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Alerta de chuva faz Prefeitura de Porto Alegre pedir suspensão de resgates de vítimas

Somente às 18h é que os trabalhos foram retomadas pela Defesa Civil Municipal e a Guarda Municipal

Por Leonardo Zvarick
Atualização:

A Prefeitura de Porto Alegre emitiu um alerta no início da tarde desta quarta-feira, 8, pedindo que voluntários suspendessem temporariamente as operações de resgate com barcos em razão do mau tempo. Somente às 18h é que os trabalhos foram retomados pela Defesa Civil Municipal e a Guarda Municipal, após a interrupção da chuva.

Vários bairros ainda estão tomados pela água, e moradores percorrem trechos de barco em busca de mantimentos. Cerca de 12 mil pessoas recebem acolhimento nos abrigos temporários montados na cidade.

Mulher é resgatada por voluntários em área inundada de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul Foto: Diego Vara/Reuters

Segundo pesquisadores, a inundação do Lago Guaíba - a maior já registrada - deve persistir por tempo indeterminado na região metropolitana, diante da previsão de temporais intensos em grande parte do território gaúcho nos próximos dias.

O atual nível das águas do Lago Guaíba, que inundam as ruas de Porto Alegre, é de 5,11 metros, de acordo com medição feita pela Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul na manhã desta quarta-feira, 8. Embora tenha baixado 16 centímetros em 24 horas, o nível ainda está muito acima dos 3 metros da cota de inundação, quando as águas começam a causar danos à cidade. A cheia nunca foi tão grave - o recorde anterior, de 1941, era de 4,76 metros.

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Diferentes bairros de Porto Alegre foram esvaziados em razão da enchente, e as autoridades pedem racionamento de água aos moradores. A indicação é que o consumo envolva apenas o essencial, já que as estações de tratamento que atendem o município estão funcionando com capacidade reduzida.

Afetados ainda pelo desabastecimento nos supermercados e falta de energia elétrica, moradores têm partido em massa para cidades menos atingidas pelo evento climático.

O Rio Grande do Sul vive o pior desastre climático de sua história. Em todo o Estado, o temporal já deixou ao menos 100 mortos, enquanto 128 pessoas estão desaparecidas. Cerca de 160 mil pessoas estão desalojadas e 66 mil recebem acolhimento em abrigos públicos.

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De acordo com a agência MetSul, as enchentes ainda devem se agravar no sul do Estado, devido à cheia da Lagoa dos Patos, que recebe as águas do Guaíba e outros rios. “Todos os rios que desaguam na lagoa tiveram enchente recorde ou histórica”, diz o alerta.

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