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CCBB abre hoje retrospectiva 'Aguilar 50 anos' em SP

Por AE
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Quando tinha 22 anos, o artista José Roberto Aguilar participou da 7.ª Bienal de São Paulo, em 1963, com quadros coloridos e de cores vibrantes, nos quais figuras se conectam nas composições, como seres híbridos da natureza. "Era o auge do abstracionismo e causou certo rebuliço essa espécie de realismo fantástico que eu estava fazendo", diz Aguilar, hoje, aos 69 anos. Ele ia todos os dias à Bienal acompanhar o que as pessoas achavam de suas obras e agora são as três pinturas que ele exibiu no evento, na década de 1960, que abrem o percurso cronológico de "Aguilar 50 Anos", retrospectiva do artista aberta hoje ao público, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de São Paulo.Pintor, videomaker, performer, escultor, escritor, músico e curador, Aguilar já fez um pouco de tudo - criou, até mesmo, na década de 1980, a Banda Performática (com Arnaldo Antunes, Paulo Miklos, entre outros). Mas, antes de qualquer coisa, considera que todas as suas criações nasceram da pintura. "Até a literatura que escrevo é do pictórico", diz o artista - e, sendo assim, são os quadros que se tornam o fio condutor de sua retrospectiva. Por todos os andares do CCBB, há mais de 75 pinturas, de tamanhos variados e compreendendo sua carreira da década de 1960 até hoje - no hall central do prédio, ainda, a instalação "Vestidos de Noiva" é uma composição de 15 quadros pendurados, todos eles feitos de composição com as roupas prensadas em plástico e pintadas com cores diversas. "É como estar surfando: a gente só se enxerga com o olhar dos outros", afirma Aguilar sobre essa oportunidade de ver sua carreira exibida e condensada na mostra. "É horrível fazer uma retrospectiva. Fiz um distanciamento e comecei a ver as pinturas como se não fossem minhas", diz Aguilar. Segundo ele, a exposição é, na verdade, um ''trailer'' para um grande livro que a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo vai lançar no segundo semestre sobre sua carreira.A retrospectiva de Aguilar é uma mostra cronológica e didática. O artista, que cursava economia, mas participava, desde 1958, do movimento Kaos de literatura e começou a pintar na década de 1960, sempre foi um experimentador. Seu ateliê na Rua Frei Caneca, 348, era, na época, polo de reunião de comunistas e de gente da direita, mas, antes de tudo, espaço para a criação. As informações são do Jornal da Tarde.Aguilar 50 Anos. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Tel. (011) 3113-3651. De ter. a dom., das 10h às 20h. Grátis. Até 17/7.

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