PUBLICIDADE

Megapalco: um elefante branco

Desafio é desmontar toda a superestrutura antes do Natal e despachar para uso em novas produções

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

Mais de 200 toneladas de estruturas de ferro, telões, equipamentos eletrônicos, 3,5 mil peças de vestuário, 9 lasers e 25 refletores de alta potência, um automóvel vintage raríssimo: a "bagagem" de Madonna é prodigiosa e também é um problemão. Como desmontar e como despachar toda essa parafernália, que requer 12 empilhadeiras, 4 guindastes, máquinas de todo o tipo? O palco do Rio, por exemplo, cujo último show foi na segunda-feira, só terminará de ser desmontado hoje, sexta-feira, quatro dias depois de iniciada a desmontagem. Aquele palco do Rio veio do Chile, o de São Paulo veio da Argentina. No Morumbi, a partir da meia-noite de domingo, o palco mirabolante da turnê Sticky & Sweet, de Madonna, começa a ficar obsoleto. O aparato cênico não vai mais ser usado, e terá de ser reciclado em outras produções. Segundo informações da produção, as estruturas desmontadas seguem para três cidades norte-americanas: Miami, Las Vegas e Los Angeles. Guarda-roupas e objetos pessoais (que incluem peças de Givenchy e jóias Swarovski) devem seguir do Brasil para a Inglaterra. "Nosso grande desafio é que ninguém quer passar o Natal aqui, desmontando", informa Miriam Hinds, gerente de Produção da Time for Fun, que coordena a equipe no Brasil. O Estádio do Morumbi não é dos locais mais fáceis para entrada e saída desse tipo de estrutura, porque tem portões de dimensões reduzidas para tal aparato. A grande dúvida é se Madonna vai participar, na noite desta sexta-feira, de uma festa numa boate na zona oeste de São Paulo, organizada pelo seu pessoal para celebrar o final da turnê. Se comparecer, a cantora vai confraternizar com mais de 250 colaboradores, o que inclui um grupo de ciganos da Romênia, além de japoneses, israelenses, russos, uma argentina, australianos e argelinos. A possibilidade de chuva no show de ontem - chuva que surpreendeu Madonna no Rio - causou reflexos na produção. Panos secos e pessoal especializado em limpeza estão a postos no Morumbi para eventualidades. É muito espaço para limpar: o palco tem 83 metros de comprimento por 42 de largura e um cenário secundário, que é alcançado a partir de um corredor de 17 metros de extensão e 12 de largura. Um dos chefões da empresa Live Nation, Arthur Flogel, de 54 anos, CEO da empresa (Chief Executive Officer) veio de Beverly Hills para o Brasil e acompanha com contadores, executivos e estrategistas da empresa a turnê de Madonna pela América do Sul. Está hospedado no Hyatt. A Live Nation contratou as turnês de Madonna, Shakira, U2, Nickelback e Coldplay e, no Brasil, conta com parceria da Time for Fun para efetivá-las na região. Esse "cardápio" da Live Nation já projeta as próximas turnês que a empresa trará para a América do Sul. Coldplay já está confirmado, possivelmente para abril. O grupo irlandês U2 poderá ser a grande novidade da agenda de shows da empresa na região em 2009. Madonna mobiliza um pequeno exército por onde passa. Esteve no Bar Londra, para uma festa privada. Rezou com o governador do Rio, Sérgio Cabral. Beijou quatro modelos brasileiros durante gravação de comercial. E, anteontem, ela saiu com um comboio de carros de sua suíte no Hotel Copacabana Palace, na zona sul do Rio, para um ensaio fotográfico no Hotel Glória, na mesma região da cidade. Ao fechar com a música Give It 2 Me (indicada para o Grammy no dia 3 como melhor gravação dance) a sua quinta performance em solo brasileiro, na noite de domingo, a cantora Madonna terá batido o recorde de turnê mais rentável para um artista-solo. De acordo com informações do site da rede britânica BBC, a turnê Sticky & Sweet deve arrecadar um total de US$ 282 milhões em ingressos em 2008. O braço latino-americano da turnê, que serve para divulgar o álbum Hard Candy, começou no dia 29 de novembro com um show para 50 mil pessoas na Cidade do México. Madonna passou pelo Maracanã, no Rio, gravou nos dias 14 e15 de dezembro e, em seguida, por São Paulo, em 18, 20 e 21 de dezembro. Ainda de acordo com o site da BBC, o recorde anterior de turnê mais rentável de um artista-solo havia sido conquistado pela própria Madonna, em 2006, com a Confessions Tour, que arrecadou US$ 193,7 milhões. Madonna comemora todo o sucesso de Hard Candy, seu disco mais recente. Pelo álbum, ela foi indicada para três prêmios Grammy este mês: além de melhor gravação dance (Give it 2 Me), melhor colaboração pop com vocais (4 Minutes, com Justin Timberlake) e melhor gravação remixada (4 Minutes, com o produtor Junkie XL). Os prêmios serão entregues no dia 8 de fevereiro, no Staples Center.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.