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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Giovanna Lancellotti, mulher de 30 anos, dá festa para 600 convidados

Atriz fala sobre seu aniversário, traição e sexualidade por conta de novo filme que gravou para o streaming

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Por Paula Bonelli

Giovanna Lancellotti completa 30 anos com festa para 600 pessoas em uma casa na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, neste domingo, 21. Entre os convidados, amigos e artistas como as cantoras Ludmilla e Anitta. A atriz também gravou recentemente um filme picante, O Lado Bom de Ser Traída, aposta da Netflix. O longa provoca reflexões sobre a reação das mulheres frente a uma decepção amorosa e o processo de redescoberta de si que uma situação como essa pode desencadear. “Aos 30, você já passou por isso algumas vezes e está um pouco mais calejada”, diz.

Confira entrevista com Giovanna:

Por que fazer uma festa de 30 anos?

Eu nunca fui a pessoa que não gosta de fazer aniversário. Sempre gostei de fazer, adoro celebrar a vida. Os 30 anos para mim são especiais. É uma virada de ciclo que te leva efetivamente para uma vida adulta. Estou querendo fazer para celebrar com as pessoas que eu amo.

Giovanna Lancellotti vai usar duas fantasias na sua festa de 30 anos.  Foto: Hugo Barbieri

E como é organizar uma festa de aniversário no meio artístico?

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É uma loucura porque fiz tudo sozinha. Não tenho uma assessora da festa por exemplo. Tive algumas ajudas da cenógrafa, de amigos e do meu namorado, que trabalha com eventos.

Quantas pessoas você convidou?

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Passei um pouco da conta. No início eram 350, mas acabei convidando quase 600.

Precisa insistir mais para as pessoas irem quando se é famosa e se faz uma festa?

Não, pelo contrário, eu estava insistindo para as pessoas não irem. Tô brincando. Sempre fui conhecida por ser animada e como essa festa tem um tema especial, a maioria dos convidados se animou. Acho que só não vai quem está viajando ou tem compromisso de trabalho. Tenho amigos vindo de Los Angeles, de São João da Boa Vista (terra natal em Minas), de São Paulo.

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Há recomendações para os convidados?

A única recomendação é de ir a caráter. O tema é personagens icônicos. Pode ser personagem de série, de desenho, filmes, e novelas.

Qual fantasia você vai usar?

Não vou falar, mas são duas, uma de novela brasileira e outra de filme internacional.

Pode entrar com celular?

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Pode, não vou tirar o celular de ninguém. Espero que seja uma festa linda, que eu me divirta com as pessoas que amo. Vai haver dois shows, um de pop e outro de sertanejo, mas são surpresas.

Quem vai? Anitta e a Ludmilla devem ir?

Uma galera confirmou presença. Eu acredito que sim.

O que muda aos 30 anos? A ressaca aumenta?

Achei que aumenta, sim. A seletividade também. Eu não era uma pessoa tão seletiva, passei a ser mais com as amizades, quem frequenta a minha casa. Estou fazendo planos mais concretos também. Aos 20 anos, não era desse modo, deixava a vida fluir. Na minha vida não tem como planejar tudo, as coisas vão acontecendo naturalmente, mas tem aqueles planos que procuro deixar esquematizado.

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Quais? Maternidade?

Também, mas não é uma coisa para agora não. Mas são coisas que se passa a pensar com mais seriedade. Eu antes não tinha vontade de ser mãe. Isso despertou em mim dos 28 anos pra cá.

Está escolhendo mais os seus papéis também?

Tenho tido bons trabalhos, personagens diferentes, fazendo comédia, drama. Agora vou lançar um filme na Netflix mais adulto.

Você ainda fica instigada a fazer uma novela global?

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Nunca diria nunca. Fui muito feliz fazendo novelas. Confesso que hoje em dia tenho preferido fazer trabalhos mais curtos, tanto pelo desgaste menor de tempo e de horas de gravação, quanto por ser um produto mais fechado. A novela é uma obra aberta, que você tem que estar preparada para tudo. Sou um pouquinho controladora. Gosto de planejar o arco da personagem. Isso é mais fácil de planejar quando tem uma obra fechada do que quando tem uma obra aberta que vai sendo escrita conforme vai passando no ar.

Você gravou ‘O Lado Bom de Ser Traída’. Foi uma experiência diferente para você fazer um filme com cenas picantes?

Foi totalmente novo, eu saí da minha zona de conforto. Discute esse empoderamento feminino, da mulher não ser a subordinada no sexo, de ela comandar as escolhas sexuais. Foi legal isso coincidir com os meus 30 anos. Acho que marca também um empoderamento, mas com certeza foi um grande desafio.

Conta um pouco o que te cativou nessa história e como você se preparou para vivê-la?

Teve uma preparação com o próprio diretor em que ensaiamos as cenas antes de efetivamente rodá-las. Quando eu cheguei no set para filmar, elas já estavam ensaiadas. Então não fazia ali no frescor. Tinha uma preparadora de intimidades que foi essencial nesse trabalho, muito parceira nossa. Todas as cenas eram coreografadas. Eles respeitaram os meus limites. Tem algumas cenas fortes, de sexo, estreia em outubro.

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Você reviu a sua sexualidade ao fazer esse trabalho?

Sim e não, porque é um lado que eu nunca tinha mostrado em nenhum trabalho. Fiz um trabalho que envolvia corpo e sexo na novela Gabriela, quando tinha 19 anos, onde a história era totalmente diferente, sobre uma menina que era obrigada a se prostituir. Então, era numa posição mais retraída, tímida, na negativa, mais forçada. Já a personagem em O Lado Bom de Ser Traída é uma mulher empoderada que estava fazendo o que ela queria e tinha o poder da sedução. Não sei se isso aflorou a minha sexualidade, eu sempre fui uma pessoa sexual dentro do meu relacionamento. O máximo que aconteceu foi de eu contar pro meu namorado as cenas que fiz, as experiências.

Você acha que esse é um enredo atual que muitas mulheres vivem? Acontece uma traição, e elas vão para a devassa?

No filme, a postura da personagem não é no sentido de devassa. Mas é muito comum acontecer uma traição, uma decepção amorosa , um sonho destruído e aí a pessoa começa a descobrir vontades dentro dela que, naquele relacionamento que acabou, não havia espaço para sentir. Descobrir-se mulher de novo. No caso da personagem, ela ficou seis anos noiva. Foi todo o final da juventude. Quando ela se vê adulta, prestes a subir no altar, tem uma decepção daquela. Ela acaba voltando a lembrar quem era, para o que gosta de fazer no sexo, talvez o namorado não fizesse mais.

Aos 30 anos, as mulheres começam a lidar melhor com o medo da traição?

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Uma decepção é sempre uma decepção. Quando você ama uma pessoa e ela te trai, quebra a confiança, nunca é uma coisa boa. Mas acho que aos 30 você já passou por isso algumas vezes e está um pouco mais calejada. As coisas não te surpreendem mais tanto. Já viveu tantas experiências que não se desespera mais e nem acha que o mundo acabou. Sabe que é um período difícil, vai sofrer, mas vai passar e se reerguer.

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