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Festa reúne alunos de circo do Clube Escola

Michael Jackson foi homenageado com performance de Thriller

Por Gustavo Miller e SÃO PAULO
Atualização:

Do lado de fora do picadeiro, Daniel Marques, o Palhaço Torrone, puxa papo com o Palhaço Renato. "De que clube você é? Sou do Curuçá!", pergunta o jovem, de 19 anos. "Legal, sou de Santo Amaro!", responde o outro, de 26, enquanto ajeita o nariz vermelho de plástico no rosto. Foi esse o clima do 1º Encontro Circense do Clube Escola, que ocorreu ontem em São Paulo no Clube Alto da Lapa, o Pelezão, na zona oeste da cidade. Das 95 unidades do projeto esportivo e cultural da Prefeitura de São Paulo, as 16 que têm aulas de circo se apresentaram por quase 6 horas. Uma grande tenda foi montada para as apresentações, que começaram às 10 horas. Grupos de contorcionistas, trapezistas, mágicos, palhaços e ginastas tinham 10 minutos para mostrar suas habilidades. Crianças eram maioria, mas adolescentes e adultos não ficaram de fora. "Um dia, fui levar minha filha para a aula e percebi que não ia poder ficar só assistindo", riu Luciana Pamplona, que apresentou um número de trapézio ao lado da filha Marina, de 6 anos. As duas fazem aulas de circo há 4 meses na unidade PET. "Vou fazer um exercício de solo", comentou, apressada, Mariana da Silva Fernandes, de 10 anos - 2 meses de aula no Clube Tiquatira. Perguntada sobre o que mais gosta de fazer, ela não pensou duas vezes. "Dar cambalhotas." De acordo com Francisco Dada, coordenador do Clube Escola, a ideia é realizar encontros circenses a cada seis meses, a fim de promover um intercâmbio esportivo entre todas as unidades do projeto. "Temos cerca de 1.200 crianças que vão, no mínimo, duas vezes por semana aos clubes mais próximos de suas casas. Além das aulas, eles ganham lanche", explicou. O Palhaço Renato aprovou o encontro. "Passamos o tempo todo treinando, bebendo da água da lona. Estou conhecendo outros artistas; só gente de qualidade", elogiou, antes de mostrar um número em que tirava uma menina-boneca de dentro de uma mala. A temática das apresentações variou bastante. Uma das mais curiosas foi a homenagem do grupo de Santo Amaro a Michael Jackson, em uma performance de Thriller. "Ficamos sensibilizados com a morte e mudamos a apresentação de última hora. A coreografia tinha os elementos mais famosos do Michael, mas com uma linguagem circense, nossa", explicou o cover do Rei do Pop, Marcelo Pulga, de 31 anos. Teve quem aproveitou a presença do Estado para protestar. "Tiquatira não tem estrutura para o circo, as aulas são sempre remarcadas. Não joga só confete", cobrou Isilda Fernandes, mãe daquela mesma apressada Mariana.

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