CIDADE DO VATICANO - A renúncia de um papa não deve se “tornar uma espécie de modismo”, afirmou o papa Francisco em entrevista a 82 jesuítas congoleses publicada nesta quinta-feira, 16, pela revista La Civiltà Cattolica, na qual garantiu que sua renúncia não está em sua agenda no momento.
O papa argentino confirmou que escreveu uma carta de renúncia dois meses depois de ser eleito, em março de 2013. “Fiz isso para o caso de ter algum problema de saúde que me impeça de exercer meu ministério e não esteja em plena consciência para renunciar”, disse.
“No entanto, isso não significa de forma alguma que a renúncia dos papas deva se tornar “algo como moda, algo normal”, afirmou Francisco na entrevista, concedida em 2 de fevereiro durante sua visita a Kinshasa.
“Bento XVI teve a coragem de fazer, pois não queria ir em frente por causa de sua saúde. Isso não está na minha agenda no momento. Acho que o ministério da papa é ‘ad vitam’. Não vejo razão para que não seja assim”, acrescentou, ao reforçar que a tradição histórica é importante.
“Se, ao contrário, déssemos ouvidos às fofocas, então deveríamos mudar de papa a cada seis meses”, disse em alusão a algumas críticas feitas ao seu governo.
Nos últimos meses, aumentaram os rumores sobre uma possível renúncia de Jorge Bergoglio, de 86 anos, que usa cadeira de rodas.
O sumo pontífice, que completará 10 anos no cargo no mês que vem, havia até agora deixado “a porta aberta” para uma renúncia como a de seu antecessor, Bento XVI, que causou grande surpresa. /AFP