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Nobel de Química: relembre vencedores dos últimos dez anos

Premiação é uma das mais importantes do campo científico e já reconheceu técnicas revolucionárias que estão presentes até hoje na medicina, tecnologia e farmácia

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Por Redação
Atualização:

Os cientistas Carolyn Bertozzi, Morten Meldal e K. Barry Sharpelles são os vencedores do Prêmio Nobel de Química de 2022. Segundo anunciou a Real Academia Sueca nesta quarta-feira, 5, o trio conseguiu tornar processos químicos complexos mais fáceis.

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Durante a semana, foram laureados o sueco Svante Pääbo, na Medicina, e o trio Alain Aspect, da França, John F. Clauser, dos Estados Unidos e Anton Zellinger, da Áustria, na Física.

Os nominados para o Nobel de Química podem ser indicados por vários motivos, seja por estudos sobre moléculas, dinâmica, estudos do genoma, bioquímica, dentre muitas outras contribuições ao campo científico.

O Estadão relembra a seguir os últimos vencedores do Nobel de Química nos últimos dez anos. Conheça abaixo as suas histórias.

Nobel de Química 2021 - Catalisador “verde”

Benjamin List e David MacMillan, vencedores do Nobel de Química de 2021 Foto: Claudio Bresciani/TT News Agency/via Reuters

Benjamin List, da Alemanha, e David MacMillan, dos Estados Unidos, foram os laureados em Química de 2021. A dupla foi responsável pelo desenvolvimento da chamada organocatálise assimétrica, que auxiliou a pesquisa farmacêutica e possibilitou a construção de moléculas de forma mais sustentável. O método tornou as reações químicas mais rápidas e também eficientes, juntando-se no rol de opções a outros catalisadores já conhecidos, como metais e enzimas.

Nobel de Química 2020 - Genoma

As vencedoras de 2020 foram Emmanuelle Charpentier, da França, e Jennifer Doudna, dos Estados Unidos, que desenvolveram uma técnica de edição do genoma - a primeira vez que uma dupla feminina recebeu o prêmio. O método apresentado pelas cientistas é chamado de Crispr e poderá ser utilizado no futuro até para o tratamento de doenças genéticas graves, como o câncer, já que permite “reescrever o DNA”

Nobel de Química 2019 - Baterias

Em 2019, o reconhecimento foi para o trio Akira Yoshino, do Japão, John Goodenough, dos Estados Unidos, e Stanley Whittingham, da Grã-Bretanha, que desenvolveram as baterias de lítio, utilizadas em celulares, carros elétricos e outras tecnologias do dia a dia. Segundo a professora de fisicoqúimica na Universidad de Lund (Suécia), Sara Snogerup Linsa, isso levou a uma “revolução técnica”. Goodenough bateu um recorde com o prêmio e se tornou o vencedor mais velho da história, aos 97 anos.

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Nobel de Química 2018 - Proteínas

Frances H. Arnold, George P. Smith e Sir Gregory P. Winter, vencedores do Nobel de Química de 2014 Foto: Jonas Ekstromer/TT News Agency/via Reuters

Frances H. Arnold e George P. Smith, dos Estados Unidos, e Sir Gregory P. Winter, do Reino Unido, tiveram especificidades de pesquisa diferentes, mas os três foram laureados em 2018 pelo estudo de desenvolvimentos de proteínas. A americana esteve à frente da primeira evolução dirigida de enzimas; seu compatriota desenvolveu um método de criação de novas proteínas através de infecção de vírus em bactérias; e o britânico utilizou o mesmo princípio para a criação de novos farmacêuticos, que auxiliam no combate a doenças autoimunes e o câncer metastático.

Nobel de Química 2017 - Biomoléculas

Os laureados em 2017 foram Jacques Dubochet, da Suíça, Joachim Frank, dos Estados Unidos, e Richard Henderson, do Reino Unido. O trio desenvolveu a chamada “criomicroscopia eletrônica para a determinação estrutural de alta resolução de biomoléculas em soluções”, método que permite a observação de biomoléculas em alta resolução, descobrindo novos processos e expandindo os estudos microscópicos para além de células mortas.

Nobel de Química 2016 - “Máquinas moleculares”

Em 2016, foram premiados Bernard Feringa, da Holanda, Fraser Stoddart, do Reino Unido, e Jean-Pierre Sauvage, da França, que desenvolveram as “máquinas moleculares”. Essas chamadas “máquinas” são moléculas com movimentos controlados, capazes de realizar tarefas com adição de energia. A descoberta abriu espaço para o futuro “desenvolvimento de novos materiais, sensores e sistemas de armazenamento de energia”, disse o júri na época.

Nobel de Química 2015 - DNA

Aziz Sancar, nascido na Turquia e residente nos Estados Unidos, Paul Modrich, americano, e Tomas Lindahl, da Suécia, receberam o mérito de 2015 pelo trabalho nos mecanismos de reparo do DNA. O trio foi responsável por mapear quais eram os instrumentos biomoleculares naturais responsáveis por “consertar” erros no composto orgânico responsável por nossas características hereditárias. A compreensão desse método é vista como uma grande aliada na luta contra doenças genéticas, como o câncer, no futuro.

Nobel de Química 2014 - Microscopia

Eric Betzig, Stefan W.Hell e William E. Moernen, vencedores do Nobel de Química de 2014 Foto: Reprodução/Real Academia de Ciências da Suécia

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Os laureados de 2014 foram Eric Betzig e William Moerner, dos Estados Unidos, e Stefan Hell, da Alemanha, responsáveis por avanços na microscopia. O trio desenvolveu métodos que aumentaram a capacidade de observação de processos em seres vivos através de resoluções que antes eram vistas como impossíveis pelos cientistas. Graças ao trabalho de Betzig, Moerner e Hell, hoje é possível observar as sinapses de um neurônio com outra célula do sistema nervoso.

Nobel de Química 2013 - Processos químicos

Arieh Warshel, de Israel, Martin Karplus, da Áustria, e Michael Levitt, da África do Sul - todos com cidadania americana - venceram o Nobel de Química de 2013. Eles desenvolveram programas de computador capazes de entender e prever processos químicos, em uma forma de “simular” a vida real”, que foram cruciais na evolução da química moderna. Segundo Warshel, o método pode “olhar para uma proteína e ver exatamente como ela faz o que faz”, citando o desenho de drogas medicinais como uma possibilidade.

Nobel de Química 2012 - Receptores

O prêmio de 2012 ficou com a dupla dos Estados Unidos Brian Kobilka e Robert Lefkowitz, responsáveis por descobertas do funcionamento interno de receptores acoplados à proteína G, que é uma das bases centrais na criação de medicamentos. Esses receptores permitem às células compreender o ambiente onde estão inseridas - como na liberação de adrenalina - e assim adaptarem-se a diferentes situações.

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