Governo teme acirramento da crise após prisão de Dirceu


Ministros avaliam que nova fase da Lava Jato dá munição a protestos marcados para o dia 16 e que aumenta o risco de Lava Jato chegar a Lula

Por Vera Rosa

Brasília - O governo avalia que a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu acirra mais os ânimos contra o PT e a presidente Dilma Rousseff e aumenta o clima de beligerância no País num momento crucial, em que ela precisa de apoio para enfrentar a pressão dos que querem o impeachment. Auxiliares de Dilma temem que a investigação atinja o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo sem provas concretas.

O assunto foi tratado em conversas reservadas entre ministros, ontem, antes da reunião de coordenação política. A ordem no Planalto é proteger Dilma do novo escândalo, que tem potencial para dar munição aos protestos marcados para o dia 16, em todo o País, contra o governo e a corrupção.

A prisão de Dirceu na 17.ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco, também provocou preocupação na cúpula do PT. Dirigentes da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil, de Lula e Dirceu, discutiram os desdobramentos da crise ontem, em Brasília, e hoje haverá reunião da Executiva Nacional. Petistas receberam informações de que integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público estariam dizendo aos presos: “Se você entregar o Lula, sairá rapidinho.”

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Dirceu: de homem de confiança do governo a condenado e preso por corrupção

1 | 22

1981 - Após a fundação do PT

Foto: Felipe Rau/Estadão
2 | 22

1984 - Dirceu deputado

Foto: Manu Dias/Estadão
3 | 22

1995 - Presidência do partido

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
4 | 22

2002 - Homem de confiança de Lula

Foto: Estadão
5 | 22

2003 - Casa Civil

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
6 | 22

2004 - Denúncia de Waldomiro Diniz

Foto: Dida Sampaio/Estadão
7 | 22

2005 - O início do Mensalão

Foto: Dida Sampaio/Estadão
8 | 22

2013 - Condenação pelo Mensalão

Foto: Alex Silva/Estadão
9 | 22

2014 - Prisão domiciliar

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
10 | 22

Janeiro/2015 - JD sob suspeita

Foto: Werther Santana/Estadão
11 | 22

Maio/2015 - Apuração de pagamentos

Foto: Ana Nascimento/EFE
12 | 22

Junho/2015 - Delação premiada

Foto: Sergio Castro/Estadão
13 | 22

Junho/2015 - Ricardo Pessoa, da UTC, revela pagamentos

Foto: Marcos Bezerra/Futura Press
14 | 22

Júlio Camargo: 26 anos

Foto: Reprodução
15 | 22

Julho/2015 - Depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
16 | 22

Julho/2015 - Habeas Corpus

Foto: André Dusek/Estadão
17 | 22

Agosto/2015 - Polícia Federal prende José Dirceu em Brasília

Foto: Dida Sampaio/Estadão
18 | 22

Agosto/2015 - Dirceu foi instituidor do esquema Petrobrás, diz Lava Jato

Foto: Dida Sampaio/Estadão
19 | 22

Agosto/2015 - Polícia Federal prende José Dirceu em Brasília

Foto: Dida Sampaio/Estadão
20 | 22

Agosto/2015 - Moro pede que Dirceu seja removido para Curitiba

Foto: Gil Ferreira/Agência Brasil
21 | 22

Agosto/2015 - Laudo comprova desvios e lavagem

Foto: Dida Sampaio/Estadão
22 | 22

Agosto/2015 - A delação completa

Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em nota, o presidente do PT, Rui Falcão, refutou as acusações de que o partido teria realizado operações financeiras ilegais ou participado do esquema de corrupção na Petrobrás, conforme relato no acordo de delação premiada feito pelo lobista Milton Pascowitch. A nota não cita Dirceu. Pascowitch acusou o ex-ministro de comandar o desvio de recursos na estatal e disse ter entregue R$ 10,5 milhões na sede do PT, em São Paulo. 

Berlinda. A investigação da PF joga novamente os holofotes sobre o PT, dez anos depois do escândalo do mensalão. Agora, o receio do Planalto e do partido é de que novas delações compliquem mais o cenário político. Dirceu foi homem forte do PT e do governo Lula e ainda tem influência sobre a legenda. “A Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro não deixam a gente entrar na agenda positiva”, disse um ministro ao Estado.

