Câncer de bexiga: Saiba riscos e como é o tratamento de doença de Roberto Justus e Celso Portiolli


Doença é mais comum em homens e tabagismo é o principal fator de risco; entenda

Por Stéphanie Araújo
Atualização:

Na última semana, dois famosos utilizaram das suas redes sociais para falar sobre seus tratamentos contra o câncer da bexiga. O apresentador do SBT Celso Portiolli justificou na sexta-feira, 4, sua ausência no Teleton por conta de uma inflamação na bexiga, em meio ao tratamento do câncer, e o também apresentador e empresário Roberto Justus anunciou neste domingo, 6, a descoberta do tumor na região e a realização de uma “quimioterapia preventiva” após retirada do carcinoma.

Segundo o Instituto da Próstata e a Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, o carcinoma da bexiga é a quarta causa de morte oncológica mais comum em homens e o segundo mais tratado por urologistas, só perdendo para o câncer de próstata.

O chefe da oncologia clínica do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), Alexandre Palladino, destaca que a estimativa no Brasil é de que a cada ano do triênio 2020-2022 haja cerca de 7,5 mil novos casos em homens. “É uma doença mais comum em homens do que mulheres. A faixa etária pode acontecer em qualquer idade, porém mais frequente entre pessoas em torno de 60 e 70 anos”, explica.

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O apresentador Celso Portiolli retirou o tumor da bexiga no fim de 2021 Foto: Iara Morselli

Apesar de mais frequente em homens, mulheres também podem ser afetadas, visto que o tabagismo ainda é o fator de risco mais predominante, segundo afirma o urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Alfredo Canalini.

Ele diz não acreditar que haja um grupo de risco e, sim, fator de risco. “Você tem grupo de mulheres também. Antigamente você não via tanto tumor de bexiga nelas, porque elas não fumavam”.

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Os tipos mais comuns de tumores neste órgão são: os de células de transição, que começam no tecido interno da bexiga; os de células escamosas, que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas; e o adenocarcinoma que se inicia nas células de secreção e podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.

O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de bexiga Foto: REUTERS/Christian Hartmann

Palladino ainda explica que quando se trata de tratamento, este câncer pode ser dividido em dois tipos, o tumor superficial e o invasivo. “No tumor superficial, tem como recurso fazer (a cirurgia) dentro da bexiga, como uma maneira de diminuir a recorrência local da doença. O paciente com tumor invasivo, ou seja, que se aprofundou mais, tem o risco de recorrência local, mas também de recorrência em outros órgãos”, explica.

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Quais são os fatores de risco do câncer de bexiga?

O tabagismo é conhecido como o principal fator de risco, sendo responsável por 50% dos casos no sexo masculino e em 35% entre o feminino. Segundo a SBU, a chance de fumantes desenvolverem câncer na bexiga é de quatro a sete vezes maior do que entre não tabagistas. Ao deixar o cigarro, as chances de apresentar a doença diminuem, embora a ação dos fatores cancerígenos possam perdurar no organismo por mais de dez anos.

Uma pesquisa do INCA mostra que o tabagismo não é o único fator relacionado ao desenvolvimento desse tipo de tumor. Existem pelo menos 28 profissões que têm presente nas suas atividades os agentes cancerígenos responsáveis pelo câncer de bexiga.

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Os trabalhadores mais expostos a produtos químicos são metalúrgicos, confeccionadores de pneus, profissionais de radiologia, confecção de vidros, produção de tinta e salão de beleza.

O Projeto Diretrizes, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina, mostra que cerca de 20% dos casos de câncer de bexiga estão associados à essa exposição ocupacional.

Para Canaline, esses fatores relacionados ao trabalho são evitáveis “hoje em dia você tem equipamentos de proteção individual que realmente protegem o paciente desse tipo de contato”, explica.

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Além disso, para Palladino, questões de dieta, carnes processadas e atividades laborais são fatores aditivos “O tabagismo é o principal fator de risco. Então um paciente que é tabagista e tem outro fator de risco associado ele vai ter um risco maior”, afirma.

Quais são os sintomas do câncer de bexiga?

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O diagnóstico precoce é o primeiro e principal caminho para inibir o desenvolvimento da doença, a maior parte dos tumores são diagnosticados após o primeiro sintoma, que é a presença de sangue na urina, conhecida no meio médico como hematúria. Este primeiro sinal ocorre de 37% a 62% dos pacientes.

