‘Docugrafias’ faz retrospectiva de Almir Mavignier, um dos mestres da Op Art

Artista carioca foi co-fundador do atelier de pintura no Centro Nacional de Psiquiatria Pedro II, em 1946, alinhado aos ideais da médica Nise da Silveira

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Por Redação
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A exposição Docugrafias - Renascimento temático da pintura de Almir Mavignier, em exibição na Dan Galeria, propõe uma análise da obra de Almir Mavignier (1925-2018), um dos precursores do abstracionismo e do concretismo no Brasil. A mostra é fruto de um projeto iniciado em 2009, quando Mavignier, aos 84 anos, decidiu experimentar a arte digital com a ajuda de seu filho Delmar.

A partir disso, ele imprimiu composições antes criadas com tinta a óleo, resultando em uma retrospectiva gráfica de sua obra. A ideia se fortaleceu quando o artista percebeu que suas principais pinturas estavam no exterior. “Então eu resolvi fazer um renascimento temático e mostrar o que eu fiz na Europa, o que eu fiz na minha vida desde 1953″, contou o artista em uma entrevista de 2010.

Obra de Almir Mavignierm um dos grandes nomes da Op-Art Foto: Mam

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Com a versatilidade proposta por um cenário imersivo, Docugrafias foi realizada pela colaboração entre o artista Macaparana e Ulisses Cohn, sócio da galeria, sendo a expografia um elemento essencial da mostra. A montagem ressalta o impacto da obra gráfica tridimensional do artista, que traz a sensação de leveza e luminosidade ao ambiente.

Segundo a crítica Paula Braga, “A maior singularidade da produção de Mavignier talvez não seja o desvanecer da certeza geométrica e sim o rompimento da hierarquia das artes, concedendo ao papel impresso a mesma importância da pintura”, escreve no texto distribuído à imprensa.

A exposição mostra 33 obras do projeto completo com 50, algumas delas nunca antes expostas, que destacam os jogos de luz, cor e geometria icônicos do artista. Desde os anos 1950, ele estabeleceu um equilíbrio entre o design gráfico e as artes plásticas, tornando-se um dos primeiros brasileiros a produzir arte concreta.

Carioca que se naturalizou alemão, Mavignier viajou para Europa para estudar na Escola de Ulm com grandes mestres, entre eles Max Bill. Em 1965, ele fez parte da histórica mostra de Op Art no MoMA, que reuniu trabalhos de Alexander Calder, Ad Reinhardt e Jesús Soto - artista que a Dan fará uma retrospectiva da obra a algumas semanas, em comemoração ao centenário de nascimento.

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