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Tanques sírios atacam Latakia pelo terceiro dia

Segundo testemunha, população não consegue deixar cidade, que está cercada por forças de Assad

Por KHALED YACOUB OWEIS
Atualização:

AMÃ

 - As forças sírias bombardearam na segunda-feira, 15, bairros residenciais de Latakia, disseram moradores,

no terceiro dia de ações militares contra áreas sunitas da cidade portuária

, onde há crescentes protestos contra o regime de Bashar al Assad.

 

 

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Ataques

Antes de Latakia, os militares já haviam atacado Hama, cenário de um massacre contra dissidentes em 1982, Deir al Zor, capital de uma província tribal no leste da Síria, e várias localidades na província de Idlib, que faz fronteira com a Turquia. "Os bombardeios foram retomados nos bairros de Al Raml al Filistini e Al Shaab. Há intensos disparos de metralhadora nos bairros de Sulaibeh, Al Ashrafieh, Al Quneines, Al Ouneineh e da cidadela", disse por telefone um morador, empresário, que não quis se identificar. "As pessoas estão tentando fugir, mas não conseguem deixar Latakia porque ela está cercada. O máximo que elas podem fazer é se deslocar de uma área para outra dentro da cidade," disse outra testemunha à Reuters. A União Coordenadora da Revolução Síria, que congrega ativistas, disse que um rapaz de 22 anos foi morto na segunda-feira pelas forças de Assad, elevando a pelo menos 29 o número de civis mortos em três dias de ataques por mar e terra contra Latakia - cifra que inclui uma menina de dois anos.

 

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Manifestações

Cerca de 20 mil pessoas têm saído diariamente às ruas da cidade depois das preces noturnas do Ramadã para exigir a renúncia de Assad, segundo relato de um universitário. A agência estatal de notícias negou que Latakia tenha sido atacada por mar, e disse que dois policiais e quatro homens armados não identificados foram mortos quando "as forças de preservação da ordem perseguiram homens armados que estavam aterrorizando moradores (...) e usando metralhadoras e explosivos a partir de telhados e detrás de barricadas". Ao contrário de outras cidades sírias, que são predominantemente sunitas, Latakia tem uma grande população alauíta. O porto local é importante para o domínio econômico do país pela família Assad, que governa a Síria há quatro décadas.

Ativistas de direitos humanos dizem que as forças de Assad também atacaram aldeias na planície de Houla, ao norte de Homs, na segunda-feira, invadindo casas e realizando prisões. Os ativistas dizem que 12 mil pessoas já foram detidas desde o início dos protestos. Também na segunda-feira, segundo a agência oficial de notícias, Assad substituiu o governador da província de Aleppo, cuja capital é o principal entreposto comercial da Síria, e onde também começaram a ocorrer protestos.

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