A presença do sangue também pode vir acompanhada de dor e irritação. Além de outros sintomas mais raros como dor lombar, presença de massa palpável no hipogástrio ou inchaço nos membros inferiores. Em estágios mais graves, podem também se manifestar através do emagrecimento.

“O diagnóstico precoce ele tem que ser feito. Às vezes a gente vê aquele homem ou mulher que apresentou um sangramento na urina e acha ‘isso é uma bobagem, é uma infecção ou cálculo renal’, olha com cuidado porque você pode estar diante de uma doença potencialmente curável e potencialmente letal dependendo de como você lidar com ela” alerta Canalini.

Tratamentos com Imuno BCG e ‘quimioterapia preventiva’

Dentre os tratamentos para a doença, está a imunoterapia com a aplicação de Imuno BCG, utilizado pelo apresentador Celso Portiolli. Mesmo tendo uma boa resposta no organismo, Celso relatou que sua bexiga “inflamou muito”, o que fez com que retornasse ao hospital neste final de semana.

O tratamento, de acordo com o urologista Alfredo Canalini, é geralmente utilizado em tumores superficiais, ou seja, que não infiltra a parede da bexiga

“Essa medicação é feita através da introdução de uma sondinha bem fina na bexiga e a substância é injetada no interior da bexiga”, explica o médico que salienta que apesar da adversidade o tratamento é confiável

“O BCG ao longo do tempo se mostrou a melhor das armas tanto que ele é usado até hoje, mas ele tem essa possibilidade, sim, de desencadear uma reação adversa de uma irritação inflamatória na bexiga que o paciente eventualmente tenha que tratar. E isso é um dos riscos do tratamento, mas são situações perfeitamente controláveis”.

Enquanto isso, Roberto Justus diz utilizar uma quimioterapia preventiva após retirada do carcinoma. O oncologista Alexandre Palladino afirma ser uma quimioterapia pós-operatória, comum para tumores mais avançados, onde se tenta evitar a recorrência da doença. “Aí não é imunoterapia local, como é o caso do BCG, é uma quimioterapia venosa.” .

Os tratamentos são inúmeros, mas é preciso analisar de forma independente cada caso é o que acredita Palladino. “A maioria dos tumores são diagnosticados felizmente na fase inicial por conta de um sangramento, em torno de 70% dos doentes têm diagnóstico nas fases inicial e são doentes que geralmente são tratados com uma cirurgia via uretral, sem necessidade de cirurgia aberta”, afirma.

Na última semana, dois famosos utilizaram das suas redes sociais para falar sobre seus tratamentos contra o câncer da bexiga. O apresentador do SBT Celso Portiolli justificou na sexta-feira, 4, sua ausência no Teleton por conta de uma inflamação na bexiga, em meio ao tratamento do câncer, e o também apresentador e empresário Roberto Justus anunciou neste domingo, 6, a descoberta do tumor na região e a realização de uma “quimioterapia preventiva” após retirada do carcinoma.

Segundo o Instituto da Próstata e a Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, o carcinoma da bexiga é a quarta causa de morte oncológica mais comum em homens e o segundo mais tratado por urologistas, só perdendo para o câncer de próstata.

O chefe da oncologia clínica do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), Alexandre Palladino, destaca que a estimativa no Brasil é de que a cada ano do triênio 2020-2022 haja cerca de 7,5 mil novos casos em homens. “É uma doença mais comum em homens do que mulheres. A faixa etária pode acontecer em qualquer idade, porém mais frequente entre pessoas em torno de 60 e 70 anos”, explica.

O apresentador Celso Portiolli retirou o tumor da bexiga no fim de 2021 Foto: Iara Morselli

Apesar de mais frequente em homens, mulheres também podem ser afetadas, visto que o tabagismo ainda é o fator de risco mais predominante, segundo afirma o urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Alfredo Canalini.

Ele diz não acreditar que haja um grupo de risco e, sim, fator de risco. “Você tem grupo de mulheres também. Antigamente você não via tanto tumor de bexiga nelas, porque elas não fumavam”.

Os tipos mais comuns de tumores neste órgão são: os de células de transição, que começam no tecido interno da bexiga; os de células escamosas, que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas; e o adenocarcinoma que se inicia nas células de secreção e podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.

O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de bexiga Foto: REUTERS/Christian Hartmann

Palladino ainda explica que quando se trata de tratamento, este câncer pode ser dividido em dois tipos, o tumor superficial e o invasivo. “No tumor superficial, tem como recurso fazer (a cirurgia) dentro da bexiga, como uma maneira de diminuir a recorrência local da doença. O paciente com tumor invasivo, ou seja, que se aprofundou mais, tem o risco de recorrência local, mas também de recorrência em outros órgãos”, explica.

