Marta dá o tom da campanha e indica que PT partirá para o ataque

Ela também indicou que o PT atacará alguns dos problemas enfrentados por Alckmin durante sua gestão no Estado, como a questão da segurança

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em sua primeira entrevista como coordenadora da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo, a ex-prefeita Marta Suplicy deu sinais de qual será o tom da campanha presidencial neste segundo turno das eleições. Logo após se reunir com deputados e lideranças do PT na cidade, Marta deixou claro que o discurso será de comparação entre o governo Lula e as administrações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-governador Geraldo Alckmin, candidato tucano na corrida ao Planalto. "Nós podemos fazer esse debate ético porque nós limpamos. Nós não pomos em baixo do tapete", afirmou Marta, que assumiu a nova posição ontem, a convite do próprio presidente. "E eu quero ver como é que os adversários vão se comportar nessa resposta", acrescentou. Insistindo que "no governo do PT não tem coelho em baixo do tapete, doa a quem doer", Marta apontou alguns dos temas que deverão ser resgatados na corrida presidencial. Entre eles, estão a "compra da reeleição", as privatizações no governo FHC, a dificuldade de abertura de CPIs em São Paulo e as denúncias que envolveram o banco estatal Nossa Caixa. Planos Marta também indicou que o PT atacará diretamente alguns dos problemas enfrentados por Alckmin durante sua gestão no Estado, como a questão da segurança pública. "Quem não teve competência para resolver o problema da Febem, como é que vai cuidar do Brasil", disse a ex-prefeita, em referência ao ex-governador tucano. Seguindo a mesma linha, ela aproveitou para criticar o fato de Alckmin ter aceito o apoio dos peemedebistas Anthony e Rosinha Garotinho. "Quem deixou a violência imperar, explodir em São Paulo e agora se junta ao casal Garotinho, como vai mandar no Brasil? Que aliança é essa?", ironizou. A ex-prefeita disse ainda que sua principal meta na coordenação da campanha será a de reduzir a diferença entre as votações obtidas por Lula e Alckmin no Estado na primeira etapa de votação. De acordo com ela, uma das principais apostas nesse sentido será levar a militância para as ruas, para pedir votos pela reeleição do presidente. "O PT é muito bom de rua", disse. A equipe de campanha também pretende estimular o licenciamento de ministros, para que possam contribuir para a busca de novos votos. "O trabalho de liberação dos ministros é fundamental", disse. Mais estratégia Outra parte da estratégia é a participação do presidente Lula nos debates eleitorais. Para o próximo domingo, no confronto que será promovido pela TV Bandeirantes, Marta afirmou que a presença de Lula está "super confirmada". "Nós achamos que esta vai ser uma campanha curta, que tem que ser uma campanha de muita exposição do presidente em debates, na televisão", disse ela. Na entrevista desta quarta-feira, Marta também fez questão de defender, em nome do PT e do presidente Lula, a punição dos petistas envolvidos no episódio da tentativa de compra do dossiê Vedoin. Segundo a ex-prefeita, essa medida deve ser tomada "o quanto antes", antes mesmo do final do segundo turno. Ela ponderou que é preciso "pensar com calma" como serão tomados esses procedimentos dentro do partido, mas ressaltou que o fundamental no atual momento é que a Polícia Federal prossiga com as investigações sobre o caso. "O mais importante é que a polícia investigue", ressaltou.

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