Termina rebelião na Febem Tatuapé; Governo nega rebeliões em CDPs

Além da rebelião no Tatuapé, aconteceram motins de presos em várias cidades da Grande São Paulo, que a SAP caracterizou como um "movimento pacífico"

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Por Agencia Estado
Atualização:

Terminou, por volta das 17 horas deste sábado, a rebelião na Febem Tatuapé, zona leste de São Paulo. Quatro agentes, mantidos como reféns pelos internos, foram libertados. O motim tomou seis das nove unidades do Complexo Tatuapé da Febem, e durou cerca de três horas e meia. Ao menos 500 menores se rebelaram. A rebelião começou pela unidade 12 aproximadamente 11 horas, quando adolescentes atearam fogo a colchões e subiram no telhado em várias unidades. Na unidade 2, a ala administrativa foi invadida. Segundo a Febem, não foi necessária a entrada da Tropa de Choque da Polícia Militar para controlar a situação, já que a negociação foi feita pelos próprios diretores das unidades. Do lado de fora, veículos da Rota fizeram rondas nas imediações da unidade durante toda a tarde deste sábado. Não houve registro de fuga. O complexo, que já teve 18 unidades, abriga atualmente quase mil adolescentes infratores. As rebeliões deste sábado na Febem aconteceram logo após a polícia controlar três motins em presídios do interior de São Paulo. Em Mirandópolis, Itirapina e Araraquara, a tropa de Choque ocupou os presídios para por fim ao movimento, que teria acontecido em solidariedade a Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Além das rebeliões na Febem, aconteceram neste sábado motins de presos em CDPs de várias cidades da Grande São Paulo. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), no entanto, disse que esses tumultos não foram rebeliões. De acordo com a assessoria da secretaria, não há reféns, quebra de imóveis e nem reivindicações dos detidos, mas, sim, o que foi chamado de "movimento pacífico" em Centros de Detenção Provisória (CDPs) de São Bernardo do Campo, Parelheiros e Suzano e na Penitenciária 1 de Franco da Rocha. A assessoria informou também que a tropa de choque não foi deslocada para os locais porque a avaliação é de que não há necessidade, já que o movimento seria pacífico. Há, no entanto, um reforço de policiais, chamados para ficarem próximos aos CDPs e penitenciárias por medida preventiva de segurança. Os movimentos tiveram início na manhã deste sábado. Esta é a primeira vez que são registradas rebeliões e "movimentos pacíficos" de presos desde que o novo secretário estadual da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto, assumiu o cargo, em 31 de maio. O ex-secretário Nagashi Furukawa deixou a SAP após a onda de violência pela qual passou São Paulo, no mês passado.

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