Direto ao assunto

Segunda sem tédio


Moe Cardozo, Larry Dino e Curly Maranhão, três patetas atuais, tentaram dar o golpe da anulação. Mas não deu.

Por José Neumanne
Dilma, avisada do ato de Maranhão Foto: Estadão

Segunda-feira 9 de maio de 2016

continua após a publicidade

Se há algo a comemorar nesta segunda-feira 9 foi que nela nenhum brasileiro morreu de tédio. Pois não faltaram emoções a viver ou até parar morrer, pois muitas eram capazes de promover infartos e AVCs.

Desde cedo. Pois logo pela manhã o Brasil ficou sabendo que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu aceitar um pedido do advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo, para anular a votação no plenário da Câmara da admissibilidade de abertura do processo de impeachment da presidente da República pelo Senado Federal.

Não houve quem não se surpreendesse no Brasil. A não ser os artífices da lambança. O primeiro deles é a beneficiária, Dilma Rousseff. Depois, seu autor, mandante e operador, o citado Zé Cardozo, que, na prática, é "adevogado" genial da madama chefona. Além deles , ainda há o próprio chefe da Câmara Baixa em exercício desde que o Supremo Tribunal Federal afastou do exercício do comando da Mesa e do mandato de deputado o titular, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E não nos esqueçamos do sempre presente espírito de santo de orelha do executante, Flávio Dino, governador do Maranhão, o Estado natal de Waldir, e, ao que parece, também o mais recente sequestrador do cérebro do executante.

continua após a publicidade

A surpresa trouxe, de saída, pelo menos duas constatações básicas, que pareciam passar desapercebidas no Brasil, mas agora emergiram. A primeira delas é que a colega Eliane Cantanhêde, colunista do Estadão, deu realmente um furaço na semana passada ao trazer a lume uma articulação dos ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, este presidente do STF, para usarem um pedido da Rede, de Marina Silva, para interromper o processo de impeachment dentro do processo de afastamento de Cunha. Abortado o golpe judiciário com a intervenção rápida e rasteira de Teori Zavascki, relator de tudo quanto é relativo ao julgamento na última instância das investigações da Operação Lava Jato, imediatamente os principais articuladores do golpe partiram pra cima de Maranhão, pau-mandado de Cunha, mas aliado há mais tempo de Dino. A segunda é de que este comunista é devoto da democracia e pode ser um quadro talentoso e decente de nossa política tão malvista e carente de bons profissionais do ramo. No caso, ele provou não passar de um amador de quinta.

Inspirado por garrafas de excelente vinho num jantar com seu colegaSílvio Costa e o causídico Zé Cardozo, Maranhão faltou a um encontro que tinha marcado com Michel Temer. E, a bordo de um jato da Força Aérea Brasileira (FAB), ouviu, voltando de São Luís para Brasília, um apaixonado ataque à legalidade do processo na Câmara feito pelo governador, que lhe prometeu a secretaria de Ciência e Tecnologia de seu Estado natal e uma vaga para disputar o Senado em 2018 em troca de seu valioso e tresloucado gesto. A lambança era evidente: como um presidente, ainda por cima interino, podia tirar da gaveta um pedido extemporâneo para anular uma votação com comparecimento maciço (apenas duas ausências) e diferença no resultado final de 367 votos (dois terços mais 25), recordista em disputas na Casa? Não importa. Não faltaram juristas que defenderam a possibilidade de ele ter o direito de fazê-lo, conforme informações confiáveis, com base em documento do próprio punho do advogado particular da "presidenta".

