culpar apenas o mensageiro. Há uma crise econômica de verdade. Ou não?

Edu Mazer - Caro professor, até que ponto o fator "povo na rua" pode influenciar a questão política do impeachment? E até as questões jurídicas, também.

Carlos Melo: Mobilizações populares sempre têm seu papel. Podem, no entanto, ser contra ou a favor do processo. Teremos que esperar para notar quem e o que mais mobilizará (ou não) as pessoas.

Johann Silva - Professor, o (presidente da Câmara, deputado Eduardo) Cunha pode cair antes do final do processo de impeachment?

Carlos Melo: Dependerá muito do Supremo Tribunal Federal e de fatos novos surjam. Na verdade, primeiro dos fatos, depois do STF.

Fabiana R. Rosa - Qual a influência prática disso tudo na vida daquele brasileiro sem voz, que apenas acompanha os noticiários, sem entendê-los muito bem?

Carlos Melo: Fabiana, a este chamamos opinião pública e seu sentimento de conforto ou mal-estar. Ele deve aparecer fartamente nas dezenas de sondagens que serão feitas nas próximas semanas (ou meses). Normalmente, essas tais "pesquisas" contam e contam muito. Deputados e partidos movem-se por elas.

 

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“Tentando compreender e explicar esse processo, sem ousar adivinhar o futuro”, o cientista político e professor do Insper Carlos Melo respondeu no Facebook às dezenas de dúvidas dos leitores do Estado sobre os próximos passos do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A peça foi acolhida na tarde desta quarta-feira, 02, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Veja as principais perguntas e, ao final, a íntegra da sabatina:

Rosa Pinheiro - Os motivos do pedido de impeachment são reais ou suficientes para a possível derrubada da presidente?

Carlos Melo: Rosa, os fatos e o processo é que demonstrarão isto. A rigor, trata-se de um processo de investigação que virá pela frente -- não estamos nem a 24 horas de sua oficialização; um processo com direito à defesa e ao contraditório. Qualquer resposta mais pessoal que isto seria, na minha opinião, juízo de valor. Pode ser respeitável, mas de pouco valor analítico. Teremos que acompanhar com atenção.

Amarilis Lage de Macedo - Ainda há uma série de etapas pela frente (formação de comissão especial, votação no plenário, defesa, comunicação do Senado). Se esse processo for adiante, em quantos meses teria início o julgamento?

Carlos Melo: Amarilis, o timing é sempre político. Dependerá de muitos elementos que, hoje, nem temos toda a clareza e dimensão a respeito. Lava Jato, Economia, Mobilização Social, Opinião Pública e Justiça devem ser variáveis importantes. Como cada uma dessas peças se posicionará? Este será o ritmo.

Rafael Barbosa - Como pôde a Bovespa abrir em alta hoje e o Dólar em queda, com os últimos acontecimentos!? Seria pela aprovação da nova meta fiscal pelo Senado ou, aliado a isso, o mercado esperava pela abertura do processo de impeachment?

Carlos Melo: O tal "mercado" - na verdade, uma dinâmica social e econômica - move-se pensando no futuro. Essa dinâmica, pelo que consigo compreender, neste momento, entende que com o impeachment a incerteza diminuirá. Na verdade, estão de olho no pós-impeachment, antecipando-se aos tais "preços" futuros.

Ricardo Gasparine - Na sua visão, a propaganda da crise promovida pelos meios de comunicação, ajuda a ampliar a crise econômica, dando a impressão de que "o mundo está se acabando", inibindo o consumo, diminuindo as vendas e gerando desemprego, e por consequência, diminuindo a arrecadação do governo, ampliando o déficit ou não?

Carlos Melo: Os dados mostram que há uma crise de verdade; isto é medido por órgãos os mais diversos, inclusive do governo. O que vejo dos meios de comunicação é a divulgação desses dados -- alguns de forma mais contida, outros com cores mais aberrantes. De todo modo, não cabe culpar apenas o mensageiro. Há uma crise econômica de verdade. Ou não?

Edu Mazer - Caro professor, até que ponto o fator "povo na rua" pode influenciar a questão política do impeachment? E até as questões jurídicas, também.

Carlos Melo: Mobilizações populares sempre têm seu papel. Podem, no entanto, ser contra ou a favor do processo. Teremos que esperar para notar quem e o que mais mobilizará (ou não) as pessoas.

Johann Silva - Professor, o (presidente da Câmara, deputado Eduardo) Cunha pode cair antes do final do processo de impeachment?

