Para novo ministro de Relações Exteriores, mundo com eleição de Trump ficará pior

Como senador, Aloysio Nunes já deu diversas declarações com críticas ao presidente americano

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Aloysio Nunes Foto: André Dusek|Estadão

Brasília - Indicado pelo presidente Michel Temer para assumir o comando do Ministério de Relações Exteriores, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) tem um histórico de críticas ao presidente norte-americano, Donald Trump, eleito no último dia 9 de novembro.

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Em entrevista realizada, dois dias após Trump ser alçado à presidência do Estados Unidos, o senador considerou que o mundo após a eleição do republicano “vai ficar pior”.

“Ele é um homem que exprime valores muito negativos, muito ruins, de hostilidades aos estrangeiros. A ideia de supremacia norte-americana que pode levar ao aumento de tensão no mundo. Ele teve realmente a maioria na Câmara e no Senado norte-americano, a maioria dos votos como republicano, mas acho que ele é o pior que poderia haver no partido republicano. É o mais reacionário, o mais xenófobo, o mais intolerante. De modo que acho que o mundo não vai ficar melhor, pelo contrario, vai ficar pior”, afirmou o senador em entrevista à Rádio Senado.

Na ocasião, Nunes ocupava o comando da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE). Na véspera da entrevista, o tucano já havia recorrido às redes sociais para se posicionar sobre a vitória de Trump.

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“Trump é o partido republicano de porre. É o que há de pior, de mais incontrolado, de mais exacerbado entre os integrantes de seu partido”, disse o novo ministro em seu perfil no Twitter. “Agora é observar como é que ele se comporta na Presidência dos Estados Unidos”, emendou.

Desmoralização - Em sua passagem no comando da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio Nunes também encampou posicionamento do então ministro de Relações Exteriores José Serra (PSDB-SP) contra a possibilidade de a Venezuela assumir o comando do Mercosul. “Eu considero que a presidência do Mercosul por uma pessoa como o Sr. Nicolás Maduro é uma desmoralização do Mercosul, é uma desmoralização absoluta do bloco. Ele é um tirano, um tirano que não tem sequer o talento que teve o seu antecessor, de quem ele é criatura”, afirmou o senador em discurso realizado no plenário em agosto do ano passado.

No mês seguinte, em setembro, os chanceleres do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai decidiram que a Venezuela não assumiria a presidência rotativa do Mercosul como estava previsto no cronograma do bloco. Em nota, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil explicou que os ministros dos quatro países fundadores do Mercosul decidiram mudar a regra do bloco porque a Venezuela descumpriu compromissos assumidos no Protocolo de Adesão ao Mercosul, assinado em Caracas em 2006. Em dezembro do ano passado, a Venezuela foi suspensa por tempo indeterminado por descumprir exigências do bloco para concluir seu processo de adesão. Com a decisão, a Venezuela deixou de participar da rotina do bloco, como, por exemplo, comparecer às reuniões ou ter direito a voto.

Procurado na tarde desta quinta-feira, Nunes não atendeu ao telefone. 

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