O Japão abriu caminho para uma lei permitindo o uso militar defensivo do espaço sideral nesta sexta-feira, 9, anulando décadas de política de limitação do desenvolvimento espacial a usos não militares. A ação aconteceu durante a visita do presidente chinês Hu Jintao que pretende fortalecer os laços e a cooperação bilateral entre os países. Um comitê da Câmara aprovou a lei, que será submetida a uma sessão completa do Parlamento nas próximas semanas, disse um secretário do Partido Liberal Democrático. A China alarmou o mundo em janeiro de 2007 usando um míssil para derrubar um de seus próprios satélites em desuso, demonstrando o uso de seus equipamentos militares e espaciais. No Japão, cientistas espaciais pacifistas disseram que a separação do desenvolvimento espacial das atividades militares, sob a política mantida desde 1969, é uma das razões pelas quais o progresso tecnológico japonês na área tem sido lento. Diferente da China, o Japão nunca tentou uma viagem espacial tripulada. Os satélites espiões de Tóquio, lançados para monitorar a Coréia do Norte e controlados por um departamento de governo, têm definição de imagem muito pior que os satélites militares de outros países. A nova lei permitiria que o exército japonês lançasse seus próprios satélites de vigilância e um satélite de alerta como parte do sistema antimísseis que está construindo em cooperação com os Estados Unidos, disse o jornal Asahi nesta sexta-feira, 9.