SÃO PAULO - Indignada com comentários nas redes sociais que buscam culpar e justificar o estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro na semana passada, a empreendedora e ativista social Sabrina Bittencourt, de 35 anos, decidiu compartilhar nas redes sociais o abuso sexual que sofreu há 19 anos, quando também tinha 16 anos. Ao trazer seu relato pessoal, Sabrina estimulou outras mulheres a fazerem o mesmo e criaram uma campanha espontânea com a hashtag #eusousobrevivente.
Em três dias, a públicação de Sabrina teve mais de 50 mil compartilhamentos nas redes sociais, além de ter incentivado o relato de outras mulheres. A ativista contou já ter recebido mais de 5 mil mensagens de vítimas de violência sexual pedindo sua ajuda ou conselhos sobre como denunciar ou lidar com a dor da violência sofrida.
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"Eu gostaria que todas as pessoas tivessem uma resposta para sua dor, mas eu não sou especialista, demoraria a vida inteira tentando responder a cada uma. Mas sinto sua dor. É muito triste. Gente que está tentando o suicídio por não ter apoio na própria familia, comunidade, universidade, igreja", disse Sabrina.
Segundo ela, foi a indignação com comentários sobre o caso da jovem do Rio que a encorajou a tornar pública uma história tão dolorida. "(Queria com o relato) mostrar que independentemente da situação da vítima ou sobrevivente, no meu caso, os abusos em vários extratos da sociedade são normalizados. Policiais, psiquiatras, religiosos, professores, familiares se acham no direito de culpabilizar a pessoa que sofre crimes assim. O que dificulta e muito a que crianças, jovens e mulheres sintam confiança para denunciar", contou.
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Manifestantes vão às ruas em apoio à vítima de estupro coletivo
1 / 15Manifestantes vão às ruas em apoio à vítima de estupro coletivo
Indignação no Rio
A jovem presta depoimento à polícia nesta sexta-feira, 27 Foto: Vanderlei Almeida/AFP
Indignação em SP
Nas imagens, os agressores aparecem zombando da vítima Foto: Gariela Bilo/Estadão
Indignação em SP
'Não dói o útero, dói a alma', postou a vítima em uma rede social Foto: Gabriela Bilo/Estadão
Indignação no Rio
Manifestantes se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Foto: Vanderlei Almeida/AFP
Indignação no Rio
Com cartazes, dezenas manifestaram apoio a jovem de 16 anos que foi estuprada por mais de 30 homens Foto: Vanderlei Almeida/AFP
Indignação no Rio
O caso atraiu a atenção da imprensa internacional Foto: Leo Correa/AP
Indignação no Rio
O crime também reacende o debate sobre o aborto no Brasil Foto: Leo Correa/AP
Indignação em SP
Manifestantes montaram um mural em apoio àvítima de estupro coletivo; no Brasil, uma mulher é violentada a cada 11 minutos Foto: Gabriela Bilo/Estadão
Indignação em SP
As mensagens de indignação e solidariedade foramexpostas no Masp, em São Paulo Foto: Gabriela Bilo/Estadão
Indignação em SP
O caso aconteceu no último fim de semana no Rio de Janeiro, mas só veio à tona na quarta-feira Foto: Gabriela Bilo/Estadão
Indignação em SP
A vítima, uma adolescente de 16 anos, foi estuprada por 33 homens Foto: Gabriela Bilo/Estadão
Indignação em SP
Dois dos agressores postaram um vídeo da jovem desacordada e nua nas redes sociais Foto: Gabriela Bilo/Estadão
Indignação em SP
Por meio das postagens, a polícia já começou a identificar outros participantes do crime Foto: Gabriela Bilo/Estadão
Indignação em SP
O caso teve repercussão internacional e gerou revolta nas redes sociais Foto: Gabriela Bilo/Estadão
Indignação em SP
A jovem presta depoimento em uma delegacia especializada no Rio para esclarecer detalhes do crime Foto: Gabriela Bilo/Estadão