Acordo com credores livra Grécia da moratória

Maioria dos credores aceitou receber apenas 26% do valor devido pelo governo gego; UE e FMI não liberariam empréstimo de 130 milhões de euros se ao menos 75% dos detentores de títulos gregos concordassem.

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Por BBC Brasil

O governo grego afirma ter recebido apoio suficiente para seguir adiante com a maior reestruturação da dívida de sua História. Dos credores, 85,8% dos que estão sujeitos às leis gregas e 69% de investidores internacionais concordaram com a troca de títulos, de acordo com o Ministério das Finanças grego. Isso significa que estes credores aceitarão perdas de até 74% do valor de face dos títulos que detêm, uma redução de 172 bilhões de euros na dívida do país. A adesão foi suficiente para o governo forçar investidores que não concordavam com a troca de títulos (swap) a aderirem ao acordo. Atenas precisava de pelos menos 75% de adesão espontânea para tal. A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) haviam afirmado que não repassariam à Grécia os 130 bilhões de euros do pacote de ajuda ao país caso a troca da dívida não tivesse êxito. O Ministério das Finanças grego, por sua vez, havia deixado claro que a alternativa ao swap seria o calote. O mercado financeiro ficou agitado na quinta-feira, impulsionado pelo otimismo diante da troca de títulos, com a bolsa de valores de Atenas subindo mais de 3% e os índices de Paris e Frankfurt subindo ainda mais do que este percentual. 'Esforço histórico' A Grécia informou ter estendido o prazo para adesão de credores estrangeiros a 23 de março, em uma tentativa de obter percentual superior aos atuais 69%. "Em nome do país, gostaria de expressar minha gratidão aos credores que apoiaram nosso ambicioso programa de reformas e ajustes e que compartilharam sacrifícios dos gregos neste esforço histórico", disse o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos. "A Grécia vai continuar implementando as medidas necessárias para atingir o ajuste fiscal e as reformas estruturais com os quais se comprometeu, e isso colocará o país de volta no caminho do crescimento sustentável", acrescentou o ministro. O comissário de Assuntos Econômicos da União Europeia, Olli Rehn, havia dito no início da semana que não haveria oferta melhor aos credores e que o acordo seria vital para a estabilidade da zona do euro. "É importante que todos os investidores reconheçam que a Europa se comprometeu com o máximo de recursos disponíveis para uma troca voluntária da dívida e que a participação integral (dos credores) é necessária para que o programa de ajuste grego vá adiante", advertiu. O objetivo do programa de ajustes é reduzir a dívida do país dos atuais 160% do Produto Interno Bruto para 120% até 2020. A economia do país encolheu 7% no último trimestre de 2011 em comparação a igual período do ano anterior. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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