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Na semana passada, o governo achava que o reinício dos trabalhos do Congresso seria difícil, principalmente por causa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que rompeu com Dilma e tem o nome envolvido na Lava Jato. Assessores da presidente acreditavam, porém, que a denúncia contra Cunha – acusado pelo lobista Júlio Camargo de cobrar propina de US$ 5 milhões – poderia desviar o foco da pressão sobre Dilma.

Agora, o diagnóstico é de que tudo vai piorar. Amigos de Dirceu disseram ao Estado que ele esperava a prisão e, por isso, está “tranquilo”. Apesar de magoado com Dilma e com Lula, sob alegação de que não o teriam defendido, o ex-ministro não pretende apontar o dedo para ninguém.

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse que o esforço do governo é evitar que os problemas na política contaminem a economia. “A gente dorme e acorda com uma notícia dessas. Do ponto de vista do ambiente de negócios, essa é a preocupação, porque precisamos ter estabilidade. As investigações seguem e o País também segue, com suas empresas e a economia funcionando.”

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Irritado com acusações da oposição, que tentaram associar Dirceu a Lula e Dilma, o senador Jorge Viana (PT-AC) partiu para o ataque. “A oposição está num papel muito apequenado e não aguenta nem meia Lava Jato”, reagiu. “Por que se apura a ação de algumas figuras e de alguns partidos e não se apura de outros? É um jogo de cartas marcadas?” / COLABORARAM RAFAEL MORAES MOURA e ISADORA PERON

Brasília - O governo avalia que a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu acirra mais os ânimos contra o PT e a presidente Dilma Rousseff e aumenta o clima de beligerância no País num momento crucial, em que ela precisa de apoio para enfrentar a pressão dos que querem o impeachment. Auxiliares de Dilma temem que a investigação atinja o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo sem provas concretas.

O assunto foi tratado em conversas reservadas entre ministros, ontem, antes da reunião de coordenação política. A ordem no Planalto é proteger Dilma do novo escândalo, que tem potencial para dar munição aos protestos marcados para o dia 16, em todo o País, contra o governo e a corrupção.

A prisão de Dirceu na 17.ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco, também provocou preocupação na cúpula do PT. Dirigentes da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil, de Lula e Dirceu, discutiram os desdobramentos da crise ontem, em Brasília, e hoje haverá reunião da Executiva Nacional. Petistas receberam informações de que integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público estariam dizendo aos presos: “Se você entregar o Lula, sairá rapidinho.”

Dirceu: de homem de confiança do governo a condenado e preso por corrupção

1 | 22

1981 - Após a fundação do PT

Foto: Felipe Rau/Estadão
2 | 22

1984 - Dirceu deputado

Foto: Manu Dias/Estadão
3 | 22

1995 - Presidência do partido

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
4 | 22

2002 - Homem de confiança de Lula

Foto: Estadão
5 | 22

2003 - Casa Civil

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
6 | 22

2004 - Denúncia de Waldomiro Diniz

Foto: Dida Sampaio/Estadão
7 | 22

2005 - O início do Mensalão

Foto: Dida Sampaio/Estadão
8 | 22

2013 - Condenação pelo Mensalão

Foto: Alex Silva/Estadão
9 | 22

2014 - Prisão domiciliar

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
10 | 22

Janeiro/2015 - JD sob suspeita

Foto: Werther Santana/Estadão
11 | 22

Maio/2015 - Apuração de pagamentos

Foto: Ana Nascimento/EFE
12 | 22

Junho/2015 - Delação premiada

Foto: Sergio Castro/Estadão
13 | 22

Junho/2015 - Ricardo Pessoa, da UTC, revela pagamentos

Foto: Marcos Bezerra/Futura Press
14 | 22

Júlio Camargo: 26 anos

Foto: Reprodução
15 | 22

Julho/2015 - Depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
16 | 22

Julho/2015 - Habeas Corpus

Foto: André Dusek/Estadão
17 | 22

Agosto/2015 - Polícia Federal prende José Dirceu em Brasília

Foto: Dida Sampaio/Estadão
18 | 22

Agosto/2015 - Dirceu foi instituidor do esquema Petrobrás, diz Lava Jato

Foto: Dida Sampaio/Estadão
19 | 22

Agosto/2015 - Polícia Federal prende José Dirceu em Brasília

Foto: Dida Sampaio/Estadão
20 | 22

Agosto/2015 - Moro pede que Dirceu seja removido para Curitiba

Foto: Gil Ferreira/Agência Brasil
21 | 22

Agosto/2015 - Laudo comprova desvios e lavagem

Foto: Dida Sampaio/Estadão
22 | 22

Agosto/2015 - A delação completa

Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em nota, o presidente do PT, Rui Falcão, refutou as acusações de que o partido teria realizado operações financeiras ilegais ou participado do esquema de corrupção na Petrobrás, conforme relato no acordo de delação premiada feito pelo lobista Milton Pascowitch. A nota não cita Dirceu. Pascowitch acusou o ex-ministro de comandar o desvio de recursos na estatal e disse ter entregue R$ 10,5 milhões na sede do PT, em São Paulo. 