Depois da comemoração em palácio, o assunto morreu na decisão do presidente do Senado. Renan Calheiros (PMDB-AL) não conheceu o recebimento do ofício. Em seguida, Calheiros travou uma briga folclórica contra a bancada do chororô no plenário da Câmara Alta e marcou a votação da abertura do processo para quarta-feira 12, como tinha sido previsto.

continua após a publicidade

Ex-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e eleito para a primeira vice-presidência da Câmara com 83,3% dos votos de seus pares, Waldir Maranhão foi tratado como um palhaço sem picadeiro. O ministro do Supremo Gilmar Mendes chamou a lambança toda de Operação Tabajara. O presidente Calheiros disse que ele estava brincando de democracia. E embora tenha defendido num pronunciamento de três minutos a obra de Cardozão, que ele assinou, como sendo de obediente à ordem constitucional vigente, Maranhão, à noite, numa nota lacônica e sem motivos, recuou da decisão e deixou tudo como dantes na Câmara de Abrantes. Esteja sendo injustiçado ou não, Maranhão não é ilegítimo no posto e tem currículo à altura dele, embora seja incomum na política quem se orgulhe de diplomas não conquistados e ocupe cargos para os quais nunca foi qualificado.

Certo é que muita gente perdeu dinheiro com sua irresponsabilidade. E, tendo Dilma e seus asseclas sido derrotados e, certamente, também obrigados a partir para outro coup de main, que pode estar por vir, com a ajuda de Massaranduba, tudo indica que o único beneficiário terminou sendo o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, conduzido coercitivamente pela Polícia Federal (PF) nesta segunda sem tédio para esclarecer eventuais delitos na gestão fazendária e que teve menos destaque no noticiário só por causa do imbróglio que mais uma vez Brasília importou dos Lençóis Maranhenses.

Dilma, avisada do ato de Maranhão Foto: Estadão

Segunda-feira 9 de maio de 2016

Se há algo a comemorar nesta segunda-feira 9 foi que nela nenhum brasileiro morreu de tédio. Pois não faltaram emoções a viver ou até parar morrer, pois muitas eram capazes de promover infartos e AVCs.

Desde cedo. Pois logo pela manhã o Brasil ficou sabendo que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu aceitar um pedido do advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo, para anular a votação no plenário da Câmara da admissibilidade de abertura do processo de impeachment da presidente da República pelo Senado Federal.

Não houve quem não se surpreendesse no Brasil. A não ser os artífices da lambança. O primeiro deles é a beneficiária, Dilma Rousseff. Depois, seu autor, mandante e operador, o citado Zé Cardozo, que, na prática, é "adevogado" genial da madama chefona. Além deles , ainda há o próprio chefe da Câmara Baixa em exercício desde que o Supremo Tribunal Federal afastou do exercício do comando da Mesa e do mandato de deputado o titular, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E não nos esqueçamos do sempre presente espírito de santo de orelha do executante, Flávio Dino, governador do Maranhão, o Estado natal de Waldir, e, ao que parece, também o mais recente sequestrador do cérebro do executante.

A surpresa trouxe, de saída, pelo menos duas constatações básicas, que pareciam passar desapercebidas no Brasil, mas agora emergiram. A primeira delas é que a colega Eliane Cantanhêde, colunista do Estadão, deu realmente um furaço na semana passada ao trazer a lume uma articulação dos ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, este presidente do STF, para usarem um pedido da Rede, de Marina Silva, para interromper o processo de impeachment dentro do processo de afastamento de Cunha. Abortado o golpe judiciário com a intervenção rápida e rasteira de Teori Zavascki, relator de tudo quanto é relativo ao julgamento na última instância das investigações da Operação Lava Jato, imediatamente os principais articuladores do golpe partiram pra cima de Maranhão, pau-mandado de Cunha, mas aliado há mais tempo de Dino. A segunda é de que este comunista é devoto da democracia e pode ser um quadro talentoso e decente de nossa política tão malvista e carente de bons profissionais do ramo. No caso, ele provou não passar de um amador de quinta.

Inspirado por garrafas de excelente vinho num jantar com seu colegaSílvio Costa e o causídico Zé Cardozo, Maranhão faltou a um encontro que tinha marcado com Michel Temer. E, a bordo de um jato da Força Aérea Brasileira (FAB), ouviu, voltando de São Luís para Brasília, um apaixonado ataque à legalidade do processo na Câmara feito pelo governador, que lhe prometeu a secretaria de Ciência e Tecnologia de seu Estado natal e uma vaga para disputar o Senado em 2018 em troca de seu valioso e tresloucado gesto. A lambança era evidente: como um presidente, ainda por cima interino, podia tirar da gaveta um pedido extemporâneo para anular uma votação com comparecimento maciço (apenas duas ausências) e diferença no resultado final de 367 votos (dois terços mais 25), recordista em disputas na Casa? Não importa. Não faltaram juristas que defenderam a possibilidade de ele ter o direito de fazê-lo, conforme informações confiáveis, com base em documento do próprio punho do advogado particular da "presidenta".

