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Jamie Lee Curtis fala sobre sua atuação em ‘Halloween Ends’: “Fiz tudo por instinto”

Atriz garante que será a última vez que volta a esta história de terror, iniciada em 1978

Por Javier Romualdo

EFE - Jamie Lee Curtis e filmes de terror são quase sinônimos. Por isso, a atriz ganhou o título de “Scream Queen” (rainha do grito, em tradução livre) e é o rosto por excelência do gênero “slasher” (subgênero de filmes de terror quase sempre envolvendo assassinos psicopatas que matam aleatoriamente), ao qual retorna com Halloween Ends, o mais recente capítulo e sua despedida definitiva da conhecida franquia. O longa estreia nesta quinta, 13, no Brasil.

“Não sou uma atriz treinada, faço tudo instintivamente”, confessa, no entanto, a protagonista da saga de terror, filha de dois emblemas de Hollywood (Tony Curtis e Janet Leigh), em entrevista antes da première do filme filme em Los Angeles.

Jamie Lee Curtis em cena do filme 'Halloween Ends'. Foto Ryan Green/Universal Pictures Foto: Ryan Green/Universal Pictures

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Instintivamente, Curtis, de 63 anos, concordou em 1978 em interpretar Laurie Strode no primeiro Halloween e, embora ela negue preparação e treinamento, o papel endureceu sua carreira a ponto de interpretá-la novamente em seis filmes, rodados ao longo de quatro décadas distintas.

Sua personagem, a de uma mulher eternamente assediada pelo assassino mascarado Michael Myers, tornou-se um clássico da ficção americana e, mesmo assim, ela garante que “não tem muito a contribuir” para os roteiros que detalham o futuro de uma das histórias mais famosas da cultura popular.

“Quando o diretor David Gordon Green me enviou o roteiro da nova trilogia, que começou em 2018, eu não fazia um filme de Halloween há muito tempo. Se fosse outra história, acho que não teria feito, mas senti uma verdade ali”, explica a atriz.

“E esse é o meu trabalho como atriz, contar a verdade de uma pessoa nas circunstâncias que cercam seu momento na vida”, acrescenta. Especificamente, o enredo de Halloween Ends começa cinco anos após os eventos de Halloween Kills: O Terror Continua (2021). Laurie Strode, agora avó, vive com a neta e está determinada a esquecer os traumas do passado para encontrar uma paz de espírito.

No entanto, a morte de uma criança enquanto estava sozinha em casa com seu cuidador, que garante que tudo foi um acidente, altera mais uma vez a vida da cidade em que vive.

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“O filme começa com alguma esperança”, analisa Curtis. “Lembro que, no primeiro dia de filmagem, gravei uma cena e quando voltei para o camarim meu rosto doeu. Então percebi que havia sorrido e não havia praticado o sorriso desse personagem há muito tempo.” Então, como não poderia ser de outra forma, a vida do protagonista está mais uma vez sujeita à maldade intrínseca de Michael Meyers, que “envenena” toda a cidade.

Jamie Lee Curtis em cena do filme 'Halloween Ends'. Foto Ryan Green/Universal Pictures Foto: Ryan Green/Universal Pictures

Embora exista algo de definitivo neste novo envenenamento, Curtis já deixou claro que este filme, que encerra uma trilogia formada pelo longa de 2018 que, por sua vez, é uma sequência direta do longa de 1978, foi o último em que ela dará vida a Laurie Strode.

Sua despedida da franquia que a acompanha há quase 45 anos coincide com um dos melhores anos para Curtis, já que seu nome aparece nas apostas de indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por um trabalho completamente oposto: o irreverente e surreal Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo.

O sucesso desse filme, a grande surpresa do ano para o cinema independente, deve-se muito ao papel de Curtis como fiscal indiferente aos problemas de pessoas que, no entanto, desfrutam de vidas muito mais interessantes em outros universos paralelos.

Como a grande maioria das personalidades de Hollywood, a atriz não quer falar de prêmios neste momento, embora a indicação ao Oscar sirva para nos lembrar que, além do terror, ela foi uma das protagonistas de Um Peixe Chamado Wanda, emblema da comédia anglo-saxônica.

O segredo da sua versatilidade? “Sou muito aberta nas filmagens, dou tudo de mim e, no final do dia, isso me faz sentir bem porque sei que sempre fui de zero a 10 em cada cena”, resume ela.

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