Carlos Melo: Dependerá muito do Supremo Tribunal Federal e de fatos novos surjam. Na verdade, primeiro dos fatos, depois do STF.

Fabiana R. Rosa - Qual a influência prática disso tudo na vida daquele brasileiro sem voz, que apenas acompanha os noticiários, sem entendê-los muito bem?

Carlos Melo: Fabiana, a este chamamos opinião pública e seu sentimento de conforto ou mal-estar. Ele deve aparecer fartamente nas dezenas de sondagens que serão feitas nas próximas semanas (ou meses). Normalmente, essas tais "pesquisas" contam e contam muito. Deputados e partidos movem-se por elas.

 

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“Tentando compreender e explicar esse processo, sem ousar adivinhar o futuro”, o cientista político e professor do Insper Carlos Melo respondeu no Facebook às dezenas de dúvidas dos leitores do Estado sobre os próximos passos do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A peça foi acolhida na tarde desta quarta-feira, 02, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Veja as principais perguntas e, ao final, a íntegra da sabatina:

Rosa Pinheiro - Os motivos do pedido de impeachment são reais ou suficientes para a possível derrubada da presidente?

Carlos Melo: Rosa, os fatos e o processo é que demonstrarão isto. A rigor, trata-se de um processo de investigação que virá pela frente -- não estamos nem a 24 horas de sua oficialização; um processo com direito à defesa e ao contraditório. Qualquer resposta mais pessoal que isto seria, na minha opinião, juízo de valor. Pode ser respeitável, mas de pouco valor analítico. Teremos que acompanhar com atenção.

Amarilis Lage de Macedo - Ainda há uma série de etapas pela frente (formação de comissão especial, votação no plenário, defesa, comunicação do Senado). Se esse processo for adiante, em quantos meses teria início o julgamento?

Carlos Melo: Amarilis, o timing é sempre político. Dependerá de muitos elementos que, hoje, nem temos toda a clareza e dimensão a respeito. Lava Jato, Economia, Mobilização Social, Opinião Pública e Justiça devem ser variáveis importantes. Como cada uma dessas peças se posicionará? Este será o ritmo.

Rafael Barbosa - Como pôde a Bovespa abrir em alta hoje e o Dólar em queda, com os últimos acontecimentos!? Seria pela aprovação da nova meta fiscal pelo Senado ou, aliado a isso, o mercado esperava pela abertura do processo de impeachment?

Carlos Melo: O tal "mercado" - na verdade, uma dinâmica social e econômica - move-se pensando no futuro. Essa dinâmica, pelo que consigo compreender, neste momento, entende que com o impeachment a incerteza diminuirá. Na verdade, estão de olho no pós-impeachment, antecipando-se aos tais "preços" futuros.

Ricardo Gasparine - Na sua visão, a propaganda da crise promovida pelos meios de comunicação, ajuda a ampliar a crise econômica, dando a impressão de que "o mundo está se acabando", inibindo o consumo, diminuindo as vendas e gerando desemprego, e por consequência, diminuindo a arrecadação do governo, ampliando o déficit ou não?

Carlos Melo: Os dados mostram que há uma crise de verdade; isto é medido por órgãos os mais diversos, inclusive do governo. O que vejo dos meios de comunicação é a divulgação desses dados -- alguns de forma mais contida, outros com cores mais aberrantes. De todo modo, não cabe culpar apenas o mensageiro. Há uma crise econômica de verdade. Ou não?

Edu Mazer - Caro professor, até que ponto o fator "povo na rua" pode influenciar a questão política do impeachment? E até as questões jurídicas, também.

Carlos Melo: Mobilizações populares sempre têm seu papel. Podem, no entanto, ser contra ou a favor do processo. Teremos que esperar para notar quem e o que mais mobilizará (ou não) as pessoas.

Johann Silva - Professor, o (presidente da Câmara, deputado Eduardo) Cunha pode cair antes do final do processo de impeachment?

Carlos Melo: Dependerá muito do Supremo Tribunal Federal e de fatos novos surjam. Na verdade, primeiro dos fatos, depois do STF.

Fabiana R. Rosa - Qual a influência prática disso tudo na vida daquele brasileiro sem voz, que apenas acompanha os noticiários, sem entendê-los muito bem?

Carlos Melo: Fabiana, a este chamamos opinião pública e seu sentimento de conforto ou mal-estar. Ele deve aparecer fartamente nas dezenas de sondagens que serão feitas nas próximas semanas (ou meses). Normalmente, essas tais "pesquisas" contam e contam muito. Deputados e partidos movem-se por elas.

 

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