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Oposição protocola documento na PF contra demora em apurar caso dossiê

Tasso e Bornhausen manifestaram preocupação com o comportamento do ministro da Justiça, que estaria orientando réus e interferindo no trabalho da PF

Por Agencia Estado
Atualização:

Os presidentes do PSDB e do PFL, Tasso Jereissati e Jorge Bornhausen, reuniram-se nesta quarta-feira com o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda. Jereissati e Bornhausen foram à PF protocolar um documento em nome das oposições demonstrando indignação com a demora da Polícia Federal em investigar o escândalo do dossiê Vedoin, elaborado para prejudicar a candidatura tucano em São Paulo. O documento pede também rapidez e transparência na divulgação do resultado da investigação. "Queremos que de forma clara e transparente a Polícia Federal comunique à sociedade o que já deve saber", disse Bornhausen. Os dois manifestaram preocupação com o comportamento do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que, na opinião deles, estaria orientando réus e interferindo no trabalho da Polícia Federal. Thomaz Bastos Na edição desta semana, a revista Veja traz reportagem na qual acusa o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de participar de uma operação para blindar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dos efeitos do escândalo da negociação de um dossiê contra candidatos do PSDB. A publicação centraliza a reportagem no ex-assessor especial de Lula, Freud Godoy. Thomaz Bastos conversou com Godoy assim que o escândalo estourou e lhe indicou um advogado, além de cobrar diariamente esforços dos dois para fazer com que Gedimar Pereira, um dos presos com R$ 1,7 milhão, recuasse em suas declarações citando Freud Godoy como o mandante da compra do dossiê. A revista afirma que, tão logo Gedimar foi preso, o ministro telefonou para o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José Araújo, para perguntar: "Isso respinga no Presidente?". Thomaz Bastos também teria, segundo a revista, se mobilizado para defender o governo depois da notícia divulgada pelo O Estado de S. Paulo dando conta de um depósito de R$ 396 mil que teria sido feito pelo investidor Naji Nahas na conta bancária de Freud. Partiu do ministro Bastos a orientação final sobre a forma pela qual Freud e Nahas deveriam negar a história. A revista também afirma que a operação contou com a participação do tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, e José Carlos Espinoza, um ex-segurança de Lula que, como Godoy, era funcionário da Presidência da República e que se afastou do cargo para trabalhar na campanha de reeleição do petista. Segundo a Veja, Espinoza foi um personagem ativo na negociação para Gedimar dizer que foi pressionado pelo delegado que o prendeu a envolver Freud Godoy.

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