Diane Kruger comemora atuação em filme de Tarantino

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Por ZORIANNA KIT
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Quando o cineasta Quentin Tarantino estava selecionando o elenco para o seu novo filme, "Bastardos Inglórios," Diane Kruger percebeu que havia um papel sob medida para ela. Afinal, quem seria melhor do que uma atriz alemã que trabalha na França para interpretar uma atriz alemã que trabalha na França? "Bastardos," que estreia na sexta-feira nos EUA, mostra um grupo de soldados judeus dos EUA, liderados pelo tenente Aldo Raine (Brad Pitt), que tem a missão de derrubar o Terceiro Reich. Bridget Von Hammersmark, a personagem de Kruger, é uma atriz adorada por seus compatriotas alemães, mas que trabalha como agente secreta para os tais "bastardos" de Raine. "É a primeira vez que alguém me deu um papel em que sou forte, em que sou o motor, o motor da cena," disse Kruger à Reuters. "Muitas vezes as atrizes são um acessório da trama. Receber um diálogo inteligente foi legal. Foi uma experiência muito nova para mim." Foi também uma experiência inimaginável para alguém que chegou a considerar as carreiras de modelo e atriz como algo "inalcançável." "Venho de uma vila de classe média baixa na Alemanha," disse Kruger, de 33 anos. "É impossível imaginar que uma coisa dessas estaria nas cartas para mim." Sonhando ser bailarina, ela estudou na Royal Ballet School, em Londres. Ainda adolescente, foi finalista do concurso Look of the Year, da agência de modelos Elite, e então voltou sua atenção para a moda e as passarelas. "De repente, me mudei para Paris e estava aprendendo francês e viajando o mundo," disse Kruger. "Aí conheci meu ex-marido (o ator e diretor francês Guillaume Canet), que foi influente demais em me dar confiança para ir atrás de ser atriz." Sua estreia nas telas foi também a estreia de Canet como diretor, em "Mon Idole" (2002). O casal se divorciou em 2006, mas voltaria a trabalhar junto em "Feliz Natal." Sua estreia nos EUA ocorreu em "Troia," com Pitt e Eric Bana --embora antes ela tivesse feito "O Apartamento," que só foi lançado depois. Seu sucesso como Helena de Troia a impulsionou para os dois filmes da série "National Treasure." Para que o sucesso ficasse completo, porém, era preciso mudar um pequeno detalhe --seu sobrenome real, Heidkruger, era complicado demais para os norte-americanos. "Eu estava cansada de dizer 'H, E, I, D." Quando você diz 'É que nem o Freddy' (Kruger, personagem de filmes de terror), tudo mundo entende." Hoje, Kruger se sente grata porque pelo menos uma pessoa no mundo do entretenimento a "entendeu": Tarantino. "Ele deu um voto de confiança em uma atriz que até agora só havia interpretado Helena de Troia e feito 'National Treasure,'" disse ela. "Ele me vê completamente diferente." O próximo trabalho dela será contracenando com Jared Leto, em "Mr. Nobody," do cineasta francês Jaco van Dormael, que estreia no próximo Festival de Veneza, semanas após o lançamento de "Bastardos." "Sinto que Quentin me deu um grande presente," disse Kruger. "Não importa que impacto este filme tenha na minha carreira, se virar um sucesso de bilheteria ou não, sinto que ganhei na loteria."

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