Berlinda. A investigação da PF joga novamente os holofotes sobre o PT, dez anos depois do escândalo do mensalão. Agora, o receio do Planalto e do partido é de que novas delações compliquem mais o cenário político. Dirceu foi homem forte do PT e do governo Lula e ainda tem influência sobre a legenda. “A Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro não deixam a gente entrar na agenda positiva”, disse um ministro ao Estado.

Na semana passada, o governo achava que o reinício dos trabalhos do Congresso seria difícil, principalmente por causa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que rompeu com Dilma e tem o nome envolvido na Lava Jato. Assessores da presidente acreditavam, porém, que a denúncia contra Cunha – acusado pelo lobista Júlio Camargo de cobrar propina de US$ 5 milhões – poderia desviar o foco da pressão sobre Dilma.

Agora, o diagnóstico é de que tudo vai piorar. Amigos de Dirceu disseram ao Estado que ele esperava a prisão e, por isso, está “tranquilo”. Apesar de magoado com Dilma e com Lula, sob alegação de que não o teriam defendido, o ex-ministro não pretende apontar o dedo para ninguém.

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse que o esforço do governo é evitar que os problemas na política contaminem a economia. “A gente dorme e acorda com uma notícia dessas. Do ponto de vista do ambiente de negócios, essa é a preocupação, porque precisamos ter estabilidade. As investigações seguem e o País também segue, com suas empresas e a economia funcionando.”

Irritado com acusações da oposição, que tentaram associar Dirceu a Lula e Dilma, o senador Jorge Viana (PT-AC) partiu para o ataque. “A oposição está num papel muito apequenado e não aguenta nem meia Lava Jato”, reagiu. “Por que se apura a ação de algumas figuras e de alguns partidos e não se apura de outros? É um jogo de cartas marcadas?” / COLABORARAM RAFAEL MORAES MOURA e ISADORA PERON

Brasília - O governo avalia que a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu acirra mais os ânimos contra o PT e a presidente Dilma Rousseff e aumenta o clima de beligerância no País num momento crucial, em que ela precisa de apoio para enfrentar a pressão dos que querem o impeachment. Auxiliares de Dilma temem que a investigação atinja o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo sem provas concretas.

O assunto foi tratado em conversas reservadas entre ministros, ontem, antes da reunião de coordenação política. A ordem no Planalto é proteger Dilma do novo escândalo, que tem potencial para dar munição aos protestos marcados para o dia 16, em todo o País, contra o governo e a corrupção.

A prisão de Dirceu na 17.ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco, também provocou preocupação na cúpula do PT. Dirigentes da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil, de Lula e Dirceu, discutiram os desdobramentos da crise ontem, em Brasília, e hoje haverá reunião da Executiva Nacional. Petistas receberam informações de que integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público estariam dizendo aos presos: “Se você entregar o Lula, sairá rapidinho.”

