Não basta ser afinado. Para se dar bem no reality musical Breakout Brasil, que vai ao ar no canal pago Sony Spin em março, também será preciso caprichar nos pedidos de curtidas no Facebook. O programa, cuja primeira fase começou na internet, tem como objetivo lançar um novo talento da música brasileira e leva em conta o êxito dos novos artistas nas redes sociais."A gente vai avaliar cada cantor e banda como um todo. Hoje, o artista é a música que faz e a maneira como se comporta", diz o produtor Dudu Marote, conselheiro musical dos competidores. Com discos de grupos como Skank e Jota Quest no currículo, ele lembra que a rede é fundamental para artistas que estão começando na carreira. "A Gaby Amarantos, por exemplo demorou para ser vista. Se não tivesse trabalhado com a internet, teria demorado mais."No dia 15 de dezembro, 2 mil dos 4 mil inscritos, caíram em uma peneira de 40 candidatos, que estão sendo escolhidos pelos internautas no breakoutbrasil.com.br até o dia 2 de janeiro. Desses, apenas cinco concorrentes participarão do programa de TV de quatro episódios, em que um é eliminado a cada semana. Quem vencer, fatura um contrato com uma gravadora para fazer um disco e ter orientação profissional.Mesmo com a convivência intensa com as câmeras em uma casa-estúdio durante o período de gravações, os artistas não ficarão confinados. "Não é para virar um reality comum, não queremos uma novelinha", afirma Alberto Niccoli Jr., gerente-geral da Sony Pictures Television do Brasil. Por ter multiplataformas, em canais no Google+, Twitter e YouTube, além da televisão, o Breakout Brasil tem equipes em Londres, Miami e Los Angeles. "O projeto não é brasileiro, mas é pioneiro, pois o formato original (inglês) foi criado apenas para a web. Só no Brasil ele vai para a TV", explica Niccoli Jr.No programa, os cinco finalistas passarão por provas enquanto recebem dicas dos jurados, os produtores musicais Anna Butler, ex-diretora de relações artísticas da MTV, e Marcello Lobato, envolvido em discos de Seu Jorge, Nando Reis e Pitty. Na contramão dos outros realities do gênero, como o The Voice (Globo) e Ídolos (Record), em que os apresentadores não têm ligação com a música, o cantor Edu K ficará à frente da atração e também dará palpites sobre os candidatos.Além de enviar para o site da atração duas músicas compostas por eles, os participantes tiveram de publicar um vídeo em que se apresentam para o público. O visual, porém, não é o principal para os jurados. "Pode ser underground, mainstream, ou ter inclinação para o pop. Eu não discrimino", avisa Marote. Próxima de cantores de rock e pop por causa do tempo em que deu expediente na MTV, Anna Butler conta que não olhará torto para os candidatos que investirem no sertanejo universitário, estilo que ganhou força com Michel Teló. "Vou ter de ser isenta nessa hora. Minha formação é de rock, mas, na MTV, aprendi a gostar de outras coisas", defende. A produtora musical, que hoje trabalha com artistas iniciantes, acredita que, atualmente, há novos talentos no mercado. "Mas falta espaço para eles."Em realities como The X-Factor, há jurados conhecidos por serem ácidos com os concorrentes. Ao ficar cara a cara com os competidores, Anna pretende ser direta ao avaliá-los. "Não tenho de pegar leve, só não preciso ser grosseira", avalia. Ela diz que identifica rapidamente os candidatos com futuro promissor. "É como um filme, nos primeiros cinco minutos você já sabe se vai ser bom ou não."
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.