Bandidos matam policial e resgatam três presos em SP

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O investigador Walmir José Lopes, de 38 anos, tentou escapar da morte com a Blazer da Polícia Civil, levando os três homens que havia prendido pouco antes. Não conseguiu. Foi cercado por dois assaltantes, colegas dos presos, retirado do carro e executado com 16 tiros. Os bandidos libertaram seus comparsas, presos pelo investigador e por seu colega, o policial José Roberto Vergal, ambos da 5ª Delegacia Seccional de São Paulo. Lopes, casado e pai de uma criança de 1 ano, ainda implorou aos bandidos, de joelhos, para que poupassem a sua vida. Desmanche O resgate ocorreu nesta terça-feira de manhã, na esquina das Avenidas Rio das Pedras e Aricanduva, na zona leste de São Paulo. Segundo colegas dos policiais, os dois foram a um desmanche, em Guarulhos, na Grande São Paulo, investigar a receptação de carros roubados. Lá, detiveram um suspeito, que levou os policiais a um outro desmanche, na Avenida Rio das Pedras. No segundo desmanche, mais dois homens foram detidos. Todos foram colocados no compartimento de presos da Blazer do Setor de Investigações Gerais (SIG) da 5ª Delegacia Seccional. Os policiais esperavam reforços, no local, quando os assassinos chegaram. Reféns Vinte minutos antes, eles haviam roubado um furgão Kangoo, na Vila Matilde, zona leste. O carro é da assistência técnica de uma empresa de móveis e estava parado na frente de uma loja, onde o técnico fazia uma entrega. Os bandidos levaram o funcionário e um vizinho da loja como reféns. No caminho, diziam que iam precisar das vítimas por 15 minutos e depois iam decidir o que fazer com elas. "Vocês viram o rosto da gente", afirmou um dos assaltantes. Quando chegaram no desmanche, os bandidos desceram atirando. Os reféns aproveitaram o tiroteio, abriram a porta traseira do furgão e saíram correndo. O outro investigador escondeu-se atrás de um poste e apanhou o técnico da empresa de móveis. Lopes entrou na Blazer da Polícia Civil, tentando fugir. Os criminosos voltaram para o Kangoo e saíram atrás do carro da polícia. Execução No cruzamento com a Avenida Aricanduva, os ladrões jogaram o furgão em cima da Blazer, impedindo a passagem. O investigador bateu num Vectra, num Fiat 147 e terminou acertando o poste do semáforo. Os bandidos pararam o furgão sobre a ponte do Córrego Aricanduva, desceram e caminharam em direção à Blazer. Depois de matar o policial, atiraram no vidro do compartimento de presos e retiraram os presos pela janela. Mais roubo Como um tiro havia acertado um dos pneus do furgão, os bandidos roubaram um Gol e um Santana, em cima da ponte. O Gol foi encontrado mais tarde, abandonado no Parque do Carmo e o Monza, em Artur Alvim, ambos na zona leste. Um dos bandidos pode estar ferido, pois foi achado sangue no Gol. Segundo o delegado Antônio Mestre Júnior, a polícia tem pistas dos bandidos e deve prendê-los nas próximas horas. O que não se sabe ainda é como os ladrões souberam que os policiais estavam com seus comparsas detidos no desmanche.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.