Festival do Rio premia vencedores neste domingo; conheça os favoritos

Evento de cinema contou com 50 longas e 30 curtas nacionais e 130 produções internacionais

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Após dez dias de intensa programação – iniciada no dia 6 -, o Festival do Rio outorga neste domingo, 16, os prêmios para os vencedores da Première Brasil de 2022. No sábado, 15, houve a gala de encerramento, com a apresentação do longa As Nadadoras. A par do tema importante – o drama dos refugiados, a importância do esporte -, o longa de Sally El Hosaini não se destaca por qualidades excepcionais, mas por celebrar a história real da protagonista (síria) que participou e venceu a Olimpíada do Rio, em 2016.

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Ao longo desta semana e meia, a diretora artística Ilda Santiago destacou sempre a potência da seleção dessa Première Brasil. Muitos, entre os 50 longas nacionais exibidos – mais os 30 curtas -, começaram a nascer antes da pandemia e foram sendo finalizados durante o isolamento, em condições difíceis, quando não precárias - o governo federal fechou as principais fontes de financiamento.

Com o patrocínio master da Shell Brasil e da Prefeitura do Rio, o festival pôde voltar às pautas inclusivas, com a exibição de filmes em comunidades e na Praia de Copacabana. Houve uma extensa programação gratuita – de filmes, workshops e masterclasses. Tudo foi feito com o objetivo de atrair o público de volta às salas.

'Regra 34', de Julia Murat, ganhou o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno Foto: Festival de Locarno

Entre os convidados internacionais, estiveram o diretor francês Robert Guédiguian, o ator italiano Marco Leonardi – de Cinema Paradiso e Como Água para Chocolate – e Armando Bo, roteirista vencedor do Oscar (por Birdman) e agora diretor da série sobre João Havelange, Jogo da Corrupção, da Amazon Prime Video.

O festival apresentou cerca de 130 filmes na parte internacional da programação, contemplando novidades e o resgate de clássicos como Soy Cuba, de Mikhail Kalatozov, com música ao vivo. O festival também comemorou os 60 anos da Palma de Ouro de O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, e os 60 anos de outro clássico, Assalto ao Trem Pagador, de Roberto Farias.

A pergunta que agora não quer calar é – quais serão os vencedores do troféu Redentor de 2022? Estão habilitados os filmes da Competição e da Competição Novos Rumos. Outro importante troféu, o Félix, contempla os filmes de temática LGBT+.

Alguns filmes já chegaram à Première Brasil consagrados no exterior – Regra 34, de Júlia Murat, Carvão, de Carolina Markowicz, Fogaréu, de Flávia Neves. Curiosamente, todos assinados por mulheres. Houve uma forte representação pernambucana, com Propriedade, de Daniel Bandeira, e Paterno, de Marcelo Lordello. Inspirado pelo movimento #EleNão, das eleições de 2018, Transe, de Carolina Jabor e Anne Pinheiro Guimarães, retoma a discussão política às vésperas de outra eleição polarizada.

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Ilda Santiago não exagerou ao definir a seleção brasileira deste ano no Festival do Rio como “escandalosa de boa”.

Documentários sobre música somaram-se a obras vigorosas como Sociedade do Medo, de Adriana L. Dutra, e Nossa Pátria Está Onde Somos Amados, de Felipe Hirsch, e em ambos Ailton Krenak revela toda a força crítica e lúcida do seu pensamento.

Kobra Auto Retrato, de Lina Chamie, faz o autorretrato do grafiteiro que virou artista internacionalmente aclamado. O filme é maravilhoso e Kobra, terminado o Festival do Rio, será celebrado na Mostra de São Paulo, que começa na quarta, 19, para convidados, e quinta, 20, para o público. Kobra assina o cartaz, do qual foi retirada a vinheta da edição de 2022.

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