Secretário de Segurança de Paranaguá é preso sob acusação de tortura

Quatro guardas municipais foram detidos e outros três são procurados

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Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário municipal de Segurança Pública de Paranaguá, no litoral do Paraná, sargento aposentado da Polícia Militar Álvaro Domingues Neto, foi preso na noite de segunda-feira, 9, juntamente com quatro guardas municipais. Eles são acusados pelo Ministério Público Estadual (MPE) de constrangimento ilegal e tortura contra moradores de rua da Cidade. Outros três guardas municipais também tiveram a prisão temporária decretada pelo Juizado Especial Cível e Criminal e estavam sendo procurados. A denúncia foi feita ao Ministério Público Estadual (MPE) por um padre. A investigação começou em março e apurou fatos ocorridos do início de 2005 a agosto de 2006. Segundo o promotor José Luiz Loreto de Oliveira, há provas de pelo menos dez casos de tortura. Pode haver mais vítimas. "É um crime feito de madrugada e às escondidas", acentuou. Oliveira disse que veículos da Guarda Municipal, à época coordenada por Neto, recolhiam mendigos das ruas da cidade à noite. Os moradores de rua eram levados à força para Curitiba ou para Registro (SP). "Eles eram ameaçados de castigos se voltassem", relatou. Para o promotor, a motivação do crime seria turística. Os autores acreditariam que mendigos afastassem visitantes de Paranaguá. Os acusados negam prática de tortura ou constrangimento ilegal dos mendigos. Disseram à polícia que os próprios moradores de rua pediram para serem retirados da cidade. Eles teriam apenas atendido a esse desejo. Os guardas estão detidos na cadeia da cidade, enquanto o secretário está no 9º Batalhão da Polícia Militar. O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho (PDT) preferiu não comentar as acusações contra os servidores.

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