Exposição 'Ruído' marca retorno de Luiz Zerbini no Rio

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Por AE
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No início dos anos 80, recém-chegado ao Rio, o paulistano Luiz Zerbini frequentava a sala de ensaio da Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema. À época, além de pintar, ele também era ator e cenógrafo do grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone. Sem expor individualmente no Rio há cinco anos, Zerbini está de volta à Laura Alvim, mas agora à galeria de arte do segundo andar, com a exposição "Ruído".São seis trabalhos em papel, uma instalação, um filme e três pinturas. As obras são deste ano, à exceção de um trabalho de 2004, uma escultura plana em cerâmica sobre vidro que abriu caminho para o que viria agora. "Eu estava trabalhando com geometria, incidência de luz, projeção de sombra. Depois abandonei, morreu o assunto. Agora voltou. No fundo, é tudo a mesma ideia", ele conta.O diálogo entre os trabalhos se percebe também nos slides antigos que Zerbini colecionava, que viraram arte ao ganhar cor e projetar luz numa parede, e o vídeo de paisagens que, por algum problema técnico da filmadora digital - um ruído, ele classifica -, acabou ficando com quadradinhos coloridos. "Nesse caso, o ruído é uma imagem indesejada que carrega uma informação. É o erro que acontece durante o processo, é bacana, é algo que sempre me interessou."A instalação Figura Sentada convida o público a se sentar numa cadeira diante de paredes pintadas de preto. A luz da sala é pouca e a tinta é brilhosa, de modo que reflete a imagem da pessoa - a impressão é de que se está diante de um autorretrato meio desfocado. A proposta é levá-la a uma reflexão sobre si mesmo. Ainda que realize vídeos e instalações, Zerbini continua tendo na pintura sua forma de expressão por excelência. "Essa instalação, por exemplo, me veio de pinturas que eu estava fazendo. Foi uma solução que eu encontrei de continuar sendo figurativo."Ruído é a exposição que fecha o ano na galeria Laura Alvim. O espaço estava sendo deixado de lado. "Estava abandonada havia anos. Era um desperdício, por ser um lugar tão bonito, de frente pro mar, no coração de Ipanema", diz a curadora Ligia Canongia. Reaberta em março, a galeria tem quatro ambientes separados, como eram na época em que aquela era a residência de Laura Alvim (ela a doou para que virasse um centro cultural). A mostra fica em cartaz até 21 de fevereiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.Galeria Laura Alvim - Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema. Tel. (021) 2332-2017. 13h/21h (fecha segunda). Grátis. Até 21/2.

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