Em um diálogo descontraído entre pai e filho, nos primeiros minutos do filme, a criança faz questão de explicar o significado da palavra 'empatia' para o seu progenitor. Talvez de forma proposital, Em Pedaços, do diretor Fatih Akin, tem como principal característica despertar esse sentimento no espectador.
No drama, Katja Sekerci, personagem de Diane Kruger, sofre a perda repentina do filho Rocco e do marido Nuri Sekerci (Numan Acar), que cumpriu pena na prisão por tráfico de drogas e tem descendência turca. Os dois são vítimas de um atentado a bomba que destrói o escritório, negócio da família, num bairro turco na Alemanha.
O longa-metragem alemão, que venceu o Globo de Ouro na categoria de melhor filme estrangeiro, trata de assuntos que não deveriam, mas continuam atuais, como o nazismo e a xenofobia. Soma-se a esses fatores o preconceito velado com pessoas que tentam recomeçar a vida após a passagem pela prisão.
A atuação de Diane, com destaques em filmes como 'Troia' e 'Bastardos Inglórios', é intensa e comovente. Dividida em três atos, a produção é composta por doses de tensão que dificilmente abandonam o espectador. A primeira fase mostra o luto. A segunda traz o julgamento do caso e, por fim, a terceira, o desfecho.
Assim que a bomba é detonada, não há volta para a personagem da atriz alemã e para o espectador, que torce para que o sistema judiciário não falhe e que a justiça seja feita, a qualquer custo.
* Lucas Lopes (Especial para o Estado)
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