Dirceu: de homem de confiança do governo a condenado e preso por corrupção

1 | 22

1981 - Após a fundação do PT

Foto: Felipe Rau/Estadão
2 | 22

1984 - Dirceu deputado

Foto: Manu Dias/Estadão
3 | 22

1995 - Presidência do partido

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
4 | 22

2002 - Homem de confiança de Lula

Foto: Estadão
5 | 22

2003 - Casa Civil

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
6 | 22

2004 - Denúncia de Waldomiro Diniz

Foto: Dida Sampaio/Estadão
7 | 22

2005 - O início do Mensalão

Foto: Dida Sampaio/Estadão
8 | 22

2013 - Condenação pelo Mensalão

Foto: Alex Silva/Estadão
9 | 22

2014 - Prisão domiciliar

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
10 | 22

Janeiro/2015 - JD sob suspeita

Foto: Werther Santana/Estadão
11 | 22

Maio/2015 - Apuração de pagamentos

Foto: Ana Nascimento/EFE
12 | 22

Junho/2015 - Delação premiada

Foto: Sergio Castro/Estadão
13 | 22

Junho/2015 - Ricardo Pessoa, da UTC, revela pagamentos

Foto: Marcos Bezerra/Futura Press
14 | 22

Júlio Camargo: 26 anos

Foto: Reprodução
15 | 22

Julho/2015 - Depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
16 | 22

Julho/2015 - Habeas Corpus

Foto: André Dusek/Estadão
17 | 22

Agosto/2015 - Polícia Federal prende José Dirceu em Brasília

Foto: Dida Sampaio/Estadão
18 | 22

Agosto/2015 - Dirceu foi instituidor do esquema Petrobrás, diz Lava Jato

Foto: Dida Sampaio/Estadão
19 | 22

Agosto/2015 - Polícia Federal prende José Dirceu em Brasília

Foto: Dida Sampaio/Estadão
20 | 22

Agosto/2015 - Moro pede que Dirceu seja removido para Curitiba

Foto: Gil Ferreira/Agência Brasil
21 | 22

Agosto/2015 - Laudo comprova desvios e lavagem

Foto: Dida Sampaio/Estadão
22 | 22

Agosto/2015 - A delação completa

Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em nota, o presidente do PT, Rui Falcão, refutou as acusações de que o partido teria realizado operações financeiras ilegais ou participado do esquema de corrupção na Petrobrás, conforme relato no acordo de delação premiada feito pelo lobista Milton Pascowitch. A nota não cita Dirceu. Pascowitch acusou o ex-ministro de comandar o desvio de recursos na estatal e disse ter entregue R$ 10,5 milhões na sede do PT, em São Paulo. 

Berlinda. A investigação da PF joga novamente os holofotes sobre o PT, dez anos depois do escândalo do mensalão. Agora, o receio do Planalto e do partido é de que novas delações compliquem mais o cenário político. Dirceu foi homem forte do PT e do governo Lula e ainda tem influência sobre a legenda. “A Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro não deixam a gente entrar na agenda positiva”, disse um ministro ao Estado.

Na semana passada, o governo achava que o reinício dos trabalhos do Congresso seria difícil, principalmente por causa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que rompeu com Dilma e tem o nome envolvido na Lava Jato. Assessores da presidente acreditavam, porém, que a denúncia contra Cunha – acusado pelo lobista Júlio Camargo de cobrar propina de US$ 5 milhões – poderia desviar o foco da pressão sobre Dilma.

Agora, o diagnóstico é de que tudo vai piorar. Amigos de Dirceu disseram ao Estado que ele esperava a prisão e, por isso, está “tranquilo”. Apesar de magoado com Dilma e com Lula, sob alegação de que não o teriam defendido, o ex-ministro não pretende apontar o dedo para ninguém.

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse que o esforço do governo é evitar que os problemas na política contaminem a economia. “A gente dorme e acorda com uma notícia dessas. Do ponto de vista do ambiente de negócios, essa é a preocupação, porque precisamos ter estabilidade. As investigações seguem e o País também segue, com suas empresas e a economia funcionando.”

Irritado com acusações da oposição, que tentaram associar Dirceu a Lula e Dilma, o senador Jorge Viana (PT-AC) partiu para o ataque. “A oposição está num papel muito apequenado e não aguenta nem meia Lava Jato”, reagiu. “Por que se apura a ação de algumas figuras e de alguns partidos e não se apura de outros? É um jogo de cartas marcadas?” / COLABORARAM RAFAEL MORAES MOURA e ISADORA PERON

Brasília - O governo avalia que a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu acirra mais os ânimos contra o PT e a presidente Dilma Rousseff e aumenta o clima de beligerância no País num momento crucial, em que ela precisa de apoio para enfrentar a pressão dos que querem o impeachment. Auxiliares de Dilma temem que a investigação atinja o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo sem provas concretas.

O assunto foi tratado em conversas reservadas entre ministros, ontem, antes da reunião de coordenação política. A ordem no Planalto é proteger Dilma do novo escândalo, que tem potencial para dar munição aos protestos marcados para o dia 16, em todo o País, contra o governo e a corrupção.

A prisão de Dirceu na 17.ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco, também provocou preocupação na cúpula do PT. Dirigentes da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil, de Lula e Dirceu, discutiram os desdobramentos da crise ontem, em Brasília, e hoje haverá reunião da Executiva Nacional. Petistas receberam informações de que integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público estariam dizendo aos presos: “Se você entregar o Lula, sairá rapidinho.”

