Cooperativa de artesãs inspira mostra

Artistas plásticos, estilistas e designers foram chamados a criar obras inspiradas no trabalho desenvolvido na favela da Rocinha

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Por Agencia Estado
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As técnicas desenvolvidas na Coopa-Roca, a Cooperativa de Trabalho Artesanal e de Costura da favela da Rocinha, no Rio, inspiraram artistas plásticos, estilistas e designers de renome a criar obras a partir do crochê, fuxico, patchwork e nozinho, base da exposição REtalhar 2002, que será aberta neste sábado para o público no Sesc Belenzinho. Com curadoria da arte-educadora e socióloga Maria Teresa Leal, a mostra é um dos eventos mais expressivos da cooperativa que foi formalizada em 1987, uma maneira de divulgar o trabalho das artesãs e, desse modo, chamar a atenção para novas parcerias. "Não temos vínculo com nenhum órgão do governo nem estamos relacionados a um trabalho assistencialista", diz Maria Teresa, que também é coordenadora da Coopa-Roca. Entre os 23 artistas e designers convidados por ela, estão Antonio Dias; Carlos Vergara; Ernesto Neto; Rosângela Rennó; Carlos Miele, da M.Officer; Maria Cândida Sarmento, da Maria Bonita. Também estão presentes as redes Tok & Stok e Salinas. Há também dois criadores alemães, Hermann Hiller e Michael Wesely, participação que sinaliza a ida da REtalhar à Alemanha e ao Rio, por meio do Instituto Goethe. A Coopa-Roca tem como sede um prédio de três andares no alto da Rocinha, hoje considerada um bairro carioca. Vale dizer que a primeira edição da exposição foi realizada em 2000, iniciativa que rendeu uma parceria com Carlos Miele. O estilista doou um terreno no meio da Rocinha, onde será construída a sede da Nova Geração Coopa-Roca, dedicada exclusivamente a jovens costureiras, e encomendou produtos da cooperativa para serem usados em sua grife. A primeira REtalhar" também teve como resultado a ampliação do número de artesãs, de 16 para 75, grupo que perdura até hoje. Agora, segundo Maria Teresa, essa REtalhar que abre sábado já estabeleceu parcerias com a Salinas - que vai confeccionar uma linha de biquínis em crochê - e com a Tátil Design, que vai usar patchwork nas caixas de CDs de Gilberto Gil. O evento é realizado pelo Sesc e tem patrocínio do Sebrae. Além da exposição, ocorrerá uma programação paralela com espetáculos de música, teatro e dança e cursos dirigidos pelo núcleo de moda do Senac. Por exemplo, aulas sobre a técnica do patchwork - reaproveitamento de retalhos de tecidos - serão ministradas em duas turmas diferentes, iniciando terça e quarta-feira, a preços que variam de R$ 5 a R$ 10. Serviço - REtalhar 2002. De terça a sexta, das 14 às 21 horas; sábado, domingo e feriado, das 10 às 17 horas. Grátis. Sesc Belenzinho. Avenida Álvaro Ramos, 991, tel. (11) 6605-8143. Até 29/9. Abre neste sábado, às 10 horas.

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