Quais são os fatores de risco do câncer de bexiga?

O tabagismo é conhecido como o principal fator de risco, sendo responsável por 50% dos casos no sexo masculino e em 35% entre o feminino. Segundo a SBU, a chance de fumantes desenvolverem câncer na bexiga é de quatro a sete vezes maior do que entre não tabagistas. Ao deixar o cigarro, as chances de apresentar a doença diminuem, embora a ação dos fatores cancerígenos possam perdurar no organismo por mais de dez anos.

Uma pesquisa do INCA mostra que o tabagismo não é o único fator relacionado ao desenvolvimento desse tipo de tumor. Existem pelo menos 28 profissões que têm presente nas suas atividades os agentes cancerígenos responsáveis pelo câncer de bexiga.

Os trabalhadores mais expostos a produtos químicos são metalúrgicos, confeccionadores de pneus, profissionais de radiologia, confecção de vidros, produção de tinta e salão de beleza.

O Projeto Diretrizes, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina, mostra que cerca de 20% dos casos de câncer de bexiga estão associados à essa exposição ocupacional.

Para Canaline, esses fatores relacionados ao trabalho são evitáveis “hoje em dia você tem equipamentos de proteção individual que realmente protegem o paciente desse tipo de contato”, explica.

Além disso, para Palladino, questões de dieta, carnes processadas e atividades laborais são fatores aditivos “O tabagismo é o principal fator de risco. Então um paciente que é tabagista e tem outro fator de risco associado ele vai ter um risco maior”, afirma.

Quais são os sintomas do câncer de bexiga?

O diagnóstico precoce é o primeiro e principal caminho para inibir o desenvolvimento da doença, a maior parte dos tumores são diagnosticados após o primeiro sintoma, que é a presença de sangue na urina, conhecida no meio médico como hematúria. Este primeiro sinal ocorre de 37% a 62% dos pacientes.

A presença do sangue também pode vir acompanhada de dor e irritação. Além de outros sintomas mais raros como dor lombar, presença de massa palpável no hipogástrio ou inchaço nos membros inferiores. Em estágios mais graves, podem também se manifestar através do emagrecimento.

“O diagnóstico precoce ele tem que ser feito. Às vezes a gente vê aquele homem ou mulher que apresentou um sangramento na urina e acha ‘isso é uma bobagem, é uma infecção ou cálculo renal’, olha com cuidado porque você pode estar diante de uma doença potencialmente curável e potencialmente letal dependendo de como você lidar com ela” alerta Canalini.

Tratamentos com Imuno BCG e ‘quimioterapia preventiva’

Dentre os tratamentos para a doença, está a imunoterapia com a aplicação de Imuno BCG, utilizado pelo apresentador Celso Portiolli. Mesmo tendo uma boa resposta no organismo, Celso relatou que sua bexiga “inflamou muito”, o que fez com que retornasse ao hospital neste final de semana.

O tratamento, de acordo com o urologista Alfredo Canalini, é geralmente utilizado em tumores superficiais, ou seja, que não infiltra a parede da bexiga

“Essa medicação é feita através da introdução de uma sondinha bem fina na bexiga e a substância é injetada no interior da bexiga”, explica o médico que salienta que apesar da adversidade o tratamento é confiável

“O BCG ao longo do tempo se mostrou a melhor das armas tanto que ele é usado até hoje, mas ele tem essa possibilidade, sim, de desencadear uma reação adversa de uma irritação inflamatória na bexiga que o paciente eventualmente tenha que tratar. E isso é um dos riscos do tratamento, mas são situações perfeitamente controláveis”.

Enquanto isso, Roberto Justus diz utilizar uma quimioterapia preventiva após retirada do carcinoma. O oncologista Alexandre Palladino afirma ser uma quimioterapia pós-operatória, comum para tumores mais avançados, onde se tenta evitar a recorrência da doença. “Aí não é imunoterapia local, como é o caso do BCG, é uma quimioterapia venosa.” .

Os tratamentos são inúmeros, mas é preciso analisar de forma independente cada caso é o que acredita Palladino. “A maioria dos tumores são diagnosticados felizmente na fase inicial por conta de um sangramento, em torno de 70% dos doentes têm diagnóstico nas fases inicial e são doentes que geralmente são tratados com uma cirurgia via uretral, sem necessidade de cirurgia aberta”, afirma.

