‘Superpower’: Documentário que Sean Penn gravava quando mísseis atingiram Ucrânia estreia em Berlim

‘Fizemos um filme totalmente tendencioso porque essa foi a verdadeira história que encontramos’, afirmou ator e diretor, que se diz abertamente pró-Ucrânia, durante o festival de cinema

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Por Jordi Zamora

O ator e diretor americano Sean Penn apresentou neste sábado, 18, no Festival de Berlim, seu novo documentário Superpower, uma produção sobre a Ucrânia que foca no presidente Volodimir Zelensky, ex-comediante que se transformou em um símbolo mundial de resistência.

Penn estava em Kiev para as filmagens do documentário quando os primeiros mísseis russos atingiram o país em 24 de fevereiro de 2022, alterando completamente o cronograma de gravações.

Sean Penn durante coletiva no Festival de Berlim de 2023, no qual exibe 'Superpower'  Foto: Clemens Bilan/EFE/EPA

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Conhecido por seu ativismo, o ator contou como o interesse inicial pela figura deste comediante que se tornou presidente se transformou em uma ‘obsessão’.

“Foi uma forma comovente de conhecer alguém”, explicou em coletiva de imprensa.

“Além do nascimento dos meus filhos”, confessou, “aquele encontro foi um dos grandes momentos da minha vida, sentir aquele coração cheio de coragem”, acrescentou.

A decisão do presidente ucraniano de não deixar seu país em meio aos confrontos gerou repercussão mundial e o aumento de sua popularidade na Ucrânia, que, inicialmente, chegou a expressar ceticismo acerca do ex-comediante.

Admiração essa compartilhada por Penn, que retornou ao país inúmeras vezes para filmar a situação no leste do território ucraniano, os danos causados pelos bombardeios e para dar voz a Zelensky dentro e fora de seu refúgio, sempre vestido com um uniforme militar.

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Zelensky, presidente da Ucrânia, em foto de 17 de fevereiro de 2023.  Foto: Sergey Dolzhenko/EFE / EFE

Duas vezes ganhador do Oscar, o ator transmite uma mensagem pró-Ucrânia no filme.

“Está claro que a palavra ‘propaganda’ pode ser usada para depreciar, o que para mim é a verdade sobre a unidade absoluta da Ucrânia (...) Fizemos um filme totalmente tendencioso porque essa foi a verdadeira história que encontramos”, enfatizou, se orgulhando de ser considerado um “propagandista”.

Tanto Penn quanto Zelensky estiveram na gala de abertura do festival na última terça-feira, 14.

O presidente ucraniano fez uma transmissão ao vivo de Kiev para pedir aos aliados que impeçam a Rússia de construir “o mesmo muro” que dividiu Berlim por décadas.

A 73ª edição do festival dá atenção, em especial, à Ucrânia e ao Irã, onde a repressão do regime levou vários cineastas à prisão. São 18 obras com o tema voltado aos dois países.

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