Caso Mércia Nakashima: Mizael Bispo é solto e vai cumprir pena em regime aberto

Depois de 11 anos preso, ex-policial militar foi beneficiado pela Justiça com a progressão da pena

PUBLICIDADE

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela

Condenado a 22 anos e 8 meses de prisão pela morte da ex-namorada Mércia Nakashima, o ex-policial militar Mizael Bispo, de 53 anos, está em liberdade desde a tarde desta terça-feira, 22. Depois de 11 anos preso, ele foi beneficiado pela Justiça com a progressão para o regime aberto e vai cumprir em casa o restante da pena.

PUBLICIDADE

Bispo será obrigado a seguir algumas regras, como manter-se no endereço informado à Justiça, não frequentar bares e passar as noites em casa.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou ter cumprido, às 16h, decisão da 2.ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté que beneficiou Mizael Bispo com a progressão ao regime aberto. Ele estava preso na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo. A defesa de Bispo disse que ele cumpriu integralmente o que a lei estabelece para a concessão da progressão de regime.

Mizael Bispo vai cumprir o restante da pena pela morte da ex-namorada em casa Foto: Werther Santana/Estadão

Bispo já estava em regime semiaberto, no qual é permitido trabalhar fora da prisão e gozar de saídas temporárias, desde setembro de 2018. Com o novo benefício, ele vai para casa, mas não pode se ausentar da cidade sem autorização e precisa comparecer em juízo quando solicitado. A defesa dele havia pedido a liberdade condicional em julho deste ano, mas o pedido foi negado.

Em abril de 2022, Mizael foi expulso da PM e perdeu sua patente de cabo. Com o desligamento compulsório, ele teve retirada a identidade funcional, bem como o certificado de registro de arma de fogo, e teve cassadas as condecorações recebidas pelo seu trabalho policial.

Permaneceu, no entanto, com direito à aposentadoria, pois já havia sido reformado quando cometeu o crime. Em maio deste ano, o condenado foi excluído da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e perdeu o direito de exercer a advocacia.

O crime

A advogada Mércia e Mizael eram sócios em um escritório de advocacia e tinham um relacionamento, rompido por iniciativa dela. No dia 23 de maio de 2010, a mulher desapareceu e parentes e amigos se mobilizaram à sua procura. Seu carro foi encontrado no dia 10 de junho e, no dia seguinte, seu corpo foi retirado de uma represa, em Nazaré Paulista, na região metropolitana de São Paulo.

Publicidade

Conforme a perícia, a advogada de 28 anos foi baleada no queixo e jogada ainda viva na represa, morrendo afogada. A investigação e o Ministério Público acusaram Mizael de matar Mércia por ciúmes e por vingança por ela ter se negado a reatar a relação.

Um segurança de Mizael, Evandro Bezerra da Silva, teria ajudado a cometer o crime e fugir. Eles foram presos em 2012. Ambos foram condenados pelos crimes de homicídio doloso qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.