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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘Ninguém mais quer formalidade nem pasteurização’, diz Regina Volpato; veja vídeo

Apresentadora, que faz sucesso dando conselhos bem-humorados sobre relacionamentos em suas redes sociais, estreia no mês que vem um programa diário no SBT

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Foto do author Marcela Paes
Por Marcela Paes
Atualização:

Regina Volpato não é psicóloga, mas faz sucesso dando conselhos para o público desde o tempo em que apresentava o Casos de Família, em 2004. De la pra cá, criou um quadro em suas redes sociais para dar seus pitacos – os comentários muitas vezes viralizam –, lançou o videocast O Amor na Influência, em que também vai falar sobre as relações humanas com convidados, e se prepara para voltar ao SBT com um programa diário de quatro horas de duração. “Acho que eu não tenho habilidade em falar, acho que, na verdade, tenho habilidade em ouvir” diz Regina à repórter Marcela Paes. Leia abaixo a entrevista com a apresentadora.


Regina Volpato Foto: Gabriel Cardoso

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Seus conselhos sobre relacionamentos nas redes sociais costumam fazer sucesso e até viralizam. A que você atribui essa facilidade em poder falar sobre esses assuntos?

Tenho pensado muito sobre isso. Eu não acho que eu tenho habilidade para falar. Algumas vezes não consigo nem responder, porque sou tomada pela emoção que vem com a pergunta. Acho que eu não tenho habilidade em falar, acho que, na verdade, tenho habilidade em ouvir. Eu escuto de verdade, eu foco e coloco toda a minha atenção e a minha energia ali. Normalmente, quem é a boa ouvinte é a amiga, é a mãe, é alguém em quem você confia. As pessoas falam comigo não tanto esperando o que eu vou dizer, mas, sim, esperando que eu as ouça.

Você costuma ler sobre psicologia ou autoajuda para te embasar nos conselhos?

Não, mas eu fiz terapia durante 20 anos e tive alta. Aliás, eu contei isso pra minha filha e ela falou, ‘não, mãe, errada não tá você, errada tá a terapeuta que te deu alta’ (risos). O processo de autoconhecimento para mim foi muito intenso, mais de 20 anos de terapia sem faltar a uma sessão. Teve época que eu fazia terapia todos os dias, de segunda à sexta. Me custou muita energia e muito dinheiro também, mas acho que isso acabou abrindo o leque para eu fazer algumas perguntas que acabam instigando a pessoa a se questionar, pelo menos. Mesmo assim, não tenho pretensão nenhuma em ser terapeuta de alguém. São perguntas de jornalista, não de terapeuta.

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Na sua opinião, qual o maior problema das pessoas quando se trata de relacionamentos? Tanto familiares quanto amorosos ou profissionais.

Vou te dar uma opinião muito pessoal, porque não tem embasamento teórico. Acho que o maior erro das pessoas em geral é se distanciar de si mesmas para tentar agradar aos outros. Seja agradar o chefe, o namorado, a amiga, o filho, o pai ou a mãe. Todo o tempo que eu passei tentando agradar os outros, não consegui, me distanciei de mim mesma, me frustrei e me perdi. Às vezes, a outra pessoa também está querendo fazer alguma coisa só pra te agradar. Você nem sabe quem ela é, não sabe o que ela está pensando. Você está vendo uma face dela que não sabe nem se é a verdadeira. Então, se eu tentar ser verdadeira comigo mesma e ser o que eu sou, é meio caminho andado e muitos problemas a menos.

Em fevereiro você vai estrear um programa diário no SBT, o Chega Mais. Como vai ser?

Eu estou muito feliz. 2023 foi um ano muito surpreendente para mim, eu não esperava voltar pro SBT. Recebi o convite como um presente. A Daniela Beyruti me mandou a seguinte mensagem: ‘o SBT está com saudades de você’. E eu respondi imediatamente: ‘é recíproco’. O programa vai ser diário, ao vivo e com duração de quatro horas, de segunda à sexta. Vai ter de tudo. A emissora não tem tradição em fazer esse tipo de programa, então é um desafio gigantesco colocar isso no ar. Talvez a gente não acerte de primeira, mas vamos ter essa intenção de acertar. Não queremos limitar o programa a nenhuma bolha. Queremos ter vários sotaques e assuntos.

Acha que seu sucesso nas redes sociais pode ter ajudado na hora do convite?

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Acho que o desempenho na internet é muito bem visto pela televisão. Essa informalidade da internet começou a ser interessante também para a televisão. Eu acho que o caminho é desfazer o protocolo, ser mais real, inclusive na televisão. Sem tanta maquiagem, com o cabelo mais ou menos, sabe? Ninguém mais quer formalidade nem pasteurização. A gente quer gente de verdade.

Você começou no hard news e depois enveredou pelo entretenimento. Se sente mais realizada nesse nicho?

Eu me realizaria de qualquer maneira porque não conseguiria viver estando insatisfeita e infeliz. Daria um jeito de gostar do que eu estou fazendo porque não sei viver de outro jeito. Se não está bom e não tem como mudar, eu entendo que eu não estou olhando direito. Para mim, gostar do trabalho é fundamental. A gente trabalha muito, isso não tem como mudar, então eu preciso encontrar prazer no trabalho.

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