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Suzane contraria versão de Daniel Cravinhos

Suzane manteve discurso de garota frágil, facilmente manipulada pelo namorado. Ao contrário do que disse o ex-namorado, ela afirmou que perdeu a virgindade com Daniel, com quem usou drogas pela primeira vez

Por Agencia Estado
Atualização:

O julgamento de Suzane von Richthofen que confessou ter participado do assassinato dos pais, Manfred e Marísia, em 2002, começou às 19h50 no Fórum Criminal da Barra Funda e dura mais de 3 horas. Em sua declaração, Suzane contrariou tudo o que os irmãos Cravinhos disseram antes dela. Antes do interrogatório, seu advogado, Mauro Nassif, num gesto bastante fraterno, deu-lhe um beijo na cabeça para tranqüilizá-la. Ao final do depoimento da jovem, o júri deverá entrar em recesso e ser retomado nesta terça-feira, 18. Depois que o juiz Alberto Anderson Filho leu o resumo das acusações que recaem contra ela, Suzane disse que ia contar a história verdadeira e não a história que consta nos autos. Ela afirmou ter nascido numa família normal, bem estruturada e de bem e que teve uma vida tranqüila e boa com os pais. Contando a história de sua vida até quando conheceu Daniel, Suzane manteve o mesmo discurso apresentado no programa Fantástico da Globo, em abril deste ano: mostrando-se uma menina frágil, ingênua, que mentia para os pais para poder ficar com o namorado, que a constantemente drogava e pedia que ela mentisse para os pais. Ela disse que começou a fazer caratê quando era adolescente e que na mesma época, seu irmão, Andreas começou a fazer aulas de aeromodelismo e foi lá que ela conheceu Daniel, por meio de seu irmão. Suzane contou que acompanhava as aulas do irmão, ministradas por Daniel, aos finais de semana e que começou a namorar com o consentimento da mãe dela. Contrariando o que disse Daniel em seu depoimento, a jovem disse que usou drogas pela primeira vez no Natal de 1999, acompanhada pelo namorado, que lhe ofereceu maconha. Suzane disse ainda que, nos dias anteriores ao assassinato dos pais, fumava maconha freqüentemente com Daniel. Suzane também disse que perdeu a virgindade com Daniel Cravinhos em janeiro de 2000, ao contrário do que ele disse. Ela disse que sua primeira vez aconteceu no aniversário de Daniel, na casa dele. Segundo Suzane, não foi da maneira que ela queria, e até mesmo triste. Segundo o depoimento de Daniel, ela havia perdido a virgindade com um outro namorado, quando tinha 14 anos de idade. Um dos argumentos da defesa é de que perdendo a virgindade com Daniel, a ré teria aumentando sua paixão pelo namorado e sua dependência dele, e por isso poderia ter planejado matar os pais, a mando de Daniel. Deus e Daniel Em um dos momentos mais importantes de seu interrogatório, Suzane disse que para ela era Deus no céu e Daniel na terra, tentando demonstrar que estava cegamente apaixonada. Ela contou que Daniel fazia propostas para que os dois viajassem sozinhos, por exemplo, para Caraguatatuba e disse que durante essas viagens era ela quem pagava tudo. Ela afirmou ter desistido da carreira diplomática porque teria de viajar para o Rio de Janeiro, e assim, ficaria longe de Daniel. Segundo Suzane, sua mãe, Marísia, considerava que Daniel tinha Suzane como a "galinha dos ovos de ouro". Suzane também negou que o pai abusava sexualmente dela, como afirmou Daniel. Por volta das 20h30, Astrogildo Cravinhos, pai dos irmãos Daniel e Christian, deixou o plenário, contrariado com as afirmações de Suzane, que disse ter pago as prestações de um carro que teria comprado para Daniel. Astrogildo disse que pretendia continuar acompanhando o júri, mas que apenas voltaria quando ela terminasse de falar. Porém, mudou de idéia e já está de volta ao plenário. A jovem se recusou a responder às perguntas da promotoria e da defesa dos Cravinhos. Porém, respondeu às questões feitas pelos jurados por intermédio do juiz. Para isso, Suzane chegou perto do jurados, ficando cara a cara com eles. Atualizada às 22h58

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