Na última semana, dois famosos utilizaram das suas redes sociais para falar sobre seus tratamentos contra o câncer da bexiga. O apresentador do SBT Celso Portiolli justificou na sexta-feira, 4, sua ausência no Teleton por conta de uma inflamação na bexiga, em meio ao tratamento do câncer, e o também apresentador e empresário Roberto Justus anunciou neste domingo, 6, a descoberta do tumor na região e a realização de uma “quimioterapia preventiva” após retirada do carcinoma.

Segundo o Instituto da Próstata e a Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, o carcinoma da bexiga é a quarta causa de morte oncológica mais comum em homens e o segundo mais tratado por urologistas, só perdendo para o câncer de próstata.

O chefe da oncologia clínica do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), Alexandre Palladino, destaca que a estimativa no Brasil é de que a cada ano do triênio 2020-2022 haja cerca de 7,5 mil novos casos em homens. “É uma doença mais comum em homens do que mulheres. A faixa etária pode acontecer em qualquer idade, porém mais frequente entre pessoas em torno de 60 e 70 anos”, explica.

O apresentador Celso Portiolli retirou o tumor da bexiga no fim de 2021 Foto: Iara Morselli

Apesar de mais frequente em homens, mulheres também podem ser afetadas, visto que o tabagismo ainda é o fator de risco mais predominante, segundo afirma o urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Alfredo Canalini.

Ele diz não acreditar que haja um grupo de risco e, sim, fator de risco. “Você tem grupo de mulheres também. Antigamente você não via tanto tumor de bexiga nelas, porque elas não fumavam”.

Os tipos mais comuns de tumores neste órgão são: os de células de transição, que começam no tecido interno da bexiga; os de células escamosas, que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas; e o adenocarcinoma que se inicia nas células de secreção e podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.

O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de bexiga Foto: REUTERS/Christian Hartmann

Palladino ainda explica que quando se trata de tratamento, este câncer pode ser dividido em dois tipos, o tumor superficial e o invasivo. “No tumor superficial, tem como recurso fazer (a cirurgia) dentro da bexiga, como uma maneira de diminuir a recorrência local da doença. O paciente com tumor invasivo, ou seja, que se aprofundou mais, tem o risco de recorrência local, mas também de recorrência em outros órgãos”, explica.

Quais são os fatores de risco do câncer de bexiga?

O tabagismo é conhecido como o principal fator de risco, sendo responsável por 50% dos casos no sexo masculino e em 35% entre o feminino. Segundo a SBU, a chance de fumantes desenvolverem câncer na bexiga é de quatro a sete vezes maior do que entre não tabagistas. Ao deixar o cigarro, as chances de apresentar a doença diminuem, embora a ação dos fatores cancerígenos possam perdurar no organismo por mais de dez anos.

Uma pesquisa do INCA mostra que o tabagismo não é o único fator relacionado ao desenvolvimento desse tipo de tumor. Existem pelo menos 28 profissões que têm presente nas suas atividades os agentes cancerígenos responsáveis pelo câncer de bexiga.

Os trabalhadores mais expostos a produtos químicos são metalúrgicos, confeccionadores de pneus, profissionais de radiologia, confecção de vidros, produção de tinta e salão de beleza.

O Projeto Diretrizes, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina, mostra que cerca de 20% dos casos de câncer de bexiga estão associados à essa exposição ocupacional.

Para Canaline, esses fatores relacionados ao trabalho são evitáveis “hoje em dia você tem equipamentos de proteção individual que realmente protegem o paciente desse tipo de contato”, explica.

Além disso, para Palladino, questões de dieta, carnes processadas e atividades laborais são fatores aditivos “O tabagismo é o principal fator de risco. Então um paciente que é tabagista e tem outro fator de risco associado ele vai ter um risco maior”, afirma.

Quais são os sintomas do câncer de bexiga?

O diagnóstico precoce é o primeiro e principal caminho para inibir o desenvolvimento da doença, a maior parte dos tumores são diagnosticados após o primeiro sintoma, que é a presença de sangue na urina, conhecida no meio médico como hematúria. Este primeiro sinal ocorre de 37% a 62% dos pacientes.

A presença do sangue também pode vir acompanhada de dor e irritação. Além de outros sintomas mais raros como dor lombar, presença de massa palpável no hipogástrio ou inchaço nos membros inferiores. Em estágios mais graves, podem também se manifestar através do emagrecimento.

