O Estado trazia na edição de 14 de junho de 1911, na sessão Notícias da Europa, um texto sobre o falecimento do maestro e compositor Gustav Mahler.
O jornal havia noticiado sua morte na edição de 20 de maio de 1911. Nesta edição de junho, com mais informações vindas da Áustria, publicava um texto mais detalhado sobre a vida e obra de Mahler.
Quarta-feira, 14 de junho de 1911
O Estado de S.Paulo 20/05/1911
A matéria tratava de percepções sobre a sua obra e também continha uma breve biografia do artista.
A doença e o falecimento de Mahler, amplamente noticiados pela imprensa internacional, eram as informações que abriam a nota publicada pelo Estado. Dizia-se que ele foi "victima de um envenenamento do sangue", o que levou a complicações cardíacas e pulmonares.A infecção bacteriológica, diagnosticada como endocardite bacteriana, era fatal antes da descoberta de antibióticos. Levou à morte o compositor, em 18 de maio de 1911.
Maestro e compositor proeminente, seu sucesso era reconhecido na nota "Com Richard Strauss, Mahler era o compositor mais em evidencia na Alemanha contemporânea e a sua obra era discutidíssima ainda pelos mesmos allemães. Em Vienna d'Austriagozava de grande popularidade."
Sobre sua música, o artigo falava das inovações que ela trazia; como a introdução de ritmos de dança, e musicalidades de festas populares nas suas composições. "Não receava de modo algum, as discordancias de tons e de cor que daqui resultavam e que pareciam contrarias á inspiração e á forma verdadeiramente symphonicas (...)Juntava a este gênero de sensibilidade e divisão musicais intenções e vistas philosophicas, donde provinha um comado de grandeza e de trivialidade que causava uma estranha impressão."
Tornando-se mais biográfico, o texto contava como o menino nascido em 1861, na região da Boêmia, tornou-se diretor de importantes orquestras em Praga e Leipzig.
Até que seu talento levou-o ao posto de diretor musical das Óperas de Budapeste, Hamburgo, e, em 1897, de Viena.Dez anos depois, abandonou a Ópera Imperial de Vienadiante de críticas. Passou, então, a empreender turnês anuais nos Estados Unidos. Lá dirigiu a orquestra do Metropolitan Opera House, em Nova York.
Pesquisa e Texto: Lizbeth BatistaSiga o Arquivo Estadão: twitter@estadaoarquivo e facebook/arquivoestadao