Dirceu: de homem de confiança do governo a condenado e preso por corrupção

1 | 22

1981 - Após a fundação do PT

Foto: Felipe Rau/Estadão
2 | 22

1984 - Dirceu deputado

Foto: Manu Dias/Estadão
3 | 22

1995 - Presidência do partido

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
4 | 22

2002 - Homem de confiança de Lula

Foto: Estadão
5 | 22

2003 - Casa Civil

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
6 | 22

2004 - Denúncia de Waldomiro Diniz

Foto: Dida Sampaio/Estadão
7 | 22

2005 - O início do Mensalão

Foto: Dida Sampaio/Estadão
8 | 22

2013 - Condenação pelo Mensalão

Foto: Alex Silva/Estadão
9 | 22

2014 - Prisão domiciliar

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
10 | 22

Janeiro/2015 - JD sob suspeita

Foto: Werther Santana/Estadão
11 | 22

Maio/2015 - Apuração de pagamentos

Foto: Ana Nascimento/EFE
12 | 22

Junho/2015 - Delação premiada

Foto: Sergio Castro/Estadão
13 | 22

Junho/2015 - Ricardo Pessoa, da UTC, revela pagamentos

Foto: Marcos Bezerra/Futura Press
14 | 22

Júlio Camargo: 26 anos

Foto: Reprodução
15 | 22

Julho/2015 - Depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
16 | 22

Julho/2015 - Habeas Corpus

Foto: André Dusek/Estadão
17 | 22

Agosto/2015 - Polícia Federal prende José Dirceu em Brasília

Foto: Dida Sampaio/Estadão
18 | 22

Agosto/2015 - Dirceu foi instituidor do esquema Petrobrás, diz Lava Jato

Foto: Dida Sampaio/Estadão
19 | 22

Agosto/2015 - Polícia Federal prende José Dirceu em Brasília

Foto: Dida Sampaio/Estadão
20 | 22

Agosto/2015 - Moro pede que Dirceu seja removido para Curitiba

Foto: Gil Ferreira/Agência Brasil
21 | 22

Agosto/2015 - Laudo comprova desvios e lavagem

Foto: Dida Sampaio/Estadão
22 | 22

Agosto/2015 - A delação completa

Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em nota, o presidente do PT, Rui Falcão, refutou as acusações de que o partido teria realizado operações financeiras ilegais ou participado do esquema de corrupção na Petrobrás, conforme relato no acordo de delação premiada feito pelo lobista Milton Pascowitch. A nota não cita Dirceu. Pascowitch acusou o ex-ministro de comandar o desvio de recursos na estatal e disse ter entregue R$ 10,5 milhões na sede do PT, em São Paulo. 

Berlinda. A investigação da PF joga novamente os holofotes sobre o PT, dez anos depois do escândalo do mensalão. Agora, o receio do Planalto e do partido é de que novas delações compliquem mais o cenário político. Dirceu foi homem forte do PT e do governo Lula e ainda tem influência sobre a legenda. “A Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro não deixam a gente entrar na agenda positiva”, disse um ministro ao Estado.

Na semana passada, o governo achava que o reinício dos trabalhos do Congresso seria difícil, principalmente por causa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que rompeu com Dilma e tem o nome envolvido na Lava Jato. Assessores da presidente acreditavam, porém, que a denúncia contra Cunha – acusado pelo lobista Júlio Camargo de cobrar propina de US$ 5 milhões – poderia desviar o foco da pressão sobre Dilma.

Agora, o diagnóstico é de que tudo vai piorar. Amigos de Dirceu disseram ao Estado que ele esperava a prisão e, por isso, está “tranquilo”. Apesar de magoado com Dilma e com Lula, sob alegação de que não o teriam defendido, o ex-ministro não pretende apontar o dedo para ninguém.

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse que o esforço do governo é evitar que os problemas na política contaminem a economia. “A gente dorme e acorda com uma notícia dessas. Do ponto de vista do ambiente de negócios, essa é a preocupação, porque precisamos ter estabilidade. As investigações seguem e o País também segue, com suas empresas e a economia funcionando.”

Irritado com acusações da oposição, que tentaram associar Dirceu a Lula e Dilma, o senador Jorge Viana (PT-AC) partiu para o ataque. “A oposição está num papel muito apequenado e não aguenta nem meia Lava Jato”, reagiu. “Por que se apura a ação de algumas figuras e de alguns partidos e não se apura de outros? É um jogo de cartas marcadas?” / COLABORARAM RAFAEL MORAES MOURA e ISADORA PERON

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