“O diagnóstico precoce ele tem que ser feito. Às vezes a gente vê aquele homem ou mulher que apresentou um sangramento na urina e acha ‘isso é uma bobagem, é uma infecção ou cálculo renal’, olha com cuidado porque você pode estar diante de uma doença potencialmente curável e potencialmente letal dependendo de como você lidar com ela” alerta Canalini.

Tratamentos com Imuno BCG e ‘quimioterapia preventiva’

Dentre os tratamentos para a doença, está a imunoterapia com a aplicação de Imuno BCG, utilizado pelo apresentador Celso Portiolli. Mesmo tendo uma boa resposta no organismo, Celso relatou que sua bexiga “inflamou muito”, o que fez com que retornasse ao hospital neste final de semana.

O tratamento, de acordo com o urologista Alfredo Canalini, é geralmente utilizado em tumores superficiais, ou seja, que não infiltra a parede da bexiga

“Essa medicação é feita através da introdução de uma sondinha bem fina na bexiga e a substância é injetada no interior da bexiga”, explica o médico que salienta que apesar da adversidade o tratamento é confiável

“O BCG ao longo do tempo se mostrou a melhor das armas tanto que ele é usado até hoje, mas ele tem essa possibilidade, sim, de desencadear uma reação adversa de uma irritação inflamatória na bexiga que o paciente eventualmente tenha que tratar. E isso é um dos riscos do tratamento, mas são situações perfeitamente controláveis”.

Enquanto isso, Roberto Justus diz utilizar uma quimioterapia preventiva após retirada do carcinoma. O oncologista Alexandre Palladino afirma ser uma quimioterapia pós-operatória, comum para tumores mais avançados, onde se tenta evitar a recorrência da doença. “Aí não é imunoterapia local, como é o caso do BCG, é uma quimioterapia venosa.” .

Os tratamentos são inúmeros, mas é preciso analisar de forma independente cada caso é o que acredita Palladino. “A maioria dos tumores são diagnosticados felizmente na fase inicial por conta de um sangramento, em torno de 70% dos doentes têm diagnóstico nas fases inicial e são doentes que geralmente são tratados com uma cirurgia via uretral, sem necessidade de cirurgia aberta”, afirma.

Na última semana, dois famosos utilizaram das suas redes sociais para falar sobre seus tratamentos contra o câncer da bexiga. O apresentador do SBT Celso Portiolli justificou na sexta-feira, 4, sua ausência no Teleton por conta de uma inflamação na bexiga, em meio ao tratamento do câncer, e o também apresentador e empresário Roberto Justus anunciou neste domingo, 6, a descoberta do tumor na região e a realização de uma “quimioterapia preventiva” após retirada do carcinoma.

Segundo o Instituto da Próstata e a Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, o carcinoma da bexiga é a quarta causa de morte oncológica mais comum em homens e o segundo mais tratado por urologistas, só perdendo para o câncer de próstata.

O chefe da oncologia clínica do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), Alexandre Palladino, destaca que a estimativa no Brasil é de que a cada ano do triênio 2020-2022 haja cerca de 7,5 mil novos casos em homens. “É uma doença mais comum em homens do que mulheres. A faixa etária pode acontecer em qualquer idade, porém mais frequente entre pessoas em torno de 60 e 70 anos”, explica.

O apresentador Celso Portiolli retirou o tumor da bexiga no fim de 2021 Foto: Iara Morselli

Apesar de mais frequente em homens, mulheres também podem ser afetadas, visto que o tabagismo ainda é o fator de risco mais predominante, segundo afirma o urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Alfredo Canalini.

Ele diz não acreditar que haja um grupo de risco e, sim, fator de risco. “Você tem grupo de mulheres também. Antigamente você não via tanto tumor de bexiga nelas, porque elas não fumavam”.

Os tipos mais comuns de tumores neste órgão são: os de células de transição, que começam no tecido interno da bexiga; os de células escamosas, que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas; e o adenocarcinoma que se inicia nas células de secreção e podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.

O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de bexiga Foto: REUTERS/Christian Hartmann

Palladino ainda explica que quando se trata de tratamento, este câncer pode ser dividido em dois tipos, o tumor superficial e o invasivo. “No tumor superficial, tem como recurso fazer (a cirurgia) dentro da bexiga, como uma maneira de diminuir a recorrência local da doença. O paciente com tumor invasivo, ou seja, que se aprofundou mais, tem o risco de recorrência local, mas também de recorrência em outros órgãos”, explica.

