PUBLICIDADE

Brasileiras estão tendo menos filhos, com exceção das mulheres de 40 a 49 anos; entenda os motivos

Tendência de postergar a gravidez segue em alta, de acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE no Dia Internacional da Mulher

Foto do author Roberta Jansen
Por Roberta Jansen

As brasileiras estão tendo cada vez menos filhos. O número de filhos por mulher caiu 13% nos últimos cinco anos. No entanto, o número teve um crescimento expressivo em uma única faixa etária, daquelas com mais de 40 anos – mostrando que a tendência de postergar a gravidez segue entre as brasileiras e está relacionada ao aumento da escolarização e à maior participação no mercado de trabalho.

Os números estão na pesquisa Estatísticas de Gênero, divulgada nesta sexta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Número de filhos por mulher caiu 13% nos últimos cinco anos no Brasil, aponta o IBGE Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO - 21/10/2022

PUBLICIDADE

O maior número de nascimentos ocorre entre as mulheres de 20 a 29 anos de idade, mas a trajetória é de queda. Em 2018, foram 1,4 milhão de bebês contra 1,2 milhão em 2022 – uma redução de 11,2%.

A maior queda foi entre jovens de 10 a 19 anos (30,8%), mostrando que embora ainda haja um número expressivo de gravidez na adolescência, o problema está em declínio. O número de bebês nascidos de mães com idade entre 40 e 49 anos, no entanto, aumentou, passando de 90,9 mil em 2018 para 106,1 mil em 2022.

Esses números estão relacionados ao aumento da escolarização das mulheres, de acordo com a pesquisa do IBGE. Hoje, as mulheres já são maioria entre os formados na faculdade no País. A proporção de pessoas com nível superior completo é de 16,8% entre as do sexo masculino e 21,3% entre as do sexo feminino.

A pesquisa Estatísticas de Gênero do IBGE também revelou que a mortalidade materna caiu. O índice mede o número de mortes maternas obstétricas por cem mil nascidos vivos. A meta da Organização das Nações Unidas é que este número fique abaixo de 70 por cem mil.

O Brasil esteve abaixo da meta entre 2010 e 2019. Em 2020, com a pandemia de covid-19, a mortalidade materna aumentou 29% em relação a 2019, alcançando 74,7 óbitos por 100 mil nascidos vivos e ultrapassando a meta. Em 2021, chegou a 117,4 óbitos por 100 mil nascidos.

Publicidade

Segundo os pesquisadores, os números estão relacionados ao atraso da vacinação de mulheres e à maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde durante a pandemia. Em 2022, o indicador retornou a patamar próximo de 2019, com 57,7 mortes por 100 mil nascidos vivos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.