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Iñárritu compete no Festival de Veneza com homenagem intimista ao México

Alejandro González Iñárritu disputa o Leão de Ouro com um filme que trata, com saudosismo, do país em que cresceu, mas viveu longe

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Por Redação
Atualização:

O mexicano Alejandro González Iñárritu exibiu nesta quinta, 1.º, seu concorrente ao Leão de Ouro do Festival de Veneza: o filme Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades, uma homenagem íntima ao seu país.

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Aplaudido em sua primeira exibição, o filme de três horas narra com imagens deslumbrantes a viagem ao México para receber um prêmio de um jornalista e documentarista de sucesso, interpretado pelo ator Daniel Giménez Cacho.

“Rodar o filme foi como um espelho. É a reinterpretação emocional de uma memória”, confessou o cineasta de 59 anos, na entrevista coletiva após a apresentação.

O diretor Alejandro González Iñárritu Foto: Vianney Le Caer/Invision/AP

O autor de Birdman, Amores Brutos e 21 Gramas voltou a filmar em seu país depois de mais de 20 anos para contar precisamente sua ausência, o que significou ter partido e ser um emigrante de luxo.

“O México é um estado de espírito para mim, como é cada país”, diz o cineasta, que interpreta mitos, enfrenta a história nacional e pessoal e a nova realidade após sua partida.

A jornada do jornalista serve de pretexto para Iñárritu permitir que o espectador mergulhe em suas memórias, em seus medos, em seu passado, mas também em seu presente, com sua violência, sua discriminação, seus assassinatos de mulheres.

Com cenas oníricas, entre sonho e realidade, entra-se no labirinto de sua memória, de que emergem dores, como a volta ao ventre da mãe do filho que não quis viver neste mundo, imagem mais que surpreendente. “Não é um filme autobiográfico”, completa o realizador.

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