Quais são os fatores de risco do câncer de bexiga?

O tabagismo é conhecido como o principal fator de risco, sendo responsável por 50% dos casos no sexo masculino e em 35% entre o feminino. Segundo a SBU, a chance de fumantes desenvolverem câncer na bexiga é de quatro a sete vezes maior do que entre não tabagistas. Ao deixar o cigarro, as chances de apresentar a doença diminuem, embora a ação dos fatores cancerígenos possam perdurar no organismo por mais de dez anos.

Uma pesquisa do INCA mostra que o tabagismo não é o único fator relacionado ao desenvolvimento desse tipo de tumor. Existem pelo menos 28 profissões que têm presente nas suas atividades os agentes cancerígenos responsáveis pelo câncer de bexiga.

Os trabalhadores mais expostos a produtos químicos são metalúrgicos, confeccionadores de pneus, profissionais de radiologia, confecção de vidros, produção de tinta e salão de beleza.

O Projeto Diretrizes, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina, mostra que cerca de 20% dos casos de câncer de bexiga estão associados à essa exposição ocupacional.

Para Canaline, esses fatores relacionados ao trabalho são evitáveis “hoje em dia você tem equipamentos de proteção individual que realmente protegem o paciente desse tipo de contato”, explica.

Além disso, para Palladino, questões de dieta, carnes processadas e atividades laborais são fatores aditivos “O tabagismo é o principal fator de risco. Então um paciente que é tabagista e tem outro fator de risco associado ele vai ter um risco maior”, afirma.

Quais são os sintomas do câncer de bexiga?

O diagnóstico precoce é o primeiro e principal caminho para inibir o desenvolvimento da doença, a maior parte dos tumores são diagnosticados após o primeiro sintoma, que é a presença de sangue na urina, conhecida no meio médico como hematúria. Este primeiro sinal ocorre de 37% a 62% dos pacientes.

A presença do sangue também pode vir acompanhada de dor e irritação. Além de outros sintomas mais raros como dor lombar, presença de massa palpável no hipogástrio ou inchaço nos membros inferiores. Em estágios mais graves, podem também se manifestar através do emagrecimento.

“O diagnóstico precoce ele tem que ser feito. Às vezes a gente vê aquele homem ou mulher que apresentou um sangramento na urina e acha ‘isso é uma bobagem, é uma infecção ou cálculo renal’, olha com cuidado porque você pode estar diante de uma doença potencialmente curável e potencialmente letal dependendo de como você lidar com ela” alerta Canalini.

Tratamentos com Imuno BCG e ‘quimioterapia preventiva’

Dentre os tratamentos para a doença, está a imunoterapia com a aplicação de Imuno BCG, utilizado pelo apresentador Celso Portiolli. Mesmo tendo uma boa resposta no organismo, Celso relatou que sua bexiga “inflamou muito”, o que fez com que retornasse ao hospital neste final de semana.

O tratamento, de acordo com o urologista Alfredo Canalini, é geralmente utilizado em tumores superficiais, ou seja, que não infiltra a parede da bexiga

“Essa medicação é feita através da introdução de uma sondinha bem fina na bexiga e a substância é injetada no interior da bexiga”, explica o médico que salienta que apesar da adversidade o tratamento é confiável

“O BCG ao longo do tempo se mostrou a melhor das armas tanto que ele é usado até hoje, mas ele tem essa possibilidade, sim, de desencadear uma reação adversa de uma irritação inflamatória na bexiga que o paciente eventualmente tenha que tratar. E isso é um dos riscos do tratamento, mas são situações perfeitamente controláveis”.

Enquanto isso, Roberto Justus diz utilizar uma quimioterapia preventiva após retirada do carcinoma. O oncologista Alexandre Palladino afirma ser uma quimioterapia pós-operatória, comum para tumores mais avançados, onde se tenta evitar a recorrência da doença. “Aí não é imunoterapia local, como é o caso do BCG, é uma quimioterapia venosa.” .

Os tratamentos são inúmeros, mas é preciso analisar de forma independente cada caso é o que acredita Palladino. “A maioria dos tumores são diagnosticados felizmente na fase inicial por conta de um sangramento, em torno de 70% dos doentes têm diagnóstico nas fases inicial e são doentes que geralmente são tratados com uma cirurgia via uretral, sem necessidade de cirurgia aberta”, afirma.

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