Depois da comemoração em palácio, o assunto morreu na decisão do presidente do Senado. Renan Calheiros (PMDB-AL) não conheceu o recebimento do ofício. Em seguida, Calheiros travou uma briga folclórica contra a bancada do chororô no plenário da Câmara Alta e marcou a votação da abertura do processo para quarta-feira 12, como tinha sido previsto.

Ex-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e eleito para a primeira vice-presidência da Câmara com 83,3% dos votos de seus pares, Waldir Maranhão foi tratado como um palhaço sem picadeiro. O ministro do Supremo Gilmar Mendes chamou a lambança toda de Operação Tabajara. O presidente Calheiros disse que ele estava brincando de democracia. E embora tenha defendido num pronunciamento de três minutos a obra de Cardozão, que ele assinou, como sendo de obediente à ordem constitucional vigente, Maranhão, à noite, numa nota lacônica e sem motivos, recuou da decisão e deixou tudo como dantes na Câmara de Abrantes. Esteja sendo injustiçado ou não, Maranhão não é ilegítimo no posto e tem currículo à altura dele, embora seja incomum na política quem se orgulhe de diplomas não conquistados e ocupe cargos para os quais nunca foi qualificado.

Certo é que muita gente perdeu dinheiro com sua irresponsabilidade. E, tendo Dilma e seus asseclas sido derrotados e, certamente, também obrigados a partir para outro coup de main, que pode estar por vir, com a ajuda de Massaranduba, tudo indica que o único beneficiário terminou sendo o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, conduzido coercitivamente pela Polícia Federal (PF) nesta segunda sem tédio para esclarecer eventuais delitos na gestão fazendária e que teve menos destaque no noticiário só por causa do imbróglio que mais uma vez Brasília importou dos Lençóis Maranhenses.

Dilma, avisada do ato de Maranhão Foto: Estadão

Segunda-feira 9 de maio de 2016

Se há algo a comemorar nesta segunda-feira 9 foi que nela nenhum brasileiro morreu de tédio. Pois não faltaram emoções a viver ou até parar morrer, pois muitas eram capazes de promover infartos e AVCs.

Desde cedo. Pois logo pela manhã o Brasil ficou sabendo que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu aceitar um pedido do advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo, para anular a votação no plenário da Câmara da admissibilidade de abertura do processo de impeachment da presidente da República pelo Senado Federal.

Não houve quem não se surpreendesse no Brasil. A não ser os artífices da lambança. O primeiro deles é a beneficiária, Dilma Rousseff. Depois, seu autor, mandante e operador, o citado Zé Cardozo, que, na prática, é "adevogado" genial da madama chefona. Além deles , ainda há o próprio chefe da Câmara Baixa em exercício desde que o Supremo Tribunal Federal afastou do exercício do comando da Mesa e do mandato de deputado o titular, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E não nos esqueçamos do sempre presente espírito de santo de orelha do executante, Flávio Dino, governador do Maranhão, o Estado natal de Waldir, e, ao que parece, também o mais recente sequestrador do cérebro do executante.

A surpresa trouxe, de saída, pelo menos duas constatações básicas, que pareciam passar desapercebidas no Brasil, mas agora emergiram. A primeira delas é que a colega Eliane Cantanhêde, colunista do Estadão, deu realmente um furaço na semana passada ao trazer a lume uma articulação dos ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, este presidente do STF, para usarem um pedido da Rede, de Marina Silva, para interromper o processo de impeachment dentro do processo de afastamento de Cunha. Abortado o golpe judiciário com a intervenção rápida e rasteira de Teori Zavascki, relator de tudo quanto é relativo ao julgamento na última instância das investigações da Operação Lava Jato, imediatamente os principais articuladores do golpe partiram pra cima de Maranhão, pau-mandado de Cunha, mas aliado há mais tempo de Dino. A segunda é de que este comunista é devoto da democracia e pode ser um quadro talentoso e decente de nossa política tão malvista e carente de bons profissionais do ramo. No caso, ele provou não passar de um amador de quinta.

