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Cetesb dá prazo para Rhodia remediar poluição em Rafard

A ampliação da rede de monitoramento da água, dentro e fora do terreno onde funcionou a empresa, e da área de depósito, é uma das medidas determinadas pela Cetesb à Rhodia

Por Agencia Estado
Atualização:

A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) deu prazo de duas semanas para que a indústria Rhodia Brasil apresente um novo cronograma de monitoramento e remediação das duas áreas contaminadas pela empresa na cidade de Rafard, 144 quilômetros a noroeste de São Paulo. A Cetesb quer ainda que a Rhodia apresente um estudo de avaliação de risco da região. Nesta terça-feira, representantes da Cetesb são aguardados no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) para uma apresentação geral da atual situação das quase 250 áreas contaminadas de São Paulo, conforme levantamento da própria Cetesb, entre elas Rafard. O Consema havia solicitado à Cetesb que fossem feitos estudos de análise de risco em todas essas áreas. De acordo com o conselheiro Carlos Bocuhy, o caso de Rafard será encaminhado nesta terça-feira para avaliação da Comissão Especial de Recursos Hídricos e Saneamento do Consema, já que os 8,5 mil habitantes do município consomem água de poços artesianos. Bocuhy teme que a contaminação da Rhodia possa ter atingido o lençol freático e os poços. A ampliação da rede de monitoramento da água, dentro e fora do terreno onde funcionou a empresa e da área de depósito, é justamente uma das medidas determinadas pela Cetesb à Rhodia. O órgão estadual quer ainda que a indústria avalie o comportamento e os índices dos contaminantes, principalmente fenóis, no solo e na água. A Rhodia afirma que esses elementos serão naturalmente degradados no meio ambiente em cerca de dez anos e não será preciso nenhuma intervenção para removê-los. A Cetesb quer que isso seja comprovado pela empresa por meio de investigação mais detalhada. Quer ainda um cálculo confiável do tempo necessário para essa decomposição dos poluentes. O novo cronograma deve incluir também o histórico do uso da área industrial e do depósito, incluindo a descrição dos locais específicos de armazenamento de material e de produção. O estudo de avaliação de risco analisará se os moradores poderão ser atingidos pela contaminação das áreas. No local contaminado funcionou a partir de 1975 a Agroquímica Rafard, vendida para a Rhodia em 1981. A empresa encerrou as atividades em 1990. De acordo com a assessoria de imprensa da indústria, as solicitações da Cetesb serão analisadas e respondidas dentro do prazo. A assessoria informou que o terreno onde ficava o depósito, a cerca de quatro quilômetros da fábrica, foi remediado em 1999, três anos depois da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta, e em 2001 a Rhodia solicitou que o terreno fosse removido do cadastro das áreas contaminadas do Estado.

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