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Área onde estavam prédios que caíram foi interditada em fevereiro por risco de deslizamento

Obras do prédio já haviam sido embargadas pela prefeitura em novembro; meses depois Defesa Civil verificou perigo na região

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Por Roberta Jansen

A área onde estavam construídos os dois prédios que desabaram na manhã desta sexta-feira, 12, era considerada de risco iminente de deslizamento, segundo análise feita pela Defesa Civil, que interditou o local em fevereiro deste ano. Os dois prédios já estavam interditados pela Secretaria Municipal de Urbanismo desde novembro de 2018.

Dois prédios desabaram na comunidade Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro na manhã desta sexta-feira, 12 Foto: Sergio Moraes/Reuters

De acordo com o laudo mais recente, da Defesa Civil, no lote 12 do terreno (justamente o local onde estavam os prédios que desmoronaram), "constatamos risco iminente de rolamento de pedras e deslizamentode terra, devido à escavação irregular realizada, em talude e parte posterior do terreno, onde está sendo construída uma edificação sem o embasamento técnico de profissional habilitado e tecnicamente qualificado e sem o devido licenciamento". O Mapa de Suscetibilidade de Escorregamento da Geo-Rio também classificava a região como de "alto e médio risco para deslizamento". Os dois prédios faziam parte do Condomínio Figueiras do Itanhangá, na Muzema, na zona oeste, e foram construídos irregularmente numa Área de Proteção Ambiental (APA), perto de uma encosta.  A Prefeitura informou que as primeiras ações de interdição do condomínio datam de outubro de 2005. Segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo, todas as construções do local seriam clandestinas e, por isso, toda a área do condomínio teria sido embargada. Em 2005, o condomínio não contava com redes pluviais, de esgoto, de abastecimento de água ou calçamento. De acordo com a prefeitura, desde 2005 foram emitidos 17 autos de infração para construções irregulares no mesmo condomínio. A Defesa Civil foi ao local e interditou o condomínio. Em 8 de fevereiro deste ano, a Defesa Civil esteve de novo no local, constatando o risco de deslizamento. 

"No número 370 da Estrada de Jacarepaguá situa-se condomínio aparentemente irregular, implantado em terreno muito acidentado, onde estão em execução inúmeras construções, muitas delas edificações multifamiliares com cinco pavimentos, sem placas que indiquem profissional responsável ou registro junto à Secretaria Municipal de Urbanismo", informou o mesmo relatório que constatou também o risco iminente de deslizamento. A Prefeitura esclareceu ainda que existem quatro processos de demolição no mesmo condomínio que não puderam ser cumpridos por conta de embargos judiciais - mas não nos prédios que desabaram.

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