Inspirado por garrafas de excelente vinho num jantar com seu colegaSílvio Costa e o causídico Zé Cardozo, Maranhão faltou a um encontro que tinha marcado com Michel Temer. E, a bordo de um jato da Força Aérea Brasileira (FAB), ouviu, voltando de São Luís para Brasília, um apaixonado ataque à legalidade do processo na Câmara feito pelo governador, que lhe prometeu a secretaria de Ciência e Tecnologia de seu Estado natal e uma vaga para disputar o Senado em 2018 em troca de seu valioso e tresloucado gesto. A lambança era evidente: como um presidente, ainda por cima interino, podia tirar da gaveta um pedido extemporâneo para anular uma votação com comparecimento maciço (apenas duas ausências) e diferença no resultado final de 367 votos (dois terços mais 25), recordista em disputas na Casa? Não importa. Não faltaram juristas que defenderam a possibilidade de ele ter o direito de fazê-lo, conforme informações confiáveis, com base em documento do próprio punho do advogado particular da "presidenta".

Depois da comemoração em palácio, o assunto morreu na decisão do presidente do Senado. Renan Calheiros (PMDB-AL) não conheceu o recebimento do ofício. Em seguida, Calheiros travou uma briga folclórica contra a bancada do chororô no plenário da Câmara Alta e marcou a votação da abertura do processo para quarta-feira 12, como tinha sido previsto.

Ex-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e eleito para a primeira vice-presidência da Câmara com 83,3% dos votos de seus pares, Waldir Maranhão foi tratado como um palhaço sem picadeiro. O ministro do Supremo Gilmar Mendes chamou a lambança toda de Operação Tabajara. O presidente Calheiros disse que ele estava brincando de democracia. E embora tenha defendido num pronunciamento de três minutos a obra de Cardozão, que ele assinou, como sendo de obediente à ordem constitucional vigente, Maranhão, à noite, numa nota lacônica e sem motivos, recuou da decisão e deixou tudo como dantes na Câmara de Abrantes. Esteja sendo injustiçado ou não, Maranhão não é ilegítimo no posto e tem currículo à altura dele, embora seja incomum na política quem se orgulhe de diplomas não conquistados e ocupe cargos para os quais nunca foi qualificado.

Certo é que muita gente perdeu dinheiro com sua irresponsabilidade. E, tendo Dilma e seus asseclas sido derrotados e, certamente, também obrigados a partir para outro coup de main, que pode estar por vir, com a ajuda de Massaranduba, tudo indica que o único beneficiário terminou sendo o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, conduzido coercitivamente pela Polícia Federal (PF) nesta segunda sem tédio para esclarecer eventuais delitos na gestão fazendária e que teve menos destaque no noticiário só por causa do imbróglio que mais uma vez Brasília importou dos Lençóis Maranhenses.

Dilma, avisada do ato de Maranhão Foto: Estadão

Segunda-feira 9 de maio de 2016

Se há algo a comemorar nesta segunda-feira 9 foi que nela nenhum brasileiro morreu de tédio. Pois não faltaram emoções a viver ou até parar morrer, pois muitas eram capazes de promover infartos e AVCs.

Desde cedo. Pois logo pela manhã o Brasil ficou sabendo que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu aceitar um pedido do advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo, para anular a votação no plenário da Câmara da admissibilidade de abertura do processo de impeachment da presidente da República pelo Senado Federal.

Não houve quem não se surpreendesse no Brasil. A não ser os artífices da lambança. O primeiro deles é a beneficiária, Dilma Rousseff. Depois, seu autor, mandante e operador, o citado Zé Cardozo, que, na prática, é "adevogado" genial da madama chefona. Além deles , ainda há o próprio chefe da Câmara Baixa em exercício desde que o Supremo Tribunal Federal afastou do exercício do comando da Mesa e do mandato de deputado o titular, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E não nos esqueçamos do sempre presente espírito de santo de orelha do executante, Flávio Dino, governador do Maranhão, o Estado natal de Waldir, e, ao que parece, também o mais recente sequestrador do cérebro do executante.

