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Deborah Secco estrela drama de Fassbinder

Aos 21 anos, a atriz vive a homossexual Karin na peça As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, que estréia quinta. No cinema, vai ser a pantera Ângela Diniz e, na próxima novela das seis da Globo, a protagonista

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Por Agencia Estado
Atualização:

Não parece ter apenas 21 anos a loira de pernas esguias que pisa no palco com passo e voz firmes para interpretar a Karin de As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, do alemão Rainer Fassbinder. Pois Deborah Secco tem 21 anos e quase nenhuma experiência teatral. Fez apenas, no início de carreira, o espetáculo teen Confissões de Adolescente, "uma montagem de pouco conteúdo dramático", segundo sua própria definição. Apesar da pouca vivência, ela encara com bravura sua primeira personagem no "teatro adulto": uma jovem proletária, de espírito independente, por quem a estilista Petra, uma mulher mais velha, egocêntrica e dominadora, se apaixona. A estreante Deborah, sete novelas no currículo, divide o proscênio com a experiente Denise Weinberg, avessa à televisão e ex-integrante do grupo Tapa, no qual ficou por 21 anos. Na pele de Karin e Petra, as atrizes se beijam e, em alguns momentos despidas, trocam carícias - o que Deborah descreve, contrariando as expectativas dos repórteres, como "a parte mais fácil da história". "Não tenho problemas em interpretar uma homossexual. Isso faz parte do trabalho de um ator. Em cena, tanto faz beijar um homem ou uma mulher, uma pessoa bonita ou feia, jovem ou velha. Quem beija é o personagem", diz, lembrando-se de ter dado uma bitoca na boca de Camila Pitanga na minissérie A Invenção do Brasil, exibida pela Globo ano passado. "O mais difícil, no palco, está sendo controlar o meu medo de escorregar, de tossir, de esquecer o texto ou de engasgar", ri-se, dando de ombros e traindo, aí sim, sua meninice. Além de aguardar ansiosamente a estréia da montagem, nesta quinta-feira no Teatro Augusta, em São Paulo, Deborah se prepara para debutar também no cinema. Pantera de Minas - Acaba de assinar contrato para interpretar Ângela Diniz, "a pantera de Minas Gerais", em um filme de Roberto Faria sobre a vida da socialite morta em Búzios, nos anos 70, pelo amante, Doca Street. O crime foi motivado pela suspeita dele de que Ângela o traía com uma garota alemã. Será então que Deborah, mais uma vez, irá protagonizar cenas românticas com uma mulher? O início das filmagens do longa está previsto para janeiro de 2002. Até o fim deste ano a atriz estará comprometida com o teatro, em São Paulo, e com as gravações da próxima novela das seis, no Rio de Janeiro. "É uma rotina puxada, mas o que fazer se sou fissurada por bons personagens? Por eles, trabalho até de madrugada." Em A Padroeira, de Walcyr Carrasco, substituta de Estrela-Guia, Deborah será a protagonista, uma moça de família que, em 1717, vive um caso de amor com um traidor da Coroa Portuguesa, interpretado por Luiggi Baricelli. O pano de fundo da trama é um fato verídico: o resgate, por pescadores, de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida das águas do Rio Paraíba e o conseqüente culto à santa, a padroeira do Brasil. "Minha personagem irá fazer parte de um triângulo amoroso que inclui também o Maurício Mattar", conta a atriz. "A Cecília é uma garota do bem, o que me deixa imensamente feliz. Poder encarnar o oposto da Iris (de Laços de Família), depois do sucesso dela, é um grande presente e um desafio. Eu não gostaria de ficar presa a um único tipo."

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