Ácido fólico não ajuda a evitar câncer de cólon, diz estudo

Suplementos da substância, um tipo de vitamina B, podem até estimular a doença

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Por Redação
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Altas doses de ácido fólico não evitam pólipos pré-cancerosos no cólon em pessoas com tendência a desenvolvê-los, e podem até mesmo estimular o aparecimento deles, diz um novo estudo. Esta é a mais recente evidência de que tomar vitaminas demais pode fazer mal. No mês passado, um estudo ligou o uso exagerado de vitaminas ao câncer de próstata, e outra pesquisa mostrou que pílulas de betacaroteno podem elevar o risco de câncer de pulmão em fumantes. Os resultados surpreenderam os cientistas. Trabalhos anteriores haviam mostrado que dietas pobres em ácido fólico elevam o risco de câncer de cólon. Agora, os pesquisadores especulam que um pouco de ácido fólico pode realmente ajudar contra o câncer - desde que o cólon ainda esteja livre de células malignas. Mas, uma vez que o câncer tenha começado, o ácido fólico pode alimentar o tumor. O ácido fólico é uma versão artificial do folato, uma vitamina do complexo B encontrado em verduras, frutas cítricas e no feijão. Ele evita defeitos congênitos e é necessário para a produção de glóbulos vermelhos no sangue. Alguns cientistas que analisaram o estudo mais recente dizem que a suplementação de ácido fólico, obrigatória nos EUA para alguns alimentos, não deve ser ampliada, e que países que planejem adotar a suplementação deveriam ser cuidadosos. As novas descobertas, publicadas na edição desta quarta-feira, 6, do Journal of the American Medical Association, baseiam-se em dados de 987 adultos com histórico de pólipos pré-cancerosos no cólon. Os que tomaram ácido fólico desenvolveram mais tumores, ou adenomas, do que os que tomaram pílulas inertes. "Não se deve tomar ácido fólico para evitar adenoma colo-retal. É ineficiente para esse fim", disse um dos co-autores do trabalho, Bernard Cole, do Dartmouth-Hitchcock Medical Center.

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