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PF prende quadrilha que distribuía R$ 1,5 mi em dinheiro falso por mês

Falsários empregavam alto grau de sofisticação e engenhosidade na produção, como o uso de um software e uma impressora de alta resolução

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Por Fausto Macedo
Atualização:

A Polícia Federal desarticulou duas organizações criminosas que distribuíam na praça R$ 1,5 milhão por mês em dinheiro falso. Foram presos 25 envolvidos sob acusação de fabricação e circulação da moeda – entre os detidos, está um integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Os grupos agiam desde 2000. Ao todo, 38 suspeitos foram indiciados.

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A PF deflagrou duas operações simultâneas no início de julho, batizadas Moedeiros e Holograma, para fechar o cerco aos falsários. A investigação sobre o derrame de notas frias foi concluída na última quarta-feira, 18, pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários. O inquérito será enviado à Justiça Federal.

Segundo a PF, os falsários empregavam alto grau de sofisticação e engenhosidade. A matriz da falsificação não era uma fundição de tipos, como antigamente. Agora, a ferramenta dos falsários é virtual. Eles usavam notebooks.

Os peritos federais constataram que a organização inseria o elemento gráfico – padrões e características da nota verdadeira, inclusive fios de segurança –, criava um software e uma impressora de alta resolução completava a etapa de produção. O papel utilizado é um pouco mais espesso que o de seda e o corte é feito no estilete, não mais na guilhotina, como nas falsificações antigas. De acordo com a PF, a guilhotina ‘masca’ a borda das notas.

A investigação teve início a partir de um alerta do Banco Central sobre o aumento do volume de moedas falsas girando no mercado. Descobriu-se que por uma única matriz foram falsificados 94% do volume de notas de R$ 100 que circulavam.

Em um endereço do grupo, um casal tentou esconder notas falsas sob o colchão de uma criança. Outras circularam no Paraná, Bahia e Espírito Santo, principalmente em São Paulo e em cidades do interior paulista. A organização dividia-se em dois grupos: um mantinha base no Piqueri, Brasilândia e Pirituba e o outro no extremo Sul da cidade, nos bairros de Interlagos e Jardim São Luís.

A Operação Moedeiros visou a banda da organização que circulava dinheiro frio por atacado – grandes encomendas. Nestes casos, a proporção era, geralmente, de 3 por um – três notas falsas repassadas em troca de uma verdadeira. Um cliente da organização solicitava, em média, de R$ 80 mil a R$ 100 mil falsos toda semana. Um único integrante do grupo confessou que emitia R$ 500 mil em dinheiro falso mensalmente.

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A Operação Holograma, desencadeada no dia 4 de julho, mirou os integrantes da organização que distribuíam a moeda falsa no varejo. Foram apreendidos R$ 1,1 milhão falsos – 9.104 cédulas de R$ 100, outras 3.110 de notas de R$ 50, afora notas de R$ 20 e de R$ 10 e 4 armas, 21 carros de passeio e três motos.

Estima-se que a organização executou 300 mil fraudes em todo o País – cada fraude relativa a uma transação com dinheiro frio – desde que entrou em ação.

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