BRASÍLIA -O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) vai começar a coletar assinaturas na próxima segunda-feira, 28, para instalar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a decisão do governo de extinguir a Reserva Nacional do Cobre e Associados, na Amazônia. Segundo Delgado, a ideia é envolver deputados e senadores na iniciativa e criar uma comissão mista de investigação. Para uma CPMI ser criada, é necessário o apoio de 171 deputados e 27 senadores.
O ponto que está sendo destacado pelo deputado é o fato de o governo ter antecipado a informação de que iria acabar com a reserva ambiental para canadenses, antes mesmo de esse assunto vir a público no Brasil. De acordo com uma reportagem publicada pela BBC, em março, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou a empresários daquele país que a área de preservação amazônica seria extinta, e que sua exploração seria leiloada entre empresas privadas. O fim da reserva foi apresentado pelo governo durante o evento Prospectors and Developers Association of Canada (PDAC), em Toronto.
O decreto extinguindo a reserva foi assinado pelo presidente Michel Temer na quarta-feira e permite que uma área de 47 mil quilômetros quadrados na Amazônia, rica em cobre e outros minerais, seja explorada pela iniciativa privada. A área equivalente ao tamanho do Espírito Santo está localizada entre os Estados do Pará e do Amapá, e havia sido instituída em 1984.
O Ministério de Minas e Energia afirma que a possibilidade de extinguir a reserva sempre foi tratada de maneira aberta com a sociedade e foi o que aconteceu durante o evento no Canadá. Também afirma que não foi repassada nenhuma informação privilegiada para as empresas daquele país ou qualquer outro.