A surpresa trouxe, de saída, pelo menos duas constatações básicas, que pareciam passar desapercebidas no Brasil, mas agora emergiram. A primeira delas é que a colega Eliane Cantanhêde, colunista do Estadão, deu realmente um furaço na semana passada ao trazer a lume uma articulação dos ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, este presidente do STF, para usarem um pedido da Rede, de Marina Silva, para interromper o processo de impeachment dentro do processo de afastamento de Cunha. Abortado o golpe judiciário com a intervenção rápida e rasteira de Teori Zavascki, relator de tudo quanto é relativo ao julgamento na última instância das investigações da Operação Lava Jato, imediatamente os principais articuladores do golpe partiram pra cima de Maranhão, pau-mandado de Cunha, mas aliado há mais tempo de Dino. A segunda é de que este comunista é devoto da democracia e pode ser um quadro talentoso e decente de nossa política tão malvista e carente de bons profissionais do ramo. No caso, ele provou não passar de um amador de quinta.

Inspirado por garrafas de excelente vinho num jantar com seu colegaSílvio Costa e o causídico Zé Cardozo, Maranhão faltou a um encontro que tinha marcado com Michel Temer. E, a bordo de um jato da Força Aérea Brasileira (FAB), ouviu, voltando de São Luís para Brasília, um apaixonado ataque à legalidade do processo na Câmara feito pelo governador, que lhe prometeu a secretaria de Ciência e Tecnologia de seu Estado natal e uma vaga para disputar o Senado em 2018 em troca de seu valioso e tresloucado gesto. A lambança era evidente: como um presidente, ainda por cima interino, podia tirar da gaveta um pedido extemporâneo para anular uma votação com comparecimento maciço (apenas duas ausências) e diferença no resultado final de 367 votos (dois terços mais 25), recordista em disputas na Casa? Não importa. Não faltaram juristas que defenderam a possibilidade de ele ter o direito de fazê-lo, conforme informações confiáveis, com base em documento do próprio punho do advogado particular da "presidenta".

Depois da comemoração em palácio, o assunto morreu na decisão do presidente do Senado. Renan Calheiros (PMDB-AL) não conheceu o recebimento do ofício. Em seguida, Calheiros travou uma briga folclórica contra a bancada do chororô no plenário da Câmara Alta e marcou a votação da abertura do processo para quarta-feira 12, como tinha sido previsto.

Ex-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e eleito para a primeira vice-presidência da Câmara com 83,3% dos votos de seus pares, Waldir Maranhão foi tratado como um palhaço sem picadeiro. O ministro do Supremo Gilmar Mendes chamou a lambança toda de Operação Tabajara. O presidente Calheiros disse que ele estava brincando de democracia. E embora tenha defendido num pronunciamento de três minutos a obra de Cardozão, que ele assinou, como sendo de obediente à ordem constitucional vigente, Maranhão, à noite, numa nota lacônica e sem motivos, recuou da decisão e deixou tudo como dantes na Câmara de Abrantes. Esteja sendo injustiçado ou não, Maranhão não é ilegítimo no posto e tem currículo à altura dele, embora seja incomum na política quem se orgulhe de diplomas não conquistados e ocupe cargos para os quais nunca foi qualificado.

Certo é que muita gente perdeu dinheiro com sua irresponsabilidade. E, tendo Dilma e seus asseclas sido derrotados e, certamente, também obrigados a partir para outro coup de main, que pode estar por vir, com a ajuda de Massaranduba, tudo indica que o único beneficiário terminou sendo o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, conduzido coercitivamente pela Polícia Federal (PF) nesta segunda sem tédio para esclarecer eventuais delitos na gestão fazendária e que teve menos destaque no noticiário só por causa do imbróglio que mais uma vez Brasília importou dos Lençóis Maranhenses.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.